Dólar sobe a R$ 3,33 e tem quarta semana seguida de alta; Ibovespa estável

Publicado em 22/12/2017 16:07

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - A agenda esvaziada e o baixo volume de negócios por conta das festas de final de ano levaram o dólar a terminar a sexta-feira em alta e de volta ao nível de 3,33 reais, com os investidores evitando assumir novas posições nesta reta final de 2017.

O dólar avançou 0,77 por cento, a 3,3345 reais na venda, depois de tocar a máxima de 3,3373 reais.

Na semana, a moeda avançou 0,80 por cento, completando a quarta semana consecutiva em alta. Neste período, subiu 3,16 por cento. O dólar futuro tinha alta de 0,8 por cento.

"O mercado está apenas cumprindo tabela", resumiu um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local, ao ponderar que o volume esvaziado tende a favorecer movimentações um pouco mais bruscas.

A questão fiscal, no entanto, continuava no radar dos mercados, sobretudo após a votação da reforma da Previdência ter sido adiada para fevereiro de 2018. Um dos temores é de que o país possa ser rebaixado novamente pelas agências de classificação de risco, em meio ao cenário ruim das contas públicas, com reflexos negativos para a dívida.

Na véspera, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que não conversou sobre mudanças de rating do Brasil nas reuniões que teve com agências de classificação de risco Standard & Poor's, Fitch e Moody's nesta semana, e que aproveitou para explicar as razões e a dinâmica de a votação da Previdência ter sido adiada.

No exterior, o euro recuava frente ao dólar depois que os separatistas catalães ganharam as eleições regionais na Espanha, alimentando preocupações sobre possível independência da quarta maior economia da zona do euro.

O dólar também subia ante algumas divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Ibovespa fecha praticamente estável em dia de agenda vazia, mas acumula alta de 3,5% na semana

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou praticamente estável nesta sexta-feira, em dia de agenda tranquila e com investidores evitando grandes movimentos antes dos feriados de fim de ano.

O Ibovespa fechou com variação positiva de 0,07 por cento, a 75.186 pontos. No entanto, ganhos recentes abriram espaço para o índice encerrar a penúltima semana do ano com ganho acumulado de 3,55 por cento.

O giro financeiro do pregão somou 5,85 bilhões de reais, pouco mais da metade da média diária para o mês até quarta-feira, de 10,75 bilhões de reais.

Na mínima da sessão, o Ibovespa caiu 0,68 por cento, mas ensaiou uma recuperação ao longo do dia e chegou a registrar leve alta de 0,13 por cento na máxima da sessão, com a proximidade do fim do ano e uma agenda mais esvaziada reduzindo a liquidez dos negócios e abrindo espaço para alguma volatilidade.

Localmente, a situação fiscal segue no centro das atenções, após a votação da reforma da Previdência ser adiada para o próximo ano, o que despertou receios de um rebaixamento na nota de crédito do país. Na véspera, as declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, diminuíram as preocupações sobre um corte no rating do Brasil já na próxima semana, embora investidores ainda adotem alguma cautela.

No exterior, o noticiário se voltou para a Espanha, após separatistas da Catalunha ganharem uma pequena maioria no parlamento catalão, aprofundando a crise política do país em uma nítida repreensão ao primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e a líderes da União Europeia que o apoiaram.

DESTAQUES

- EMBRAER ON recuou 1,44 por cento, ao final de uma sessão volátil que foi de queda de mais de 5 por cento na mínima a alta de mais de 7 por cento na máxima, com os papéis ainda reagindo às negociações com a Boeing para uma combinação de seus negócios. Os papéis responderam pelo maior giro financeiro do pregão, movimentando 512,5 milhões de reais.

Na véspera, a ação disparou 22,5 por cento após a informação sobre a conversa entre as empresas. Nesta sexta-feira, o presidente Michel Temer afirmou que não há a menor cogitação de transferir o controle da Embraer para outra empresa e disse que não chegou a seu gabinete uma decisão sobre conversas entre Boeing e fabricante de aviões brasileira. Devido à golden share do governo, analistas veem a possibilidade de compra de uma fatia da fabricante brasileira de aviões como mais provável do que a aquisição completa dos negócios.

- ELETROBRAS ON subiu 4,33 por cento e ELETROBRAS PNB avançou 6,4 por cento, liderando a ponta positiva do índice, ainda tendo no radar a expectativa em torno do processo de privatização, à espera de que o projeto de lei para viabilizar a privatização da elétrica seja enviado em breve ao Congresso Nacional.

- VALE ON fechou em alta de 1,07 por cento, em uma sessão positiva para os contratos futuros do minério de ferro na China e marcada ainda pela migração da empresa para o segmento Novo Mercado, o de nível de governança corporativa mais alto na B3. Os papéis tiveram o segundo maior giro financeiro do pregão.

- SABESP ON recuou 1,25 por cento, após subir nos três pregões anteriores, período em que acumulou alta de 3,4 por cento. No radar estava ainda o anúncio que a empresa fará emissão de até 750 milhões de reais em debêntures, com recursos que serão usados para refinanciamento de dívidas com vencimento em 2018 e recomposição de caixa.

- PETROBRAS PN teve perda de 0,69 por cento e PETROBRAS ON caiu 0,36 por cento, na contramão dos preços do petróleo no mercado internacional, que mudaram de rumo ao longo do dia e fecharam no azul.

- ROSSI RESIDENCIAL ON, que não faz parte do Ibovespa, subiu 10,86 por cento, após a construtora concluir reestruturação de 1,66 bilhão de reais em dívidas.

Índices em Wall Street diminuem ritmo antes de feriado e fecham em queda


NOVA YORK (Reuters) - Os principais índices de Wall Street fecharam em queda nesta sexta-feira, com negociações leves antes do feriado de Natal ampliando perdas em diversos índices blue-chips, incluindo a Nike.

O Dow Jones  caiu 0,11 por cento, a 24.754 pontos, o S&P 500 perdeu 0,05 por cento, a 2.683 pontos e o Nasdaq Composite recuou 0,08 por cento, a 6.959 pontos.

Na semana, o Dow subiu 0,42 por cento, o S&P 500 ganhou 0,29 por cento e o Nasdaq avançou 0,34 por cento.

As ações da Nike caíram 2,3 por cento após a companhia projetar crescimento em linha ou ligeiramente abaixo do esperado na receita do trimestre atual, refletindo suas dificuldades no mercado norte-americano.

A ação da UnitedHealth Group Inc fechou em queda de 0,8 por cento após o plano de saúde concordar em comprar a companhia de saúde chilena Banmedica por 2,8 bilhões de dólares.

Investidores estão diminuindo o ritmo antes do feriado de Natal na segunda-feira, quando o mercado ficará fechado.

"Tem sido uma semana forte", disse Mark Luschini, estrategista-chefe de investimentos da Janney Montgomery Scott na Filadélfia. "Se o mercado está com uma pequena alta ou uma pequena queda não é indicativo de tendências maiores... É fácil empurrar as coisas quando não há muitas pessoas operando."

De fato, os principais índices de Wall Street encerraram a semana em alta, impulsionados por uma histórica reforma do código tributário dos Estados Unidos.

O presidente norte-americano, Donald Trump, sancionou a lei da reforma tributária de 1,5 trilhão de dólares dos republicanos nesta sexta-feira e também aprovou uma lei de gastos de curto prazo que evita um possível encerramento do governo.

Fonte: Reuters

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