Em meio a guerra comercial com EUA, China reitera compromisso de reformas

Publicado em 02/09/2018 18:49

PEQUIM (Reuters) - A China ainda está determinada a realizar reformas e quer trabalhar com todas as partes para criar um economia mundial aberta, disse o presidente chinês Xi Jinping neste domingo, reiterando a mensagem de Pequim em meio a uma amarga guerra comercial com Washington.

Os dois países têm imposto uma série de tarifas nas exportações um do outro enquanto a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, busca atacar vários assuntos desde o grande desequilíbrio comercial com a China até transferências forçadas de tecnologia.

A China criticou os Estados Unidos por usar medidas protecionistas e unilaterais e diz que vai continuar abrindo sua economia, fornecendo um ambiente justo e transparente para negócios estrangeiros.

Após se encontrar com o secretário-geral da ONU, António Guterres, em Pequim antes de uma cúpula China-África, Xi não fez menção direta às tensões comerciais com os Estados Unidos, referindo-se, em vez disso, a "unilateralismo e protecionismo".

"A determinação da China de aprofundar totalmente as reformas não vai mudar", disse o ministro das Relações Exteriores da China relatando o que Xi disse Guterres.

"Estamos dispostos a tomar ações práticas para levar todas as partes a aderir conjuntamente à liberalização e facilitação comercial e construir uma economia mundial aberta", acrescentou Xi.

 

Acordo sobre maior pacto comercial do mundo deve ocorrer em novembro, diz Cingapura

CINGAPURA (Reuters) - O ministro do Comércio de Cingapura disse na véspera que o amplo acordo sobre maior pacto comercial do mundo deve ser fechado durante uma cúpula dos países participantes na cidade-estado em novembro, seis anos depois que as negociações começaram.

Chamado de Parceria Econômica Regional Compreensiva (RCEP, na sigla em inglês), o acordo comercial inclui os dez membros da Associação das Nações do Sudoeste Asiático (Asean), Austrália,Índia, Japão, Coréia do Sul, Nova Zelândia e a segunda maior economia do mundo, a China.

O acordo não inclui os Estados Unidos, que está preso em uma disputa comercial com a China e se retirou de outro amplo acordo internacional de comércio em 2017, chamado de Parceria Trans-Pacífica (TPP). A Casa Branca disse na sexta-feira que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não participaria do encontro de líderes em Cingapura em novembro.

Indagado pela Reuters após o encontro regional de ministros econômicos se os países participantes trabalhavam por um acordo a tempo da cúpula no meio de novembro, o ministro do Comércio Chan Chun Sing disse:

"Sim. Estamos buscando um acordo amplo, uma marca, para ser alcançada... quando os líderes se reunirem no fim do ano."

Entretanto, ele disse que não estava claro quando um acordo final seria assinado.

"Sobre a próxima fase do trabalho, uma vez que tenhamos ultrapassado esse ponto teremos uma ideia melhor... é um pouco cedo para dizer neste momento", disse Chan.

Italianos são mais importantes que agências de rating, diz vice-primeiro-ministro

MARINA DI PIETRASANTA, Itália (Reuters) - O governo populista da Itália vai fazer uma "escolha histórica" entre as necessidades dos cidadãos e o que as agências de classificação de risco dizem que precisa ser feito, disse o vice-primeiro-ministro neste domingo, respondendo ao corte da perspectiva da dívida italiana pela Fitch.

Na sexta-feira, a Fitch mudou a perspectiva do terceiro maior devedor estatal do mundo para "negativo" ante "estável", citando preocupações sobre a "natureza nova" do governo e suas promessas de elevação de gastos.

O ministro da Economia, Giovanni Tria, reagiu na véspera, dizendo que a Itália iria respeitar os compromissos orçamentários com a União Europeia com escolhas políticas concretas nas semanas à frente.

Mas neste domingo o vice-primeiro-ministro, Luigi Di Maio, que também é líder do Movimento 5 Estrelas, foi menos diplomático, prometendo seguir em frente com a principal promessa de campanha de seu partido - uma renda mínima para os pobres.

"A renda universal deve começar em 2018", disse Di Maio, durante uma conferência na costa toscana. "Colocamos o financiamento no Orçamento para que ao menos 5 milhões de italianos pobres possam voltar ao trabalho."

Di Maio disse que, diferentemente dos governos anteriores, a aliança composta pelo 5 Estrelas pela Liga de extrema direita, que tomou posse em junho, responderia aos cidadãos antes das agências de classificação de risco.

"Nós não podemos pensar em ouvir as agências rating e acalmar os mercados, e então apunhalar os italianos pelas costas", disse ele. "Nós vamos sempre escolher os italianos primeiro."

O Itália deve divulgar até o fim do mês as metas de crescimento e das contas públicas, e as linhas gerais de seu Orçamento devem ser aprovadas até o fim de outubro.

Theresa May mantém firmeza sobre plano do Brexit, mas ceticismo persiste

LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra do Reino Unido Theresa May afirmou que não vai permitir concessões em sua estratégia do Brexit que sejam contra o interesse nacional, buscando dissipar o temor de alguns membros de seu Partido Conservador de que ela ceda às demandas de Bruxelas nas negociações. 

No entanto, as declarações dela causaram ceticismo, inclusive do ex-negociador do Brexit David Davis, que disse que a promessa foi pouco tranquilizadora e que ele aposta que o Parlamento não dará aval ao plano de May. 

Faltando menos de dois meses para que Grã-Bretanha e União Européia cheguem a um acordo para encerrar mais de 40 anos de união, Theresa May tem enfrentado dificuldades para vender o que ela chama de um "Brexit amigável para a economia" dentro do seu próprio partido e diante de um país dividido.

Depois de uma reação inicialmente cética, a União Europeia está formulando sua resposta ao que ficou conhecido como o plano de Chequers, projetado para proteger o comércio transfronteiriço.

Pressionada entre aqueles no Reino Unido que recusam mais concessões e uma UE exigindo mais concessões, May se verá diante de futuras rodadas de negociação cada vez mais complicadas, seguidas de uma votação no parlamento sobre qualquer que seja o acordo definido.

"Não serei pressionada a aceitar concessões sobre o plano de Chequers que não sejam do nosso interesse nacional", escreveu May no jornal Sunday Telegraph. O Parlamento retorna das férias de verão na próxima  terça-feira.

"Os próximos meses serão críticos para moldar o futuro do nosso país e minha missão está muito clara."

Tanto a Grã-Bretanha como a União Europeia intensificaram o plano de contingência, caso os dois lados não consigam chegar a um acordo a tempo, colocando os mercados financeiros no limite e enfraquecendo a libra esterlina diante da perspectiva de desorganização econômica. 

May também disse que não realizará um segundo referendo sobre a adesão da Grã-Bretanha à União Européia, reiterando uma posição de longa data na tentativa de combater as crescentes campanhas por mais uma votação pública sobre a saída ou permanência no bloco.

"Fazer o referendo novamente seria uma grande traição à nossa democracia", disse May. 

Presidente da Argentina vai cortar ministérios em ajuste fiscal, dizem jornais


BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente argentino Mauricio Macri planeja eliminar vários ministérios do governo federal numa tentativa de reduzir o déficit orçamentário e travar uma corrida contra o peso, publicaram dois jornais neste domingo.

O jornal La Nacion informou que 13 ministérios seriam cortados ou fundidos com outros, citando fontes anônimas do governo, enquanto o Clarin colocou o número em 10. Ambos os periódicos disseram que as Pastas de Ciência, Cultura, Energia, Agricultura e Turismo deixariam de existir como unidades separadas.

A reformulação do governo vem depois de Macri pedir na semana passada ao Fundo Monetário Internacional para acelerar os desembolsos de um empréstimo de 50 bilhões de dólares.

O governo prometeu adotar ainda mais austeridade e o ministro da Economia, Nicolas Dujovne, deve anunciar uma série de medidas econômicas nesta segunda-feira.

Porta-vozes de Macri, da chefia de gabinete do ministério e do ministério da Economia da Argentina não responderam imediatamente a pedidos por comentários.

 

Fonte: Reuters

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