Uma ministra do ramo! Por Sérgio DeZen

Publicado em 12/11/2018 08:55

O ministério da agricultura é antigo na estrutura do governo brasileiro e nem sempre foi tratado com o tamanho e respeito que demanda.  Afinal de contas, cerca de 30% da economia brasileira e agro, nas exportações o agro responde por mais de metade do superavit comercial e o setor emprega milhões de pessoas nas regiões mais remotas do país. Cerca de 1 em cada 4 kg de alimentos que chega à mesa dos consumidores no mundo tem algum tipo de dependência do agro brasileiro. Estes números dão a importância deste setor da economia brasileira para o Brasil e para o mundo.

A nomeação da Teresa Cristina para ministra é um marco para o setor. Não criamos deuses que fazem milagres, pois Teresa não é dada a milagres. Conheço muito a ministra a quase 20 anos, tenho imensa admiração pela grande amiga. A conheci num programa da Famasul - Federação de Agricultura do MS. Ela estava na primeira turma deste programa que tinha por objetivo formar líderes do agronegócio brasileiro. Uma grande visão de futuro. Aliás era vanguarda das lideranças agro brasileira. Essa federação era dirigida pelo também amigo Leoncio Brito, que ao contrário de muitos líderes mundo a fora, buscava criar bases para o futuro investindo em novos líderes, sem medo de concorrência. Exatamente o que se espera de um estadista.

Teresa foi aplicada é muito bem na arte de compreender o estado e construir um projeto.

Desta forma está engenheira agrônoma foi galgando os cargos no estado e depois representou com muita capacidade o agronegócios brasileiro no congresso, acima das discussões infrutíferas de esquerda e direita. Fez um excelente trabalho no controle de situações de altíssimo risco, como secretaria de agricultura do estado criou mecanismos que deram mais confiança no controle do trânsito de animais e consequentemente os riscos de aftosa no estado. Este é um exemplo dentro de tantos outros, vale pelo emblemático.

Agora minha admiração veio mesmo do dia em que por um acaso do destino tive que coordenar um trabalho de pesquisa sobre gestão de fazendas, onde um aluno ficava 30 dias avaliando silenciosamente a gestão em 4 vertentes: comercial, recursos humanos, financeiro e produção. A escolha das fazendas foi aleatória e feitas pela instituição contratante. Das fazendas analisadas a da Teresa foi a melhor, com larga vantagem. Não era perfeita, longe disso, mas tinha controles, as demais não. Então o aluno fez muitos elogios a Teresa e seu marido o Caio, pela abertura e diálogo. Capacidade de ouvir as críticas. Isto representa o novo no agro brasileiro alguém que sabe fazer, ouvir e construir.

Ontem a primeira pessoa que escreveu a mim sobre a nomeação da Teresa foi esse aluno, extremamente feliz. Uma pena que esse ótimo aluno não está mais no agro e nem no Brasil, hoje ele é CEO de uma multinacional e vive entre a Europa e os EUA, mas é um apaixonado pela agricultura brasileira.

Está e a visão que tenho da nossa ministra. Viva a agricultura brasileira, e a visão que um jovem executivo International tem da ministra.(SERGIO De ZEN)

Tereza seguirá no comando da FPA (ESTADÃO)

Mesmo escolhida como futura ministra da Agricultura, a deputada Tereza Cristina vai seguir presidindo a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) até fevereiro, quando seu mandato termina. Ela será sucedida no cargo pelo deputado Alceu Moreira (MDB-RS), que é seu vice na FPA.

Com isso, Tereza terá dois meses dentro do governo de interlocução direta entre o Ministério e a bancada ruralista. /M.M.

Noruega tem que aprender com Brasil sobre preservação florestal, diz Onyx (REUTERS)

BRASÍLIA (Reuters) - Numa forte crítica sobre a atuação de organizações não-governamentais (ONGs) no país, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta segunda-feira que não é possível uma entidade da Noruega vir ao Brasil para dizer o que o país deve fazer na área ambiental e indicou que, por trás do trabalho dessas entidades há o interesse de receber parte dos recursos obtidos com multas ambientais aplicadas no Brasil.

Segundo Onyx, o presidente eleito Jair Bolsonaro vai receber na terça-feira um pré-estudo feito sobre essa questão.

"Vocês lembram que ele (Bolsonaro) mesmo falou na semana passada dos tais 14 bilhões (de reais) de multa, onde as ONGs nacionais e internacionais levam 40 por cento desse dinheiro. Só para gente poder entender como é que estão as coisas acontecendo. Há agora 1 bilhão de reais que vai ser destinado a algumas ONGs brasileiras e internacionais, então a gente está muito preocupado com isso", disse ele, em entrevista coletiva em Brasília.

O futuro ministro da Casa Civil se refere a um decreto, assinado pelo presidente Michel Temer em outubro de 2017, que prevê a conversão das multas em serviços ambientais em troca de um desconto.

Sob o decreto, o infrator tem direito a um desconto na multa caso empenhe o recurso da infração em serviços ambientais, seja com execução própria do serviço ou através de cotas em projetos maiores. O governo realiza um chamamento público para esses projetos e ONGs nacionais e internacionais podem participar.

Na entrevista, Onyx disse ainda que o percentual de preservação do Brasil é superior ao de outros países.

"Se a gente for olhar tecnicamente --isso ele (Bolsonaro) vai ver amanhã-- a média de conservação dos países que têm territórios semelhantes ao nosso, das suas matas, é de 10 por cento. O Brasil tem 31 por cento de preservação das suas matas, é três vezes mais", completou.

Questionado se o Brasil poderia reduzir seu percentual de preservação para 10 por cento, Onyx negou, mas aproveitou para tecer críticas a ONGs europeias.

"Claro que não, né, amigo? Seria uma irresponsabilidade escrever isso ou falar isso. Porque, primeiro, nós vamos preservar o Brasil, agora, com altivez. Não dá para vir a ONG da Noruega ou lá da Holanda e vir aqui dizer o que a gente tem que fazer. Porque lá, tu dá três palmo da linha d'água, e --eu vi-- eles plantam tudo", afirmou.

A Noruega é o principal financiador do Fundo Amazônia, criado pelo governo brasileiro para financiar medidas de preservação da floresta.

"O que vale é a Noruega? E a floresta norueguesa, quanto eles preservaram? Só uma pergunta importante que tem que ser lembrada: o Brasil preservou a Europa inteira, territorialmente, toda a União Européia, com as nossas matas, mais cinco Noruegas. Os noruegueses têm que aprender com os brasileiros e não a gente aprender com eles", afirmou, irritado.

Onyx afirmou que existem "vários nomes" cotados para ocupar o cargo de ministro do Meio Ambiente, mas não quis citar nenhum deles.

Fonte: Sérgio DeZen/Reuters

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