Bolsonaro diz em visita ao Bope que violência no Rio só se compara a países em "decadência" como Venezuela

Publicado em 15/10/2018 17:18

(Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, visitou nesta segunda-feira o quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro e disse que a violência na cidade só se compara com a de países em decadência como a Venezuela, e foi aplaudido por agentes da corporação após prometer ser um deles no poder, se eleito.

O ex-capitão do Exército, que ainda está sob restrição dos médicos para atos de campanha em consequência de facada sofrida no mês passado em Juiz de Fora (MG), fez um breve discurso a membros do Bope no quartel do batalhão na zona sul do Rio de Janeiro, que teve um vídeo divulgado na conta oficial do candidato no Twitter.

"O que acontece no tocante à criminalidade no Rio não acontece em lugar nenhum do mundo, a não ser em países que estão em processo de decadência total, como a Venezuela", disse Bolsonaro, que prometeu lutar para "preservar a vida humana das pessoas de bem", como os policiais.

Bolsonaro disse ainda que vai trabalhar para mudar a legislação de forma a garantir que os agentes das forças de segurança tenham "paz para trabalhar" por meio de um excludente de ilicitude. O candidato7 entrou e saiu do quartel do Bope sem conceder entrevistas aos jornalistas que o aguardavam do lado de fora.

Bolsonaro enfrenta no segundo turno da disputa presidencial o candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, depois de ter obtido 46 por cento dos votos válidos na primeira votação, contra 29 por cento do petista.

A primeira pesquisa do instituto Datafolha para o segundo turno mostrou o presidenciável do PSL com 58 por cento dos votos válidos, contra 42 por cento de Haddad. A votação decisiva ocorrerá em 28 de outubro.

Haddad diz que eventual governo terá de ser mais amplo que o PT

(Reuters) - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que a situação do país é tão grave que seu governo terá que ser muito mais amplo que o PT e abranger várias forças democráticas do país.

"A situação é tão grave que nós vamos ter que unir as forças democráticas todas em um governo mais amplo que o PT", disse Haddad em entrevista à rádio Capital de São Paulo. "Nós não temos condição, nesse momento de risco a democracia, de fazer um governo de um partido, temos que fazer um governo o mais amplo possível para conter as forças do atraso."

O petista acrescentou ainda que está aberto a todas as forças políticas que defendem a democracia e que acredita que todos "que têm responsabilidade com o país" não querem o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, seu rival no segundo turno, na Presidência da República.

A campanha de Haddad tem tentado atrair apoios para uma frente contra Bolsonaro e, até agora, conseguiu aglutinar apenas o PSOL e o PSB com apoios firmes e o PDT, que declarou um "apoio crítico" e não tem participado da campanha. Haddad também conseguiu a adesão de um grupo de integrantes do PSDB, da corrente "Esquerda para Valer", mas até agora não conversou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, em entrevista no final de semana, disse haver uma "porta" para Haddad.

O petista voltou a fazer críticas duras a Bolsonaro, a quem acusou novamente de fugir de debates, espalhar mentiras e não ter condições de dirigir o país. Haddad chegou a usar uma expressão que atribuiu ao ex-candidato do PDT, Ciro Gomes, para dizer que Bolsonaro não tem condições de ser presidente.

"Não tem condição de um deputado que não fez nada durante três décadas querer assumir a Presidência sem ter administrado um boteco, como disse o Ciro Gomes", disse, Haddad, acrescentando que o discurso de Bolsonaro "causa vergonha no exterior".

O petista foi mais uma vez questionado sobre o que a população poderia esperar de diferente de mais um governo petista, e afirmou que existe a necessidade sim de admitir erros, mas não de colocar fora tudo que foi feito de bom.

"Temos que recuperar o projeto que deu certo admitindo e corrigindo o que deu errado", defendeu.

Fonte: Reuters

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