S&P e Dow Jones recuam após decisão do Fed; tecnologia impulsiona Nasdaq

Publicado em 01/08/2018 18:20 e atualizado em 01/08/2018 21:06

NOVA YORK (Reuters) - Os índices acionários dos Estados Unidos recuaram nesta quarta-feira, com ganhos nas ações da Apple sendo compensados por uma queda nas empresas industriais e de energia, enquanto o Federal Reserve, banco central norte-americano, manteve o juro estável.

O índice Dow Jones caiu 0,32 por cento, a 25.333 pontos, enquanto o S&P 500 cedeu 0,1 por cento, a 2.813 pontos. O Nasdaq avançou 0,46 por cento, a 7.707 pontos.

O Fed manteve a taxa de juros inalterada e reiterou sua visão de que a economia dos EUA está crescendo, que o mercado de trabalho norte-americano está se fortalecendo, e que a inflação segue perto da meta de 2 por cento desde a última alta dos juros em junho.

"O Fed demonstrou que está disposto a deixar a economia um pouco mais quente, desde que não preveja aumento significativo na inflação, o que potencialmente serviria como um obstáculo para a atual alta do mercado", disse Bob Baur, diretor global de economia da Principal Global Investors.

Enquanto as ações de tecnologia puxaram o Nasdaq para cima, as preocupações com o comércio se intensificaram com a notícia de que o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, está considerando aumentar as tarifas de 10 para 25 por cento, sobre 200 bilhões de dólares em importações chinesas.

"Está claro que muitas empresas estão cada vez mais preocupadas com a direção que (a disputa tarifária) está tomando", disse Bernard Baumohl, economista-chefe global do Economic Outlook Group.

A ação da Apple atingiu o maior nível após a empresa divulgar resultados na terça-feira, superando estimativas e prevendo vendas melhores do que o esperado com a forte demanda de celulares. A empresa está perto de atingir 1 trilhão de dólares em valor de mercado.

O setor de energia foi pressionado por uma queda nos preços do petróleo bruto, no aumento dos estoques dos EUA e o inesperada aumento da produção da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Fed não muda taxa de juros e mantém caminho para alta em setembro

WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, manteve a taxa de juros no intervalo entre 1,75 e 2 por cento nesta quarta-feira, mas caracterizou a economia como forte, mantendo o Fed no caminho para aumentar os custos dos empréstimos em setembro.

O Fed informou que a economia dos EUA tem crescido fortemente e que o mercado de trabalho norte-americano continua se fortalecendo, enquanto a inflação permaneceu perto da meta de 2 por cento desde sua última reunião de junho, quando elevou os juros.

"Os ganhos com emprego foram fortes, em média, nos últimos meses, e a taxa de desemprego permaneceu baixa. Os gastos das famílias e os investimentos fixos nos negócios cresceram fortemente", informou o Fed via declaração unânime após a conclusão de sua mais recente reunião de política monetária.

O Fed atualmente espera mais dois aumentos de juros até o final do ano. Os investidores haviam descartado a possibilidade de mudança na reunião desta semana, com expectativa de aumento das taxas no próximo mês e em dezembro.

O chair do Fed, Jerome Powell, disse recentemente que a economia está em um "lugar realmente bom" e prometeu continuar com aumentos graduais nos custos dos empréstimos, a fim de manter expansão econômica dos EUA.

A economia cresceu ao ritmo de 4,1 por cento no segundo trimestre, o melhor desempenho em quase quatro anos, com consumidores impulsionando os gastos e agricultores apressando os embarques de soja para a China para se anteciparem às tarifas retaliatórias.

A inflação também está se recuperando após seis anos sem cumprir a meta do Fed. A medida preferencial de inflação do banco central --o índice de preços ao consumidor (PCE, na sigla em inglês) excluindo alimentos e componentes de energia-- subiu ao ritmo de 2 por cento no segundo trimestre.

Os custos trabalhistas dos EUA, vistos como um dos melhores indicadores de quanta folga é deixada no mercado, também registraram o maior ganho anual desde 2008 no segundo trimestre.

Fonte: Reuters

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