Dólar cai abaixo de R$ 3,70 com exterior e política; Ibovespa tem máxima histórica

Publicado em 01/11/2018 17:12

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar iniciou novembro em queda e terminou a quinta-feira abaixo de 3,70 reais, em dia de maior busca pelo risco no mercado internacional e com os investidores animados com os primeiros passos do novo governo eleito.

O dólar recuou 0,76 por cento, a 3,6943 reais na venda, depois de cair 7,79 por cento em outubro, sua maior queda porcentual desde junho de 2016.

Na semana, subiu 1,09 por cento, a primeira alta após seis semanas consecutivas de queda, período no qual perdeu 12,29 por cento de seu valor.

Na mínima, a moeda foi a 3,6797 reais e, na máxima, a 3,7149 reais. O dólar futuro tinha baixa de 0,80 por cento.

"Equipe econômica e projetos do governo Bolsonaro continuam sendo o foco do mercado nesse período de transição", destacou a Elite Corretora em relatório.

Nesta quinta-feira, o destaque foi a decisão do juiz federal Sérgio Moro de aceitar o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para ser o futuro ministro da Justiça.

"Bolsonaro ganha pontos muito positivos com a população, que tem em Moro um exemplo probo e tê-lo no governo seria uma garantia de que a ordem seria mantida e a corrupção combatida", já antecipava logo cedo a gestora Infinity sobre o assunto. Isso pode ser um ponto "a elevar ainda mais a confiança pós-vitória, com consequência nos indicadores econômicos de fim de ano".

Em nota, Moro disse que pretende implementar uma "forte agenda anticorrupção e anticrime organizado". Além disso, informou que vai se afastar de novas audiências no âmbito da Lava Jato "para evitar controvérsias desnecessárias", mas declarou que a operação seguirá em Curitiba sob comando de outros juízes.

No Twitter, o presidente eleito Jair Bolsonaro disse que a agenda anticorrupção e anticrime organizado de Sérgio Moro será o norte de seu governo.

O otimismo do mercado não deve, no entanto, promover alterações no patamar atual do dólar. Pesquisa Reuters mostrou que a perspectiva é de que a moeda fique em 3,75 reais em 12 meses, perto do nível de 3,70 reais com o qual a moeda vem trabalhando.

O otimismo com o cenário político doméstico nesta quinta-feira encontrou respaldo num movimento de maior busca pelo risco no exterior, levando o dólar cair forte ante a cesta de moedas e também ante as divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Expectativa de que a China aumente seu estímulo fiscal ajudou as divisas emergentes, enquanto o euro foi favorecido pela esperança de acordo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit.

Na sexta-feira, dia em que o mercado doméstico estará fechado com o feriado de Finados, será divulgado o relatório do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que pode reforçar a percepção de mais alta de juros no país.

O Banco Central vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 680 milhões de dólares do total de 12,217 bilhões de dólares que vence em dezembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

(Edição de Camila Moreira)

Ibovespa fecha na máxima histórica com NY e balanços à espera de agenda positiva do novo governo

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou na máxima histórica nesta quinta-feira, tendo superado os 89 mil pontos no melhor momento do dia, beneficiado pelo viés positivo em Wall Street e resultados corporativos sólidos, como o do Bradesco, enquanto agentes financeiros seguem na expectativa de uma agenda positiva do novo governo.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou o pregão com elevação de 1,06 por cento, no recorde de 88.350,73 pontos, conforme dados preliminares. O volume financeiro somava 17 bilhões de reais.

Na semana, mais curta em razão do feriado nacional na sexta-feira, o Ibovespa subiu 3 por cento, engatando a quinta alta semanal seguida, também conforme dados pré-ajuste de fechamento.

(Por Paula Arend Laier)

O Antagonista

Bolsa fecha com recorde

O último pregão da semana após a eleição de Jair Bolsonaro fechou com máxima histórica.

O Ibovespa, que chegou a bater 89 mil pontos, se manteve acima dos 88 mil durante todo o dia e fechou em 88.419 pontos – alta de 1,13%. O volume financeiro foi de R$ 18,8 bilhões.

Sergio Moro vale ouro.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Governo confirma contenção de gasto e vê déficit fiscal de R$28,8 bi em 2024, limite da banda de tolerância
Wall St encerra em alta com retorno de investidores às megacaps
Dólar cai ante real em dia favorável para as moedas emergentes
Arrecadação de junho teve alta real de 11%, mas ganhos ainda estão abaixo do necessário, diz secretário da Receita
Ibovespa tem alta modesta com Embraer e Petrobras minando efeito positivo de Wall Street
Taxas futuras de juros caem em dia positivo para emergentes e de confirmação de cortes de gastos no Brasil