Em vídeo no hospital, Bolsonaro ataca PT e reforça tese de possível fraude em eleição

Publicado em 16/09/2018 15:21
Candidato faz fisioterapia, sai da UTI e segue com quadro clínico estável

SÃO PAULO (Reuters) - O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, fez neste domingo uma transmissão ao vivo do hospital onde está internado e aproveitou para atacar o PT e reforçar sua tese de uma possível fraude na eleição de outubro.

Bolsonaro recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Albert Einstein, em São Paulo, nesta manhã, e à tarde fez a transmissão do vídeo em suas redes sociais, na qual apareceu falando lentamente, e declarou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem se refere como "presidiário que está em Curitiba", não fugiu antes de ser preso porque tem um plano B, que seria o de fraudar as eleições.

"Se coloquem no lugar do presidiário que está em Curitiba, com toda sua popularidade, com toda sua possível riqueza...você aceitaria passivamente, bovinamente, ir para a cadeia? Você não tentaria uma fuga? Se você não tentou fugir, é porque tem um plano B... Não consigo pensar em outra coisa a não ser um plano B se materializar numa fraude", disse Bolsonaro no vídeo com transmissão ao vivo em sua página do Facebook.

De acordo com o candidato do PSL, há possibilidade de fraude também na eleição parlamentar.

As críticas de Bolsonaro ao PT ocorrem em um momento em que o substituto de Lula na corrida presidencial, Fernando Haddad, cresceu nas pesquisas de intenção de voto. Bolsonaro lidera com folga a disputa.

"O Haddad sendo eleito presidente, ele assina, no mesmo minuto da posse, o indulto do Lula e depois o nomeia chefe da Casa Civil", afirmou Bolsonaro, tossindo em certos momentos.

Haddad já declarou que Lula quer o reconhecimento de sua inocência pelos tribunais superiores. O ex-presidente está preso desde abril em Curitiba cumprindo pena por condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP).

No vídeo, o presidenciável pelo PSL repetiu a crítica ao fato de não haver voto impresso no pleito, afirmando que "não temos qualquer garantia nas eleições".

Bolsonaro foi esfaqueado no dia 6 de setembro, quando fazia campanha em Juiz de Fora (MG), e passou por uma cirurgia de emergência na Santa Casa de Misericórdia da cidade mineira por causa de ferimentos nos intestinos grosso, delgado e em uma veia abdominal.

Na noite da última quarta-feira, ele foi submetido a uma segunda cirurgia para desobstrução intestinal, depois que exames detectaram aderência nas paredes do intestino.

De acordo com boletim médico divulgado no final da tarde deste domingo, Bolsonaro segue estável e sem intercorrências, após ser transferido para a unidade semi-intensiva do hospital Albert Einstein.

"(Bolsonaro) continua em jejum oral, recebendo por via endovenosa todos os nutrientes necessários para sua recuperação. Permanece sem febre ou outros sinais de infecção e sem disfunções orgânicas", informou boletim médico.

Bolsonaro publica foto no hospital e escreve: 'Deus no comando' 

SÃO PAULO (Reuters) - O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neste domingo, passando para uma unidade de cuidados semi-intensivos, e segue com boa evolução clínica após passar por uma segunda cirurgia na última quarta-feira, informou boletim médico do hospital Albert Einstein, em São Paulo.

"(Bolsonaro) prossegue com boa evolução clínica, sem febre e exames laboratoriais estáveis, recebendo nutrição por via parenteral (endovenosa) exclusiva, medidas de prevenção de trombose venosa, fisioterapia respiratória e motora", acrescentou boletim médico do hospital pela manhã.

VÍDEO: Bolsonaro caminha no hospital (em O Antagonista)

Em vídeo obtido por O Antagonista, Jair Bolsonaro, no Albert Einstein, caminha pelo corredor do hospital acompanhado pela equipe médica.

Bolsonaro brinca com o câmera.

“Na próxima será contigo, cavalgando, hein”.

Assista:

 

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"Deus no Comando"

SÃO PAULO – O candidato do PSL ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro, publicou uma foto sua no hospital em sua conta do Twitter. "Deus no comando", escreveu ele na tarde deste sábado. Bolsonaro conseguiu realizar, sem maiores problemas, os exercícios de fisioterapia programados para este sábado, segundo boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein.

De acordo com o documento assinado pelos médicos Antônio Luiz Macedo (cirurgião), Leandro Echenique (clínico e cardiologista) e Miguel Cendoroglo (diretor superintendente do Hospital Albert Einstein), o quadro clínico de Bolsonaro segue estável e sem intercorrências.

“Continua em jejum oral, recebendo por via endovenosa todos os nutrientes necessários para sua recuperação. Não apresenta febre ou outros sinais de infecção e realizou os exercícios de fisioterapia com boa tolerabilidade”, afirmaram os médicos no boletim divulgado no início da noite deste sábado.

Bolsonaro publicou foto no Twitter - Reprodução/Twitter

O novo vídeo de Bolsonaro

Para manter a campanha ativa, a equipe de Jair Bolsonaro vai publicar nas redes um novo vídeo enfatizando o discurso do capitão contra a corrupção e “com o que ele chama de doutrinação de gênero”, publica a Folha.

“Tem que jogar pesado: valorizar a PF, o Ministério Público, os homens que realmente vão atrás desses que teimam em roubar a nação”, diz Bolsonaro no vídeo.

VÍDEO: Ciro agride entrevistador

Ontem, em ato de campanha em Boa Vista, Roraima, Ciro Gomes agrediu fisicamente Luiz Nicolas Maciel Petri, que o entrevistava, e o chamou de “filho da puta”.

“Vai para a casa de Romero Jucá, seu filho da puta. Esse cara é do Romero Jucá. Tira ele, tira ele, prende ele aí”, disse o pedetista.

Assista:

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Onyx Lorenzoni vai à PGR contra advogados de agressor de Bolsonaro

O deputado Onyx Lorenzoni e o advogado Adão Paiani protocolaram na PGR uma representação contra os advogados de Adélio Bispo de Oliveira, o homem que tentou matar Jair Bolsonaro.

No documento, obtido por O Antagonista, eles alegam que os advogados estejam atuando no caso não apenas na condição de defensores do autor do atentado, “mas como garantes de uma organização criminosa responsável pela prática de um atentado de natureza política”.

“A conduta, atuação, comportamento, declarações e contradições dos ora representados frente ao episódio em tela – inédito na história republicana brasileira, onde um candidato a Presidente da República é vítima de uma tentativa de assassinato – levanta suspeitas plausíveis”, escrevem.

Eles argumentam que os advogados, quando questionados sobre a origem dos recursos recebidos a título de honorários, apresentaram “versões contraditórias, e que não apenas deixam de colaborar com a elucidação das dúvidas que pairam sobre seu real papel no episódio, mas acabam por embaraçar a própria investigação policial em andamento, voltada não apenas para a conduta do executor do crime, mas que também busca apurar a existência de uma estrutura organizada criada dar suporte ao cometimento do delito”.

Fonte: Reuters

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