Dólar encerra pregão desta segunda-feira (16) em baixa ante real com correção

Publicado em 16/04/2018 18:34

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar terminou a segunda-feira com pequena baixa ante o real com leve correção após a alta recente, movimento favorecido pela percepção de que não deve haver escalada militar na Síria após ataque dos Estados Unidos, França e Reino Unido no final de semana.

O dólar recuou 0,41 por cento, a 3,4120 reais na venda, depois de ter oscilado entre a mínima de 3,4060 reais e a máxima de 3,4366 reais. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,36 por cento.

"A operação militar dos EUA (e seus aliados) na Síria, até este momento, mostrou-se um ataque pontual e preciso", afirmou um gestor de investimentos de uma corretora nacional.

Forças dos Estados Unidos, França e Reino Unido realizaram ataques aéreos contra a Síria no início do sábado (horário local), em resposta a um ataque com gás venenoso que matou dezenas de pessoas na semana passada, na maior intervenção de potências ocidentais contra o presidente sírio, Bashar al-Assad.

Com a retórica de que não haveria mais ataques e sem respostas mais contundentes da Rússia, aliada do governo sírio, os mercados internacionais operaram com relativa calma nesta sessão, apostando que não haverá escalada militar na região.

No exterior, o dólar recuava ante a cesta de moedas com investidores respirando um pouco mais aliviados após os ataques. Ante divisas de países emergentes, o dólar operava com leves baixas.

Nas duas últimas semanas, o dólar acumulou alta 3,82 por cento ante o real, influenciado pelos temores com a cena política local e as eleições no final de ano, além de eventual guerra comercial entre Estados Unidos e China. Esses ganhos acabaram gerando movimento de correção nesta sessão, embora o fôlego tenha sido limitado por saída de recursos dos mercados locais.

Internamente, os investidores também seguiram de olho na cena política, a poucos meses das incertas eleições presidenciais. Neste fim de semana, pesquisa Datafolha mostrou que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguia na liderança da corrida eleitoral, uma semana depois de ter sido preso no âmbito da operação Lava Jato.

Com Lula como candidato, o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) seguia isolado em segundo lugar. Mas sem o petista, a ex-senadora Marina Silva (Rede) cresce e encosta no deputado, configurando empate técnico. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) também cresceu sem o petista no páreo.

"Ainda é cedo, mas a priori não foi uma pesquisa animadora", trouxe a corretora H.Commcor em relatório.

O mercado considera Lula um candidato menos comprometido com o ajuste fiscal e alguém com posições parecidas também não agrada.

O Banco Central vendeu todo o lote de 3,4 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 1,020 bilhão de dólares do total de 2,565 bilhões de dólares que vencem em maio.

Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Governo confirma contenção de gasto e vê déficit fiscal de R$28,8 bi em 2024, limite da banda de tolerância
Wall St encerra em alta com retorno de investidores às megacaps
Dólar cai ante real em dia favorável para as moedas emergentes
Arrecadação de junho teve alta real de 11%, mas ganhos ainda estão abaixo do necessário, diz secretário da Receita
Ibovespa tem alta modesta com Embraer e Petrobras minando efeito positivo de Wall Street
Taxas futuras de juros caem em dia positivo para emergentes e de confirmação de cortes de gastos no Brasil