Dólar tem leves oscilações ante real em dia de briga por Ptax
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava com leves oscilações ante o real nesta quarta-feira, com a briga pela formação da Ptax de final de mês deixando em segundo plano a cena externa mais positiva.
Às 11:16, o dólar avançava 0,37 por cento, a 3,7529 reais na venda, depois de recuar mais de 1 por cento logo após a abertura e tocar a mínima de 3,6868 reais. Na máxima, foi a 3,7589 reais. O dólar futuro subia 0,31 por cento.
"O exterior ajudou bastante na abertura, bem como o Banco Central, que atuou no último pregão do mês, quando normalmente não age. Mas a formação da Ptax impede qualquer outra avaliação", comentou o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
A Ptax é uma taxa calculada pelo BC e usada na liquidação de diversos contratos cambiais e, no dia do seu fechamento mensal, os investidores tendem a "brigar" pela cotação mais favorável, o que pode adicionar mais vaivém aos mercados.
Nesta sessão, o BC fez leilão e vendeu todo o lote de até 15 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. A autoridade não costuma fazer intervenções no último pregão do mês para não interferir na Ptax, mas considerou que a recente tensão dos investidores justificava sua ação. No mês até a véspera, o dólar já acumulava alta de 6,73 por cento.
O BC, também para acalmar os ânimos, já avisou que vai continuar promovendo esses leilões, bem como rolará integralmente o vencimento de swaps que vencem em julho e somam 8,762 bilhões de dólares.
No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas com a recuperação do euro das mínimas de dez meses após notícias de que o maior partido da Itália fará nova tentativa de formar um governo de coalizão para encerrar meses de turbulência política.
Os dados mais fracos da economia norte-americana também favoreciam o recuo da moeda norte-americana, que perdia terreno ante divisas de países emergentes, como o peso mexicano.
O feriado de Corpus Christi, na quinta-feira, também era motivo de cautela para os investidores no mercado local, em meio às incertezas com o desfecho da paralisação dos caminhoneiros e também com o andamento da greve dos petroleiros.