Relator do TRF conclui voto sobre condenação de Lula da Lava Jato

Publicado em 04/12/2017 08:10
Ex-presidente foi condenado pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

O desembargador federal João Pedro Gebran, relator da operação Lava Jato, concluiu o voto referente ao recurso de apelação apresentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação a que o petista foi condenado pelo juiz Sérgio Moro no caso do tríplex, informou a assessoria de imprensa do órgão.

O processo foi encaminhado para o desembargador Leandro Paulsen, revisor do caso. Haverá ainda outros trâmites na ação até que vá à julgamento, sem data marcada.

O teor do voto do relator é sigiloso. O ex-presidente foi condenado por Moro por corrupção e lavagem de dinheiro a 9 anos e 6 meses de prisão no episódio da compra do tríplex do Guarujá.

O julgamento do caso é importante porque o ex-presidente - líder nas pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto em 2018- poderá ser impedido de se candidatar se for enquadrado na Lei da Ficha Limpa até a disputa. Uma condenação em segunda instância por órgão colegiado poderia ser motivo para barrar a candidatura de Lula.

Na Gazeta do Povo: Relator no TRF4 conclui voto sobre condenação de Lula, diz jornal

Relator responsável pela Operação Lava Jato na 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), em Porto Alegre, o desembargador João Pedro Gebran Neto concluiu seu voto em relação ao recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – o petista foi condenado pelo juiz Sergio Moro no dia 12 de julho a nove anos e seis meses de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no processo do apartamento tríplex do Guarujá (SP). As informações são do jornal Zero Hora.

A conclusão do caso revela uma nova tendência dentro da Lava Jato, com a celeridade do andamento dos processos. O voto de Gebran Neto foi fechado exatamente 100 dias após a apelação chegar ao seu gabinete, na tarde de sexta-feira (1.º). De acordo com a reportagem do Zero Hora, apenas três apelações da operação ficaram menos tempo com o relator para preparação do voto. 

O texto com a conclusão de Gebran Neto já está nas mãos de outro desembargador, Leandro Paulsen, revisor da 8.ª Turma. Pelos trâmites internos, Paulsen irá vistoriar o voto do relator, preparar seu próprio voto e encaminhar ambos para o terceiro membro do colegiado, Victor Luis dos Santos Laus. Somente depois disso será marcada a data do julgamento da apelação.

A condenação

Além da prisão em regime fechado, Lula foi condenado pelo juiz Sergio Moro a pagar multas no valor total de R$ 669,7 mil e foi proibido de exercer cargos públicos.

Moro entendeu que o apartamento foi dado a Lula como pagamento de propina pela empreiteira OAS em troca de três contratos com a Petrobras em obras nas refinarias Repar (no Paraná) e Abre e Lima (Pernambuco).

Leia a notícia na íntegra no site da Gazeta do Povo.

Lula segura Bolsonaro, por José Roberto de Toledo (no ESTADÃO)

Sem Lula, eleitores que declaram voto no ex-presidente elevariam o militar reformado a patamar acima de 20%

Não é só ao PT que convém manter viva a candidatura presidencial de Lula, pelo menos por enquanto. Aos partidos que buscam ocupar o centro do espectro político também - especialmente ao PSDB. A mais recente pesquisa Datafolha mostra que, hoje, o petista é um obstáculo ao crescimento mais acelerado de Bolsonaro. Sem Lula, eleitores que declaram voto no ex-presidente elevariam o militar reformado a patamar acima de 20%, um passaporte para o 2º turno.

Com Lula fora do páreo, Bolsonaro aumenta em 26% sua intenção de votos no Datafolha. O militar reformado cresce 4,5 pontos na média dos cenários testados: vai de 16,8% a 21,3% quando o ex-presidente não aparece na lista. Mais: Bolsonaro se distancia de Alckmin e abre 12 pontos do tucano. Esse nem é o único problema do PSDB causado por uma eventual saída prematura de Lula.

Marina Silva e Ciro Gomes herdam ainda mais eleitores lulistas do que Bolsonaro: 6 e 5 pontos, respectivamente. Como resultado,  ambos se destacam de Alckmin quando o candidato petista é outro. Com Fernando Haddad, Marina vai de 10% para 16%, e Ciro quase dobra, de 7% para 12%. Ambos deixam o tucano sozinho no quarto lugar, com 9%, e a sete pontos de uma vaga no 2º turno.

É certo que a esta altura da corrida presidencial as pesquisas de intenção de voto não passam de simulações que, olhando-se eleições passadas, guardam pouca relação com o resultado das urnas. Mesmo assim, são ferramentas fundamentais para entender as afinidades, simpatias e antipatias do eleitorado. O que o Datafolha confirma é que Alckmin é o mais atrasado na disputa.

Não estivesse o líder sob grande risco de ser sacado da corrida pela Justiça, os adversários imediatos do tucano estariam ainda mais adiantados do que ele na conquista de votos. O problema de Alckmin não é se tornar conhecido, mas ficar palatável aos eleitores mais pobres, principalmente do Nordeste. É um eleitorado que sabe quem ele é, só não votaria nele. 

Hoje, o tucano é apenas a quarta ou quinta opção da massa de eleitores que esteve do lado vencedor da disputa presidencial em 2006, 2010 e 2014. Se, em vez do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad, o ex-governador baiano Jaques Wagner vier a substituir Lula na chapa petista, ainda mais tortuoso será o caminho nordestino de Alckmin para chegar a Brasília. Por isso o governador paulista precisa do tempo que a candidatura-tampão de Lula lhe dá, para tentar melhorar sua imagem fora de São Paulo.

O raciocínio também vale para o PT. Se Lula deixasse hoje a disputa, as chances de ele conseguir transferir votos para seu substituto seriam muito menores do que se isso viesse a ocorrer na reta final da campanha, quando a candidatura petista disporá de tempo garantido de TV e rádio para martelar a troca e pregar na cabeça do eleitorado lulista o nome de Wagner ou de Haddad.

Quanto a Bolsonaro, a pesquisa confirma que ele é um fenômeno sem precedente na história das disputas presidenciais pós-ditadura. Nunca antes um candidato que vai ter muito pouco tempo de TV no horário eleitoral na reta final da campanha partiu de um patamar tão elevado quanto Bolsonaro. Collor teve 10 minutos em 1989 - uma eternidade se comparado ao tempo do Patriotas.

A intenção de voto em Bolsonaro só faz se consolidar. É o único que segue crescendo na pesquisa espontânea. Saiu de 3% um ano atrás para 7% em abril, foi a 9% em setembro e chegou agora a 11%. Fora ele e Lula, ninguém supera 1% nesse tipo de pergunta, em que o eleitor responde sem que lhe informem quem são os concorrentes. Bolsonaro tem um eleitorado convicto, que comunga um ideário com ele e é menos propenso a mudar de candidato. 

Fonte: Reuters/Gazeta do Povo/

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações fecham em baixa e Nasdaq confirma correção com mais temores de recessão nos EUA
Após se aproximar de R$5,80, dólar perde força com exterior e fecha em baixa
Ibovespa flerta com 128 mil pontos, mas fecha em queda com receios sobre economia dos EUA
Conselho Eleitoral da Venezuela ratifica vitória de Maduro; oposição mantém solicitação de atas
Taxas futuras de juros desabam em sintonia com Treasuries e refletindo chance menor de alta da Selic
Kamala alcança número necessário de delegados para se tornar candidata presidencial democrata