Dólar renova máxima do ano, a R$ 3,4261, com cautela antes de 1ª pesquisa depois de prisão de Lula
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar terminou a sexta-feira em alta e renovou o maior nível ante o real desde dezembro de 2016, com investidores adotando postura mais cautelosa nesta véspera de fim de semana, de olho na cena política local e riscos geopolíticos globais.
O dólar avançou 0,53 por cento, a 3,4261 reais na venda, maior nível desde 5 de dezembro de 2016. Na semana, acumulou alta de 1,72 por cento. A moeda marcou a mínima de 3,3970 reais e a máxima de 3,4314 reais. O dólar futuro tinha alta de 0,40 por cento.
"O final de semana acaba gerando um movimento mais protecionista", explicou um gestor de uma corretora nacional.
O mercado estava na expectativa da divulgação da primeira pesquisa de intenção de voto após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vinha liderando os levantamentos.
No fim de semana, sai pesquisa Datafolha sobre o pleito de outubro e os agentes estarão de olho na posição dos possíveis candidatos, tendo como pano de fundo a questão do ajuste das contas públicas.
"A expectativa recai sobre o desempenho de candidatos tidos como reformistas", disse o operador da Advanced Corretora Alessandro Faganello.
No exterior, o foco estava voltado para o cenário geopolítico. A perspectiva de uma ação militar do Ocidente na Síria que possa levar à confrontação com a Rússia pairava sobre o Oriente Médio nesta sexta-feira, mas não estava claro se um ataque dos Estados Unidos era iminente.
"O iminente risco de uma perigosa escalada da situação (dos Estados Unidos) com a Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad, segue como o foco do risco para investidores", argumentou a corretora H.Commcor em relatório.
Com as tensões sob controle, por enquanto, o dólar operava próximo da estabilidade ante a cesta de moedas e caía ante as divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.
O Banco Central vendeu todo o lote de 3,4 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 850 milhões de dólares do total de 2,565 bilhões de dólares que vencem em maio.
Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.
(Por Claudia Violante)