CNA pede reforço da escolta para transportar animais vivos (em O Antagonista)

Publicado em 28/05/2018 19:30

A CNA pediu hoje ao governo a intensificação da escolta para o transporte de produtos perecíveis (carnes, leite, frutas e hortaliças), carga viva e rações em todo o país, informa O Globo.

Em ofício enviado a Raul Jungmann e Joaquim Silva e Luna, o presidente da entidade de agricultores e pecuaristas, João Martins, afirma que 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos estão recebendo alimentação insuficiente.

“As condições críticas e o risco de canibalização já resultaram na morte de 64 milhões de aves adultas e pintinhos”, escreveu o presidente da CNA.

No documento, a entidade disse ser sensível à situação dos caminhoneiros em greve, mas insistiu na urgência da escolta, “para evitar a continuidade da morte de milhões de animais e o desabastecimento da sociedade brasileira”.

Leia a íntegra do comunicado:

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu ao governo, nesta segunda (28), a “intensificação da escolta” para o transporte de produtos perecíveis (carnes, leite, frutas e hortaliças), carga viva e insumos para alimentação de animais (rações) em todo o País.

No ofício enviado aos ministros Raul Jungmann (Segurança Pública) e Joaquim Silva e Luna (Defesa), o presidente da CNA, João Martins, afirma que a Confederação é “sensível ao momento delicado em que o País se encontra e a importância das políticas públicas para a melhoria das condições dos transportes e a qualidade de vida do motorista”, mas que a “produção agropecuária já acumula prejuízos, nos oito dias de protestos, que ultrapassam bilhões de reais”. 

O texto do ofício diz ainda que 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos estão recebendo alimentação insuficiente. “As condições críticas e o risco de canibalização já resultaram na morte de 64 milhões de aves adultas e pintinhos”.

A entidade pede urgência e prioridade para a escolta dos produtos perecíveis e insumos para evitar a continuidade da morte “de milhões de animais e o desabastecimento da sociedade brasileira”. “Os danos causados ao setor agropecuário estão tomando proporções irreparáveis, sob o ponto de vista econômico, social e ambiental".

O pedido está fundamentado no Decreto 9.382/2018, de 25 de maio, que autoriza o emprego das forças armadas para garantia da lei e da ordem na desobstrução de vias públicas, sob a coordenação dos Ministérios da Defesa e Extraordinário da Segurança Pública.

O decreto prevê a escolta de veículos que fazem serviços essenciais ou transportem produtos considerados essenciais, além de garantia de acesso a locais de produção ou distribuição desses produtos.

Acesse os ofícios na íntegra:

Ofício ao Ministério da Segurança Pública

Ofício ao Ministério da Defesa

Secretário do Mapa alerta para aumento de morte de animais

Brasília (28/05/2018) - Em reunião com representantes do setor produtivo na tarde desta segunda (28/5), o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Roberto Novacki, afirmou que está levando as informações do setor para o grupo de crise da Presidência da República, tendo em vista a situação crítica que se encontra o setor agropecuário devido ao bloqueio das estradas. 

“Temos caminhões de ração que não conseguem chegar às granjas. Temos a iminência de morte de um milhão de animais. Esse número pode chegar a um bilhão de animais”, afirmou Novacki. 

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou da reunião. De acordo com Novacki, o governo federal está empenhado em fazer com que os caminhões voltem a circular. 

Na manhã desta segunda (28/5), a CNA enviou ofícios aos ministros Raul Jungmann (Segurança Pública) e Joaquim Silva e Luna (Defesa) solicitando  escolta para produto perecível, insumo e carga viva. 
Para ler os ofícios, acesse aqui.

O Brasil não pode continuar parado!, diz a CNI (Confederação Nacional da Indústria)

Em nota, CNI afirma que o país está na iminência de problemas ainda mais graves do que foram vistos até agora. O abastecimento de água para uso humano está comprometido porque não estão sendo entregues produtos químicos para tratamento
 

Estamos na iminência de problemas ainda mais graves do que vimos até agora. Não se trata apenas de distribuição de combustíveis.

Sem ração, já foram sacrificadas 100 milhões de aves. Além de deixar as famílias brasileiras sem ovos e sem carne, há um grave risco à saúde pública e ao meio ambiente. Não há sequer como enterrar as carcaças desses animais. Desde o início da paralisação, foram jogados fora 300 milhões de litros de leite.

O abastecimento de água para uso humano está comprometido porque não estão sendo entregues produtos químicos para tratamento. 

Corremos o risco de ficar sem comunicação. Os grupos geradores, que suprem energia para as telecomunicações na ausência da energia elétrica, necessitam de diesel e podem parar de funcionar. Além disso, as equipes de manutenção enfrentam dificuldades para se deslocar. 

Crianças estão fora das escolas. Pacientes em hospitais correm risco de morrer por ausência de insumos, como oxigênio. 

Milhões de brasileiros não conseguem trabalhar. Já temos 13,7 milhões de desempregados e esse número deve piorar. A retomada do crescimento econômico, que já vinha lenta, pode demorar muito mais.

Não é hora para movimentos oportunistas. Novas paralisações, neste momento, são inaceitáveis. Cada um precisa assumir a sua parte de responsabilidade para superar essa situação. A prioridade deve ser o reabastecimento imediato e aceleração da discussão sobre os problemas estruturais do país, tais como revisão do papel da Petrobras, revisão tributária, reavaliação da matriz de transporte e investimento em infraestrutura.

A indústria brasileira, representada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pelas federações estaduais e pelas associações setoriais, conclama as autoridades a buscar uma solução imediata para essa situação. É fundamental que a Presidência da República, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público e os governos estaduais se empenhem para vencer essa crise.

Confederação Nacional da Indústria

Fonte: OAntagonista/Assessorias CNA/CNI

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