S&P 500 alcança novo recorde e mais longa tendência de alta
NOVA YORK (Reuters) - O S&P 500 alcançou sua maior sequência de altas consecutivas nesta sexta-feira, fechando acima de seu recorde anterior de janeiro, com o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, reafirmando o atual ritmo de aumentos na taxa de juros do banco central dos Estados Unidos.
O índice Dow Jones subiu 0,52 por cento, a 25.790 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,619885 por cento, a 2.875 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,86 por cento, a 7.946 pontos.
A última vez que o S&P 500 havia chegado a uma máxima recorde foi no dia 26 de janeiro, então caiu mais de 10 por cento, uma correção que durou até o dia oito de fevereiro. O fechamento recorde desta sexta-feira confirmou que a tendência positiva do índice permanece intacta.
Falando em um simpósio de pesquisa em Jackson Hole, Wyoming, Powell disse que as elevações graduais da taxa de juros promovidas pelo Fed são a melhor maneira de proteger a recuperação econômica, manter um crescimento forte do emprego e manter a inflação sob controle. Seus comentários mexeram pouco com as expectativas do mercado de uma nova alta de juros em setembro e possivelmente mais uma em dezembro.
Investidores disseram que os comentários de Powell foram na mesma linha de falas anteriores do Fed sobre a sua política. Os dados econômicos também impulsionaram os ânimos.
Novos pedidos de bens de capital produzidos nos EUA aumentaram mais que o esperado em julho e o crescimento de embarques seguiu firme, disse o Departamento de Comércio norte-americano.
"Isso é o que os mercados querem ouvir", disse o estrategista-chefe de mercado da Bruderman Asset Management, Oliver Pursche.
"Os dados econômicos e um ambiente forte como um todo é a base, e (Powell) não entrou no meio disso".
Mais altas de juros é a melhor maneira de proteger a recuperação dos EUA, diz Powell
Por Howard Schneider e Ann Saphir
JACKSON HOLE, EUA (Reuters) - Os aumentos constantes da taxa de juros pelo Federal Reserve são a melhor maneira de proteger a recuperação econômica dos Estados Unidos e manter o crescimento do mercado de trabalho o mais forte possível e a inflação sob controle, disse o chairman do banco central norte-americano, Jerome Powell.
Endossando a postura de política monetária do Fed poucos dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter criticado as altas de juros, Powell usou o simpósio anual de Jackson Hole para "explicar hoje porque meus colegas e eu acreditamos que esse processo gradual...continua apropriado".
"A economia está forte. A inflação está perto da nossa meta de 2 por cento e a maioria das pessoas que querem um emprego está encontrando um... Se o crescimento forte na renda e no mercado de trabalho continuar, mais aumentos graduais na meta para a taxa de juros provavelmente serão apropriados".
As declarações de Powell não foram uma resposta direta à crítica de Trump de que ele não está "empolgado" com o aumento dos juros pelo Fed enquanto tenta estimular o crescimento econômico. No entanto, a conferência anual do Fed de Kansas está entre os principais eventos anuais do banco central, chamando a atenção da mídia internacional com uma audiência que inclui representantes dos bancos centrais de outros países.
O tema de discussão deste ano envolve mudanças na estrutura do mercado e Powell usou esse tópico para explicar o motivo de mudanças em conceitos como o nível de "pleno emprego" e a taxa neutra de juros" justificarem aumentos graduais nos juros.
Ele disse que os erros do passado do Fed, como a estimativa incorreta do pleno emprego que permitiu que a inflação acelerasse na década de 1970, significam que o banco central hoje não deve assumir que suas estimativas atuais dessas variáveis econômicas são precisas.
O Fed "tem navegado por uma série de superaquecimentos e apertos prematuros com apenas uma visão vaga sobre o que parece estar mudando os mapas de navegação", disse Powell.
Com o desemprego tão baixo, "por que (o Comitê Federal de Mercado Aberto) não está apertando mais a política monetária para evitar superaquecimento e inflação? Sem um sinal claro de um problema de inflação, por que o Fomc está apertando a política monetária, sob o risco de sufocar o crescimento do emprego e a expansão contínua?"
A solução, disse ele, é agir com cuidado.
"Eu vejo a trajetória atual de elevar gradualmente a taxa de juros como a abordagem do Fomc de levar a sério ambos os riscos."
A expectativa é de que Fed aumente a taxa de juros em setembro e talvez novamente em dezembro, dando continuidade ao que se refere como "normalização" em 2019.