Inflação deve fechar 2017 abaixo do piso da meta e BC terá de dar explicações

SÃO PAULO (Reuters) - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ter acumulado alta de 2,80 por cento em 2017 de acordo com pesquisa da Reuters, ficando abaixo do piso da meta oficial pela primeira vez desde a criação do regime de metas, em 1999.

A meta para a inflação no ano passado era de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 percentual para mais ou menos.

Abaixo mais informações sobre o regime de meta de inflação:

. O regime de metas de inflação no Brasil foi instituído em 1999 através de decreto, como diretriz para a fixação do regime de política monetária.

. A meta de 4,5 por cento vinha sendo adotada desde 2005 e será mantida até 2018. Neste período, a margem de tolerância começou com 2,5 pontos percentuais, permaneceu em 2 pontos entre 2006 e 2016 e passou a 1,5 ponto em 2017 e 2018.

. Para 2019, a meta foi definida em 4,25 por cento e para 2020 em 4 por cento, ambas com margem de 1,5 ponto percentual.

. A última vez que a inflação ficou fora da meta foi em 2015, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, um ano antes de sofrer impeachment. O IPCA encerrou aquele ano com alta de 10,67 por cento, com Alexandre Tombini à frente do BC.

. Em 2011 o IPCA ficou exatamente no limite máximo do objetivo.

. Quando ocorre o estouro da meta, o presidente do BC tem que publicar uma carta aberta ao ministro da Fazenda contendo:

.. descrição detalhada das causas do descumprimento;

.. providências para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos; e

.. o prazo no qual se espera que as providências produzam efeito.

. O último presidente do BC a escrever a carta foi Tombini, ao então ministro da Fazenda Nelson Barbosa. A carta foi datada de 8 de janeiro de 2016.

. Para eventual arredondamento da segunda casa do IPCA após a vírgula, o BC adota a metodologia da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Números de 0 a 4 são arredondados para baixo e, de 5 a 9, para cima.

Fonte: BC e ABNT

(Por Camila Moreira)