Líder governista defende adiamento de votação da reforma da Previdência

Publicado em 02/02/2018 14:49

BRASÍLIA (Reuters) - A poucos dias do início da discussão formal da reforma da Previdência no Congresso, prevista para começar na próxima semana, mais uma liderança da base aliada defendeu, nesta sexta-feira, o adiamento da votação da proposta.

Líder do Solidariedade na Câmara, o deputado Aureo (RJ)defendeu que este é um tema a ser discutido nas eleições de outubro pela sociedade como um todo, para ser tocado então pelo próximo governo.

"Eu defendo não votar a reforma da Previdência. Acho que é um tema tão importante para o Brasil, que ela tem que ser o tema da eleição", disse o líder à Reuters.

"Somos governo, entendemos as propostas e apoiamos o governo em diversas matérias, mas a gente é um partido com compromisso com a classe trabalhadora do país e entendemos que temos que discutir, sanar dúvidas com a sociedade e construir a partir daí uma reforma para o Brasil", afirmou.

Para ele, o "timming" de votação da reforma já no mês de fevereiro está errado e defende que haja maior debate inclusive sobre o que o governo vem chamando de "combate a privilégios" que pretende promover com a reforma, em referência a grandes vencimentos ligados, principalmente, a servidores públicos.

"O governo fala de privilégios, o Solidariedade fala de conquistas... Vamos entender em um debate amplo o que é prioridade e o que dá para tirar", defendeu.

Aureo não é o primeiro parlamentar governista a defender que a votação da proposta não ocorra na semana do dia 19 de fevereiro, como quer o governo. Na quinta-feira, o vice-líder do governo na Câmara, Rogério Rosso (PSD-DF), defendeu pessoalmente em conversa com o presidente Michel Temer o adiamento da votação e avisou que o governo não conta com os votos necessários para aprovar a medida.

Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma da Previdência necessita dos votos favoráveis de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação na Câmara e depois ainda precisa ser analisada pelo Senado.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

Fonte: Reuters

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