Mercado faz poucas mudanças nas projeções econômicas; vê preços administrados um pouco maiores

Publicado em 20/08/2018 09:11

SÃO PAULO (Reuters) - O mercado fez poucos ajustes nas suas projeções para a economia na semana passada, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central nesta segunda-feira, mantendo as visões de que a taxa básica de juros não será mexida tão cedo e que a inflação continuará abaixo do centro da meta oficial neste e no próximo ano.

Uma leve mudança houve nas estimativas sobre os preços administrados, cuja alta para 2018 passou a 7,10 por cento, sobre 7,00 por cento antes, mas nada suficiente para mudar as cotas sobre o IPCA, que continuaram mostrando alta de 4,15 e 4,10 por cento em 2018 e 2019, respectivamente.

Para este ano, o centro da meta oficial é 4,50 por cento e, para o ano seguinte, de 4,25 por cento, ambas com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Em julho, o IPCA desacelerou sua alta mensal a 0,33 por cento, após salto de 1,26 por cento no mês anterior devido aos impactos da greve dos caminhoneiros. O movimento de desaceleração já era esperado, mas foi menos intenso do que as projeções de analistas ouvidos pela Reuters, de alta mensal de 0,27 por cento.

Com isso, o mercado manteve sua visão de que a Selic fechará este ano no atual patamar e mínima histórica de 6,50 por cento e 8 por cento no fim de 2019.

Recentemente, o BC reforçou que o cenário de inflação continuará favorável se não houver choques adicionais. No início deste mês, o BC manteve a taxa básica de juros em 6,50 por cento, ressaltando que a retomada da atividade econômica será ainda mais gradual do que a esperada antes da greve dos caminhoneiros.

O Focus mostrou ainda que as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2018 foram mantidas em 1,49 por cento e, para 2019, em 2,50 por cento. Também não mudaram as visões sobre o dólar, a 3,70 reais tanto no fim deste ano quanto no ano que vem.

Na semana passada, foi divulgado que o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 3,29 por cento em junho, compensando totalmente a queda de 3,28 por cento vista no mês anterior, marcado pela greve dos caminhoneiros.

Porém, a economia brasileira fechou o segundo trimestre com queda de 0,99 por cento em relação aos três meses anteriores, depois de ter subido 0,20 por cento entre janeiro e março na mesma base de comparação.

Fonte: Reuters

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