China e EUA vão negociar disputa comercial no final de agosto
PEQUIM (Reuters) - A China vai realizar nova rodada de negociações comerciais com os Estados Unidos em Washington no final deste mês, informou o governo chinês nesta quinta-feira, movimento que pode trazer esperança para o progresso na resolução de um conflito que colocou os mercados financeiros mundiais no limite.
Uma delegação chinesa liderada pelo vice-ministro do Comércio, Wang Shouwen, se reunirá com representantes dos EUA liderados pelo subsecretário do Tesouro para Assuntos Internacionais, David Malpass, informou o Ministério do Comércio em comunicado.
Embora o engajamento tenha sido visto por analistas e empresários como positivo, eles alertaram que as negociações provavelmente não levariam a um avanço, já que ocorrerão entre funcionários de segundo escalão.
Também continua a grande lacuna entre os dois lados sobre as exigências de Washington de que Pequim melhore o acesso ao mercado e as proteções de propriedade intelectual para as empresas dos EUA, e reduza o déficit comercial de 375 bilhões de dólares com a China.
"O segundo escalão da delegação sugere que ambos os lados permanecem distantes, e um acordo para essa visita é muito improvável", escreveu o chefe do escritório de Pequim do banco de investimento Everbright Sun Hung Kai, em nota, Jonas Short.
As notícias da reunião deram impulso ao iuan e ajudaram a limitar as perdas nos mercados de ações da China.
As duas maiores economias do mundo estão numa disputa de tarifas desde o início do ano envolvendo centenas de bilhões de dólares.
Mercados de ações chineses caem pelo 4º dia seguido apesar de notícia sobre negociações comerciais
XANGAI (Reuters) - Os mercados de ações chineses atingiram níveis próximos às mínimas de dois anos e meio durante o pregão nesta quinta-feira, com a recente queda do iuan reduzindo a confiança dos investidores, mas notícias sobre negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China ajudaram a recuperar parte das perdas.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,44 por cento, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,63 por cento. Ambos os índices marcaram a quarta sessão consecutiva de perdas.
A China informou que uma delegação participará da próxima rodada de conversas comerciais com os EUA em Washington no final deste mês, em mais uma tentativa de minimizar o conflito que colocou os mercados mundiais no limite.
O iuan da China recuou para a mínima de 15 meses contra o dólar no dia anterior e se aproximou do nível não visto desde 2008, com o dólar estendendo ganhos e uma série de dados apontando para desaceleração adicional na economia chinesa.
No restante da região, os mercados asiáticos atingiram a nova mínima de um ano nesta sessão, puxadas pelas preocupações com a desaceleração econômica da China e a crise cambial na Turquia, embora as novas negociações entre os EUA e a China tenham ajudado a compensar parte dessas perdas.
O índice MSCI, que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão, tinha queda de cerca de 1 por cento às 7:48 (horário de Brasília).
. Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,05 por cento, a 22.192 pontos.
. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,82 por cento, a 27.100 pontos.
. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,63 por cento, a 2.705 pontos.
. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,44 por cento, a 3.277 pontos.
. Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,80 por cento, a 2.240 pontos.
. Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,31 por cento, a 10.683 pontos.
. Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,69 por cento, a 3.211 pontos.
. Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,01 por cento, a 6.328 pontos.