Dólar sobe mais de 1% e vai a R$ 3,70, com feriado nos EUA e greve dos caminhoneiros
O dólar sobe ante o real nesta segunda-feira (28), no terceiro dia consecutivo de alta, voltando ao patamar de R$ 3,70. É esperada liquidez reduzida nos negócios com o feriado do Memorial Day nos Estados Unidos e com os investidores ainda cautelosos com o desenrolar da greve dos caminhoneiros e possíveis impactos na atividade econômica.
Às 09h52, a moeda norte americana tinha valorização de 1,13%, a R$ 3,7050 na venda. Na máxima do dia, a cotação chegou a R$ 3,7155.
Na sexta-feira (25), o dólar terminou o dia cotado a R$ 3,6651, alta de 0,49%. Na semana, a alta foi de 2,03% e no mês, de 4,64%. No acumulado do ano, a moeda subiu 10,61% ante o real.
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Bovespa recua mais de 2% com apreensão sobre efeito de greve dos caminhoneiros
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O tom negativo prevalecia na bolsa paulista nesta segunda-feira, em meio a preocupações com os efeitos fiscais e na Petrobras das medidas anunciadas na véspera pelo governo para encerrar a greve dos caminhoneiros, bem como o impacto econômico em vários setores da paralisação que já dura 8 dias e tem provocado desabastecimento em diferentes categorias.
A queda nos preços do petróleo no mercado externo e o fortalecimento do dólar frente a uma cesta de divisas endossavam o viés negativo no mercado acionário brasileiro, em sessão sem a referência de Wall Street, onde as bolsas estão fechadas por feriado nos Estados Unidos.
Às 11:00, o Ibovespa caía 2,51 por cento, a 76.913 pontos, se aproximando da mínima intradia do ano de 76.402 pontos.
O volume financeiro somava 978 milhões de reais.
Após uma primeira tentativa de acordo frustrada pela recusa dos caminhoneiros, o governo cedeu e fez uma série de concessões, como a redução do diesel em 46 centavos e o congelamento do preço por um período de 60 dias, entre outras medidas exigidas pelos manifestantes. Apenas a redução do diesel terá um custo de 9,5 bilhões de reais no Orçamento.
O gestor Marco Tulli Siqueira, da mesa de operações de Bovespa da Coinvalores, destacou que, apesar de Petrobras estar mais em evidência e sofrer com preocupações sobre potenciais efeitos, a greve também tem atingido os demais setores. "Há um desabastecimento generalizado, inclusive na cadeia alimentar", ressaltou.
Nesta manhã, a fabricante de carrocerias de ônibus Marcopolo e a Suzano Papel e Celulose anunciaram paralisação das atividades devido à greve dos caminhoneiros.
Agentes financeiros também veem aumento do risco político com os últimos eventos, complicando ainda mais um já nebuloso cenário eleitoral neste ano. "(O noticiário recente) sinaliza aumento da tensão doméstica e fragilidade do governo, destacou o sócio da gestora Galt Capital, Igor Lima, ponderando também que a ausência de Nova York deve ter efeito no fluxo de recursos.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON recuavam 7,5 e 7,4 por cento, respectivamente, com investidores ainda receosos acerca de ingerência governamental na companhia, após anúncio de que os reajustes do diesel da companhia passarão a ser mensais, dentro das negociações para encerrar a greve dos caminhoneiros. A Petrobras disse que as medidas anunciadas na véspera não incorrerão em prejuízo para a empresa. As operações com as ações ainda tinham de pano de fundo o recuo do petróleo, anúncio de redução de preços de gasolina pela Petrobras e convocação de greve por petroleiros.
- B2W caía 4,7 por cento e LOJAS AMERICANAS PN perdia 3,93 por cento, com o setor de varejo também sendo afetado por problemas de fornecimento. VIA VAREJO UNIT recuava 3 por cento
- BANCO DO BRASIL perdia 4,7 por cento, sofrendo com a percepção de cenário político mais frágil do país. ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN caíam 2,65 e 2,29 por cento, respectivamente, pesando no Ibovespa, em razão do peso relevante de ambos detêm na composição do índice, contaminados pelo viés negativo na bolsa como um todo.
- ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON caíam 5,15 e 5,05 por cento, respectivamente, em meio à avaliação de maior fragilidade política no país, além da frustração dos investidores com a dificuldade do governo para seguir adiante com a privatização da companhia.
- ECORODOVIAS perdia 5,54 por cento e CCR recuava 4,15 por cento, com os papéis afetado pela greve dos caminhoneiros em si, que bloqueou o tráfego em diversas rodovias no país, incluindo alguns trechos operados pelas concessionárias, mas também pelas medidas anunciadas na véspera estendendo para rodovias estaduais e federais a suspensão da cobrança de pedágio pelo terceiro eixo de caminhões vazios.
- VALE tinha variação positiva de 1,3 por cento, com o preço do minério de ferro à vista na China quase estável, enquanto os futuros do aço naquele país subiram para máximas em uma semana nesta segunda-feira.
- SUZANO e FIBRIA subiam 4,9 e 0,74 por cento, respectivamente. Ambos são considerados papéis defensivos em cenários turbulentos, dada a alta correlação com o dólar - que se valoriza ante o real nesta sessão - e pouca relação com a atividade doméstica. A Suzano anunciou nesta manhã que precisou paralisar suas operações em razão da greve dos caminhoneiros.
(Por Paula Arend Laier)
No G1: Bovespa cai quase 3% com greve dos caminhoneiros; Petrobras recua mais de 8%
principal índice de ações da bolsa brasileira (B3) operava em forte queda na manhã desta segunda-feira (28), em meio à cautela com os efeitos das medidas anunciadas na véspera pelo governo para encerrar a greve dos caminhoneiros nas contas públicas e na Petrobras. As ações da estatal caíam ao redor de 8%.
Às 11h, o Ibovespa caía 2,51%, a 76.919 pontos. Veja a cotação.
Na sexta-feira, o índice fechou em queda de 1,53%, puxado pela desvalorização das ações de siderúrgicas, bancos e da Vale.
A queda nos preços do petróleo no mercado externo e o fortalecimento do dólar frente a uma cesta de divisas endossavam o viés negativo no mercado acionário brasileiro, segundo a Reuters, em sessão sem a referência de Wall Street, onde as bolsas estão fechadas por feriado nos Estados Unidos.
Greve dos caminhoneiros
Os caminhoneiros continuam parados mesmo após o governo anunciar na véspera que vai reduzir o preço do litro do diesel em R$ 0,46 por 60 dias.
A estimativa é de que esse subsídio custe R$ 10 bilhões aos cofres públicos. Outros R$ 4,9 bilhões serão repassados pelo governo à Petrobras neste ano para cobrir a redução de 10% no preço do diesel nas refinarias, anunciada na semana passada. Foi acordado ainda que os reajustes no preço do combustíveis só serão anunciados a cada 30 dias, no mínimo.
A possibilidade de os petroleiros também fazerem greve à partir de quarta-feira, véspera de feriado no Brasil, também contribui para maior cautela no mercado local nesta sessão, segundo a Reuters.
Destaques
Perto das 11h, as ações da Petrobras caíam ao redor de 5%, liderando as baixas dentro do Ibovespa, após o anúncio do governo para reduzir o preço do diesel e diante da queda dos preços internacionais de petróleo. As ações preferenciais, que dão preferência na distribuição de dividendos, caíam 8,23%, enquanto as ordinárias, que dão direito a voto em assembleias, recuavam 8,03%.
Leia a notícia na íntegra no site do G1.