Ibovespa futuro sobe mais de 3 por cento após nova pesquisa mostrar avanço de Bolsonaro

Publicado em 03/10/2018 09:30

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa futuro subia mais de 3 por cento na manhã desta quarta-feira, influenciado pelo cenário eleitoral após nova pesquisa corroborar o avanço do candidato Jair Bolsonaro (PSL) nas intenções de votos.

O Datafolha mostrou Bolsonaro com 32 por cento das intenções de voto, ante 28 por cento no levantamento anterior. Fernando Haddad (PT) ficou com 21 por cento na pesquisa da véspera, ante 22 por cento na anterior, divulgada sexta-feira.

Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 3,78 por cento.

O bom humor no mercado influenciava também o câmbio, com o dólar em queda de cerca de 2 por cento ante o real no patamar de 3,85 reais.

(Por Flavia Bohone)

No Estadão: Após pesquisas eleitorais, dólar é negociado a R$ 3,85

Após as pesquisas eleitorais reforçarem o fortalecimento de Jair Bolsonaro (PSL) nas intenções de voto e apontar uma distância ainda maior entre ele e Fernando Haddad (PT), o mercado deve dar continuidade ao rali visto na terça-feira, a quatro dias do primeiro turno das eleições. Na abertura do pregão desta quarta-feira, 3, o dólar à vista era negociado em suas mínimas, a R$ 3,85, com baixa de 2,05%.

Ontem o mercado reagiu ao Ibope/Estado/TV Globo, que mostrou também avanço de Bolsonaro, e o dólar fechou abaixo de R$ 4,00. Já a Bolsa fechou com alta de 3,80%, a maior variação porcentual desde 7 de novembro de 2016 (+3,98%).

Especialistas entrevistados pelo Estadão/Broadcast avaliam que a chance de uma vitória de Bolsonaro no primeiro turno existe, mas é pequena. O entusiasmo do mercado local, no entanto, não é o mesmo dos investidores estrangeiros, que veem a vitória do candidato do PSL com preocupação.

“O antipetismo do mercado olha Bolsonaro com muito bons olhos” (O Antagonista)

Na Folha de S. Paulo, Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, tenta explicar a euforia do mercado:

“O mercado, em geral, não gosta de extremos. Mas, quando há um extremo muito contrário às suas convicções, o efeito natural é se ligar ao polo oposto, independentemente de qualquer outro critério razoável de análise. Assim, o antipetismo do mercado olha Bolsonaro com muito bons olhos.”

E mais:

“É o extremo viável na eleição que barraria as sandices econômicas que já sabemos que virão do PT. De fato, Haddad não tem dado sinais de convencer o mercado de que fará algo muito diferente do que se viu em 13 anos de governo. O problema maior é que não há tempo a perder.”

Fonte: Reuters + Estadão

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