Moody's destaca polarização política após 1º turno e vê desafios para aprovação de reformas

Publicado em 08/10/2018 18:19

SÃO PAULO (Reuters) - A agência de classificação de risco Moody's avaliou nesta segunda-feira que o resultado do primeiro turno da eleição presidencial no Brasil sinaliza "polarização política", o que amplia os desafios do próximo governo em relação à aprovação das reformas.

"Independente de quem for eleito, o novo presidente terá que formar alianças no Congresso para aprovar as reformas fiscais, particularmente da Previdência, para lidar com fraqueza fundamental no perfil de crédito do Brasil", destacou a analista sênior da Moody's Samar Maziad, em nota.

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, conquistou votação expressiva no domingo, mas não o suficiente para evitar um segundo turno contra o petista Fernando Haddad, salvo pela Região Nordeste.

De acordo com Samar, a polarização política dificulta a capacidade do próximo presidente de estabelecer uma boa relação de trabalho com os parlamentares para aprovar as reformas.

As reformas são necessárias "para manter a confiança do investidor, preservar a estabilidade financeira e estabelecer os alicerces para um crescimento sustentado", completou Samar.

Bolsonaro conseguiu com o resultado do primeiro turno transformar seu partido, o até então nanico PSL, em uma potência parlamentar, provocando uma mudança sísmica. O PSL deve ficar com 51 cadeiras na Câmara dos Deputados, de 513 assentos, de acordo com projeção da XP Investimentos, ficando atrás apenas do PT, de Haddad, que deve ter 57 vagas.

(Por Camila Moreira)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall Street avança com alta de apostas em corte de 0,50 p.p. nos juros do Fed
Ibovespa fecha em alta com investidor à espera de decisões de BCs; Azul dispara
Dólar cai abaixo dos R$5,60 com expectativa de corte maior de juros nos EUA
Ações europeias encerram semana em alta e foco do mercado muda para Fed
China pune PwC com 6 meses de banimento e multa recorde por auditoria na Evergrande
Lula chama de "imbecis" defensores de privatização da Petrobras e diz que Lava Jato tentou desmoralizar estatal