China e Nova Zelândia mantêm juros após Fed, mas riscos cambiais levam Filipinas e Indonésia a agir

Publicado em 27/09/2018 08:22

Por Swati Pandey e Vatsal Srivastava

SYDNEY/CINGAPURA (Reuters) - China, Taiwan e Nova Zelândia decidiram não agir após o banco central dos Estados Unidos elevar os juros na quarta-feira, mas Indonésia e Filipinas tomaram medidas nesta quinta-feira para sustentar suas moedas e conter os riscos à inflação e à estabilidade financeira.

E um comunicado que marcou o fim da era da política monetária "expansionista", autoridades do Federal Reserve elevaram os juros em 0,25 ponto percentual, para 2,00 a 2,25 por cento. O Fed prevê mais um aumento em dezembro, outros três no próximo ano e mais um em 2020.

As perspectivas do Fed estão pressionando as moedas asiáticas, mas nem todos os países precisam mudar sua política monetária. A Nova Zelândia está confortável com uma moeda mais fraca uma vez que isso ajuda seus exportadores.

Na China, um iuan mais fraco até levanta preocupações sobre saída de capital, mas sua moeda é controlada e o país também tem ferramentas de controle de capital para mitigar riscos financeiros.

Entretanto, para países com maior déficit comercial, moedas mais fracas apresentam riscos para a inflação, crescimento e estabilidade financeira.

"Economias como Índia e Indonésia estão mais expostas a fluxos de saída...Continuaremos a ver mais depreciação em 2018 e durante 2019, embora talvez a um ritmo mais lento", disse Carlos Casanova, economista do Coface.

O banco central das Filipinas elevou os juros em 0,50 ponto percentual, a 4,50 por cento, para conter a inflação e sustentar o peso, chegando a três altas em um total de 1 ponto percentual desde maio.

Já o BC da Indonésia promoveu aumento de 0,25 ponto, após quatro altas anteriores neste ano, levando os juros a 5,75 por cento como esperado.

O peso <PHP=> está sendo negociado em torno de seu nível mais baixo em 12 anos, tendo perdido 8 por cento contra o dólar no ano até o momento. A rúpia <IDR=> está em torno da mínima de duas décadas após queda de 9 por cento.

Fonte: Reuters

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