Riscos à estabilidade financeira global estão aumentando com tensões comerciais, diz FMI

Publicado em 10/10/2018 09:36

Por Lindsay Dunsmuir

(Reuters) - Os riscos ao sistema financeiro global aumentaram ao longo dos últimos seis meses e podem se elevar com força se as pressões nos mercados emergentes ampliarem ou as relações comerciais globais se deteriorarem mais, disse nesta quarta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O FMI, cujas reuniões com o Banco Mundial iniciam nesta semana na ilha indonésia de Bali, também destacou que embora a estabilidade financeira tenha sido sustentada por reguladores na década desde a crise financeira global de 2008, condições financeiras frouxas estão contribuindo para um aumento dos problemas potenciais relacionados aos altos níveis de dívida e avaliações "alongadas" de ativos.

Mas novos regimes de resolução bancária para evitar resgates financeiros futuros são em grande medida não testados, disse o Fundo em sua atualização bianual de estabilidade financeira global.

"Os riscos de curto prazo à estabilidade financeira global aumentaram um pouco", disse o FMI. "No geral, os participantes do mercado parecem complacentes sobre o risco de um forte aperto nas condições financeiras."

O Fundo destacou que o crescimento econômico parece ter atingido um pico em algumas importantes economias enquanto a diferença entre países avançados e mercados emergentes está se ampliando. Na terça-feira o FMI cortou suas estimativas de crescimento global devido à intensificação da guerra comercial entre EUA e China e aos crescentes apertos financeiros nos mercados emergentes. [nL2N1WP07U]

Novas pesquisas do FMI mostram que países emergentes com exceção da China podem enfrentar fluxos de saída de capital de até 100 bilhões de dólares, nível visto pela última vez durante a crise financeira global.

O Fundo citou uma série de outros riscos de curto prazo à estabilidade financeira, incluindo a possibilidade de um "não-acordo" do Brexit ou renovadas preocupações sobre política fiscal em alguns países endividados da zona do euro.

Fonte: Reuters

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