Datafolha: Lula em primeiro, Bolsonaro em segundo (Reuters /O Antagonista)

Publicado em 02/12/2017 17:19
Na pesquisa espontânea Lula lidera com 17 por cento, seguido de Bolsonaro com 11 por cento. Todos os demais nomes pontuam 1 por cento ou menos. Nesta modalidade, de acordo com o Datafolha, 19 por cento afirmaram que não votariam em ninguém e 46 por cento disseram não saber em quem votaria.

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fortaleceu sua liderança e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) está isolado em segundo lugar da corrida presidencial, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado.

Em um cenário da pesquisa que considera os dois nomes concorrendo contra Marina Silva (Rede), Joaquim Barbosa, Michel Temer (PMDB) e Henrique Meirelles (PSD), Lula lidera com 34 por cento dos votos, Jair Bolsonaro fica em segundo com 17 por cento e Marina Silva com 9 por cento. O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) ficam empatados na quarta posição, com 6 por cento.

Nesse cenário, Joaquim Barbosa tem 5 por cento das intenções de voto, Alvaro Dias (Podemos) tem 3 por cento, Manuela D'Ávila (PCdoB) 1 por cento, Temer 1 por cento, Meirelles 1 por cento, Paulo Rabello de Castro (PSC) 1 por cento, branco/nulo/nenhum 12 por cento e não sabe, 2 por cento.

O instituto pesquisou outros cenários em que nem todos os possíveis candidatos aparecem na disputa.

O ex-presidente Lula, condenado em primeira instância pelo juiz federal Sérgio Moro, lidera em todos os cenários nos quais foi incluído, com intenções de voto que variam de 34 por cento a 37 por cento.

Lula foi condenado em um julgamento por corrupção, em julho. Se esta condenação for confirmada, ele não poderá competir.

Nos cenários em que Lula foi excluído da disputa, a pesquisa apontou na liderança Bolsonaro, com intenções de voto que variam de 21 por cento a 22 por cento.

Alckmin aparece nos cenários da pesquisa sempre entre a terceira e a quarta posição.

No segundo turno, Lula também lidera todos os cenários nos quais foi incluído.

No cenário de segundo turno que considerou Marina e Bolsonaro, Marina vence o possível adversário com 46 por cento das intenções de voto, contra 32 por cento de Bolsonaro.

A pesquisa considerou ainda, em alguns cenários, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que o apontaram com um desempenho fraco.

Na pesquisa espontânea, em que o pesquisador não apresenta ao entrevistado uma lista de candidatos, Lula lidera com 17 por cento, seguido de Bolsonaro com 11 por cento. Todos os demais nomes pontuam 1 por cento ou menos. Nesta modalidade, de acordo com o Datafolha, 19 por cento afirmaram que não votariam em ninguém e 46 por cento disseram não saber em quem votaria.

O instituto fez 2.765 entrevistas entre 29 e 30 de novembro, em 192 cidades. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

Datafolha: Sem Lula, Bolsonaro lidera em todos os cenários(em O Antagonista)

Variando de 21% a 22% em intenções de voto, Jair Bolsonaro lidera a corrida presidencial de 2018 em todos os cenários sem o condenado Lula testados pelo Datafolha.

Marina Silva, que anunciou a candidatura neste sábado, no entanto, chega perto do deputado, variando de 16% a 17%.

Datafolha: Marina em terceiro

O Datafolha testou dois cenários sem Marina Silva, que hoje snunciou a sua candidatura, mas nunca se sabe.

Em cenário sem Joaquim Barbosa, Michel Temer e Henrique Meirelles, Marina mantém o terceiro lugar:

Lula – 36%;

Jair Bolsonaro – 18%;

Marina Silva – 10%;

Geraldo Alckmin – 7%

Ciro Gomes – 7%;

Álvaro Dias – 4%;

Manuela D’Ávila – 1%;

Paulo Rabello de Castro – 1%;

Branco/nulo/nenhum – 13%;

Não sabe – 2%.

Bolsonaro diz que, se eleito, vai reduzir verba federal do Globo

Em vídeo publicado em seu Facebook (e reproduzido abaixo), Jair Bolsonaro diz a jornalistas, em frente a seu gabinete na Câmara, que vai reduzir verbas de publicidade federal para O Globo, caso seja eleito presidente da República em 2018.

Como registramos, o deputado reagiu nesta semana à notícia publicada pelo jornal de que um promotor preso é seu aliado.

“Continuem fazendo o trabalho sujo de vocês, quem sabe consigam emplacar o Lula em 2018. E daí, vocês vão estar bem. Vão ter como negociar bem a dívida do BNDES, que ele tá prometendo para vocês. Mas tá prometendo também o controle social da mídia. Vocês talvez vão ficar felizes quando todos estiverem escrevendo para o jornal ‘O Granma’. Aquele jornaleco lá de Cuba, que não serve nem para botar na privada, tá ok?

Vão em frente. Faço a minha parte. Tenho problemas, já errei no passado muito, não sou santo. Mas esse tipo de fazer jornalismo a gente não quer pro Brasil. E mais ainda, [vou] deixar bem claro aqui: vocês aí têm uma audiência de 40%, do Globo. Mas pegam 80% da propaganda oficial do governo, que, em grande parte, sustenta a mídia brasileira. Se eu chegar lá, vou fazer justiça, vão perder metade disso, vão ganhar só 40%.

Então façam matéria pesada sim, bastante, contra mim. Que se eu chegar, não vou perseguir vocês. Vou pagar pra vocês o que vocês merecem, tá ok? Boa sorte a todo mundo do jornal O Globo aí.”

A legenda da postagem é: “O Globo resolveu destruir Jair Bolsonaro.” Assista ao vídeo:

 

A carta do condenado aos brasileiros

Lula discute com seus colaboradores a redação de uma nova “Carta aos Brasileiros”, a exemplo da lançada em 2002 para mitigar tremores na economia provocados, à época, pela iminência de sua vitória, registra a Folha.

Presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, disse ao jornal que seu destinatário será o país. “Não o mercado”.

“É preciso assumir compromissos com o povo. E, sim, revogar medidas adotadas pelo governo golpista para implementação de um projeto verdadeiramente democrático e popular”, afirmou Okamoto, que prevê a divulgação da carta do condenado no primeiro semestre de 2018.

Os compromissos de Lula com o povo se medem pela magnitude do esquema de corrupção da Petrobras, que lhe rendeu, segundo Sérgio Moro, pelo menos um triplex no Guarujá.

Durante reunião com dirigentes do PT de São Paulo na sexta-feira, Lula manifestou preocupação com o que chamou de “guerra de classe” — que, segundo ele, está sendo criada contra sua candidatura.

Ninguém na história do Brasil criou mais “guerra de classe” do que Lula, que, em seu discurso-padrão de “nós” contra “eles”, tenta jogar pobres contra ricos o tempo todo, embora tenha se aliado aos empresários mais ricos do país para saquear a Petrobras, como mostrou a Lava Jato.

Lula, como sempre, acusa os outros daquilo que ele faz.

Sugestão de texto para 2ª Carta de Lula ao Povo, por Josias de Souza (UOL)

Lula cogita redigir uma nova Carta aos Brasileiros. Não será como aquela de 2002, que teve o objetivo de acalmar o mercado financeiro. Até porque o autor da peça, Antonio Palocci, está em cana e virou um delator. Dessa vez, o destinatário será “o povo”, informa a repórter Cátia Seabra. Deseja-se especialmente reconquistar o eleitor de classe média.

Antes que as sinapses da intelectualidade petista se conectem em busca dos termos ideias para o texto a ser subscrito por Lula, vai abaixo uma sugestão. Nas pegadas do mensalão e do petrolão, Lula poderia adotar os termos do mais famoso código ético e social do Ocidente.

Na versão integral, o célebre texto tem dez itens. Querendo, a divindade petista pode reproduzir em sua carta apenas os quatro principais.

A nova Carta de Lula aos Brasileiros conteria os seguintes compromissos: “Não matarás / Não roubarás / Não tomarás o nome de Deus em vão / Não prestarás falsos testemunhos…” Se esse texto não funcionar, não há leto-lero que resolva.

ANÁLISE DO ESTADÃO: O caminho para a reaproximação não será simples

Lula poderá recordar 1989 ou 2002, mas o problema é que sem o antigo ciclo virtuoso das commodities o cobertor ficou curto demais (POR Lincoln Secco*, O Estado de S.Paulo)

Apesar de seu berço simbólico ter sido o ABC da classe operária paulista, o PT nasceu como um partido policlassista. Ainda assim, o seu radicalismo verbal afastava tanto trabalhadores sem tradição sindical quanto as classes médias. 

Foi só diante da insatisfação com o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso que o partido ampliou seu apoio entre os mais pobres. E em 2002 ganhou o respaldo dos estratos médios. A aliança, todavia, não resistiu ao escândalo do mensalão e, no segundo mandato de Lula, às suas políticas sociais que modificaram o padrão de classes no Brasil e geraram uma crise cultural que o cinema nacional tem retratado. 

O crescimento econômico garantiu o aumento dos gastos sociais e o apoio dos de baixo. E a manutenção de uma política macroeconômica conservadora, a anuência dos de cima. Mas entre os dois extremos, as camadas médias sofreram a inflação dos preços dos serviços domésticos sem uma melhoria dos serviços públicos.

A insatisfação explodiu em 2013. Dali em diante o PT agiu como biruta de aeroporto. De acordo com a ventania diminuía e aumentava a taxa Selic; era radical no segundo turno de 2014 para em seguida implementar um programa neoliberal.

O caminho para a reaproximação com a classe média não será simples. Exige mais que um acerto de contas com as alianças corruptas e uma crítica do segundo mandato de Dilma. Se é verdade que a classe média progressista dos anos 1980 se deslocou para manifestações de preconceito, a reaproximação com a esquerda não depende só de pedidos de desculpas “republicanos”.

Oferecer aos setores médios uma educação política aliada à expectativa de retorno pelos impostos pagos e aos mais pobres a esperança de ascensão social sempre foi o dilema da esquerda. Porque implica tributar o grande capital. 

Lula poderá recordar 1989 ou 2002. Namorar o perigo ou ser o conciliador nacional. O problema é que sem o antigo ciclo virtuoso das commodities o cobertor ficou curto demais. Não há orçamento para acomodar todo mundo.

*PROFESSOR DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA NA USP

EXCLUSIVO: EX-SÓCIO DA ENGEVIX FALA EM SUPOSTA CONTA SECRETA DE LULA E DIRCEU NA ESPANHA

Em recente depoimento à Polícia Federal, obtido por O Antagonista, o ex-sócio da Engevix Gerson Almada revelou que Milton Pascowitch administraria para “pessoas do PT” uma conta secreta em Madri, na Espanha.

Segundo Almada, Pascowitch lhe contou, no início de 2014, que viajaria a Paris e depois pegaria um trem para Madri “para não deixar rastro”. O objetivo era “olhar a conta que administrava para pessoas do PT”.

De acordo com o empreiteiro, que colaborou de forma espontânea, essas “pessoas” seriam Luiz Inácio Lula da Silva e José Dirceu.

Almada contou à PF que “quando da assinatura do contrato entre a Ecovix e a PNBV, Milton Pascowitch justificou comissão pedida no sentido de que parte seria destinada para a aposentadoria do ex-presidente”.

Lula: “Nós vamos regular os meios de comunicação”

O condenado Lula afirmou no Twitter na noite de sexta-feira que (caso seja eleito presidente, ressalva que ele omite) vai “regular” os meios de comunicação, eufemismo petista para o ato de censura.

Pouco antes, Lula havia afirmado: “Eu não sou um cara radical.”

Aham.

 

Nós vamos regular os meios de comunicação. Eu tenho refletido muito nesses anos fora do governo. Eu sei o que é apanhar da imprensa, eu sei o que é perseguição.

Pesquisa completa na FOLHA: "Lula lidera, e Bolsonaro se consolida em 2º, aponta Datafolha"

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fortaleceu sua liderança e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) está isolado em segundo lugar da corrida presidencial, segundo indica pesquisa do Datafolha.

A constatação coincide com o momento em que o PSDB tenta emplacar o nome do governador Geraldo Alckmin (SP) como o candidato das forças de centro no pleito de 2018, contrapondo-o aos extremos da esquerda e direita, personificados respectivamente em Lula e Bolsonaro.

Além disso, o apresentador Luciano Huck, alvo de especulações para a mesma tarefa, disse que não será candidato.

O instituto fez 2.765 entrevistas entre 29 e 30 de novembro, em 192 cidades. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

Como houve alterações em cenários, só é possível comparação com levantamentos anteriores nas simulações de intenção espontânea de voto no primeiro turno e estimuladas no segundo.

O tucano, hoje, está em quarto lugar na disputa em um cenário com a maior gama de candidatos colocada, empatado numericamente com o ex-governador Ciro Gomes (PDT, 6%) e tecnicamente com o ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa (sem partido mas cortejado pelo PSB, 5%) e o senador Alvaro Dias (Podemos, 3%).

Aqui, Lula lidera com 34% e Bolsonaro o segue com 17%. Marina Silva (Rede) aparece numericamente acima do pelotão encabeçado por Alckmin e Ciro, mas tecnicamente empatada com ambos.

Na simulação em que o nome de Alckmin é substituído pelo do prefeito paulistano João Doria, que disputava a indicação tucana, o desempenho é semelhante.

Quando a intenção de voto é questionada sem apresentação de nomes, Lula surge com 17% das citações e Bolsonaro, com 11%. Todos os outros pontuam de 1% para baixo. O "ninguém" tem 19% e não sabem afirmar em que candidato votariam, 46%.

Lula ganha em todos os cenários de segundo turno. Ele ampliou em quatro pontos percentuais sua vantagem, em relação à pesquisa feita no fim de setembro, no confronto com Alckmin (52% a 30%), Marina (48% a 35%) e Bolsonaro (51% a 33%).

O tucano empata tecnicamente com Ciro (35% a 33%) e Marina ganharia de Bolsonaro (46% a 32%).

A candidatura Lula poderá ser barrada, já que está previsto julgamento em segunda instância da condenação por corrupção no caso do apartamento no Guarujá -o petista pegou nove anos e seis meses de prisão.

Se a condenação for ratificada no colegiado, legalmente ele está fora, mas pode haver recursos. O PT acredita ser possível mantê-lo na disputa pelo menos até o primeiro turno, se condenado.

O principal cenário sem Lula vê Bolsonaro com 21%, Marina com 16% e Ciro se beneficiando de votos do petista, com 12%. Alckmin segue com 9%, empatado tecnicamente com Alvaro Dias (5%).

Um dos nomes citados para substituir Lula, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad ficaria com 3%, empatado tecnicamente com a Manuela D´Ávila (PCdoB, 2%). Nas simulações sem Lula, o voto em branco ou nulo sobe bastante, de 12%-14% para de 25% a 30%.

Isso indica um mar de eleitores a serem pescados pelos remanescentes na corrida, se Lula estiver ao fim fora.

Em termos de perfil do eleitor, não há mudanças significativas em relação ao que já foi apurado até aqui.

Lula tem a preferência entre mais pobres, menos escolarizados e moradores da região Nordeste. Bolsonaro faz especial sucesso entre homens, jovens e com renda maior. No estrato mais rico do eleitorado, a disputa é mais pulverizada.

  Editoria de Arte/Folhapress  
Simulação 2º turno - Datafolha

CANDIDATOS 'ECONÔMICOS'

O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) quer ser candidato, mas tem desempenho baixo hoje.

Oscila entre 1% e 2% de intenções, mesmo nível de Paulo Rabello de Castro (PSC), João Amoêdo (Novo) e Guilherme Boulos (cortejado pelo PSOL).

Rabello de Castro é o atual presidente do BNDES e apareceu no programa partidário na TV, há duas semanas, como pré-candidato. 

Fonte: Reuters/O Antagonista/Estadão/F

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