"Sou eu ou o presidiário", diz Bolsonaro ao Antagonista

Publicado em 03/10/2018 18:05

O Antagonista conversou por telefone com Jair Bolsonaro, que hoje à noite, em sua live no Facebook, começará a defender o voto útil para tentar evitar um segundo turno.

“Vou começar a pedir com mais ênfase o voto útil, porque não tem outra saída. Sou eu ou o presidiário!”, afirma o presidenciável, que lidera com folga as pesquisas de intenção de voto.

“O Haddad é pior que um poste. Ele é pau-mandado do Lula. Toda semana ele vai lá pedir conselhos ao presidiário. Imagine o Haddad ganhando, acabou o Brasil. O Franklin Martins vai ser o ministro das Comunicações.”

Como publicamos mais cedo, Bolsonaro está proibido pelos médicos de participar do debate na Globo, pois não pode falar por mais de 15 minutos e nem se expor a situações de estresse.

“Eu resolvi fazer a live para manter um diálogo direto com os eleitores, mas vou acompanhado para ter outras pessoas falando também. Ontem foi com o Magno Malta e o meu filho Flávio. (A live) teve uma aceitação estúpida.”

Médico veta participação de Bolsonaro em debate da Globo

O cirurgião Antônio Macedo disse hoje ter vetado a participação de Jair Bolsonaro no debate de quinta-feira da Globo, registra o UOL.

“O médico contou que o candidato estava predisposto a comparecer ao evento, mas que acatou a recomendação e seguirá sem agenda de compromissos por sete a dez dias. Uma nova avaliação será feita na semana que vem.

(…) Macedo, que é chefe da equipe que cuidou de Bolsonaro no Hospital Albert Eistein, em São Paulo, viajou ao Rio com o propósito de avaliar a situação do presidenciável. Ele relatou que o concorrente do PSL retirou o curativo e interrompeu, por orientação médica, o uso de antibióticos. Nesse momento, não há mais risco de infecção.”

Mais cedo, Thiago Nolasco, do SBT, informou que a avaliação médica é que Bolsonaro ainda não tem condições de falar por mais de 10 a 15 minutos.

A live de Bolsonaro

No mesmo horário do debate da Globo, amanhã à noite, Jair Bolsonaro pretende fazer uma transmissão ao vivo pelas redes sociais.

Bolsonaro recebeu equipe médica em casa para check-up

Jair Bolsonaro entrou em contato com O Antagonista para esclarecer que não saiu de casa para fazer check-up no hospital MedRio, como divulgado mais cedo pela Veja – que já retirou a matéria do ar.

O presidenciável recebeu a equipe médica do cirurgião Antônio Macedo em casa, onde é assistido por um enfermeiro. Ele foi aconselhado a não comparecer ao debate da Rede Globo, pois não pode falar por mais de 15 minutos nem se expor a situações de estresse.

Bolsonaro disse ainda que a foto publicada pelo diretor do MedRio nas redes sociais é de uma visita sua no ano passado.

Lula não vai votar

O TRE do Paraná negou mais um pedido do presidiário Lula para votar.

Dadas as regras eleitorais, entendeu o juiz Jean Leeck, não haveria possibilidade da instalação de urna na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

A defesa do petista diz que vai recorrer ao TSE.

Bolsa sobe e volta ao nível de maio

Com a aposta do mercado em Jair Bolsonaro, o Ibovespa fechou hoje em 83.273,40 pontos, alta de 2,40%. É o nível mais alto da Bolsa de São Paulo desde maio.

O valor da moeda americana, cotada a R$ 3,8876 reais na venda, é o menor desde 14 de agosto.

“O Datafolha confirmou o Ibope, e isso está trazendo euforia ao mercado, que já começa a precificar a possibilidade de vitória [de Bolsonaro] no primeiro turno”, disse à Exame Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do banco Ourinvest.

Apostas para o câmbio têm ajuste com aumento de chances de vitória de Bolsonaro

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - A expectativa de que a cautela iria predominar nos mercados durante a última semana antes do primeiro turno das eleições foi substituída pela euforia nos dois últimos pregões, com uma queda do dólar ante o real, com investidores fazendo apostas mais fortes de vitória de Jair Bolsonaro (PSL) também no segundo turno da eleição presidencial.

"O mercado está rebalanceando suas probabilidades dada a surpresa com as pesquisas Datafolha e Ibope, e não ajustando cenários", explicou o economista-sênior do banco Haitong, Flávio Serrano.

Até o fim da semana passada, o quadro principal das pesquisas indicava crescimento do petista Fernando Haddad e estagnação de Bolsonaro, a ponto de o deputado do PSL perder para Haddad em alguns levantamentos de segundo turno.

Assim, o mercado entrou na reta final antes do primeiro turno precificando um segundo turno acirrado, com dificuldades de antecipar o resultado final, diante do empate entre Bolsonaro Haddad nas pesquisas até a semana passada.

O Ibope de segunda-feira mudou esse quadro --e foi confirmado pelo Datafolha na véspera-- ao mostrar uma diferença de dez pontos entre os dois candidatos no primeiro turno, de 31 a 21, e Bolsonaro numericamente à frente de Haddad no segundo turno. Além disso, a rejeição de Haddad cresceu e encostou na de Bolsonaro - ambas acima de 40 por cento.

"O mercado faz uma conta para cada candidato e, como aumentaram as chances de vitória de Bolsonaro, passou a ajustar o preço dos ativos a esse cenário", acrescentou Serrano.

O mercado tem preferência pelos candidatos com perfil mais reformista, por entender que é necessário um ajuste nas contas públicas para que a economia tenha um crescimento mais robusto sem pressão inflacionária.

"A dúvida era se o Ibope era apenas pontual ou se iria se repetir nas pesquisas seguintes... Todos os dias têm pesquisa nesta semana. E o Datafolha, ontem, mostrou a mesma coisa", disse a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte.

Em sua avaliação, uma possibilidade clara de vitória de Bolsonaro nas pesquisas gerou uma onda de euforia que derrubou o dólar em todas as sessões deste mês. Nesta quarta-feira, a moeda norte-americana recuou 1,20 por cento, a 3,8876 reais na venda --a menor cotação desde 14 de agosto.

Nessa reprecificação dos ativos, os especialistas consultados pela Reuters calculam um dólar ao redor de 3,70 reais, considerando que ele faria reformas, mesmo que não todas as que acreditam que um eventual governo Geraldo Alckmin (PSDB) faria. O tucano é o candidato preferido do mercado, mas não decolou nas pesquisas.

"Mas o dólar se manter nesse patamar depois das eleições (num cenário em que Bolsonaro ganhe) vai depender de outras variáveis, como o exterior e até mesmo o desenrolar do novo governo", acrescentou o sócio-gestor da gestora Leme Investimentos, Paulo Petrassi.

"O começo de um novo governo tende a ser positivo, mas é preciso ver o que será feito depois."

Questionados pelo Banco Central na semana passada, um conjunto de mais de 100 instituições previa que o dólar encerraria o ano a 3,89 reais, segundo a pesquisa semanal Focus.

Fonte: O Antagonista

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