OCDE diz que economia brasileira deve crescer 1,9% em 2018

Publicado em 29/11/2017 04:07


A economia brasileira deve sair da recessão este ano e aumentar o ritmo de crescimento em 2018 e 2019, segundo projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgadas no final de novembro em Paris. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) neste ano permaneceu em 0,7%.

Para 2018, a projeção subiu de 1,6% para 1,9%. Para a organização, em 2019 a economia vai crescer mais, chegando a 2,3%. Em 2016, a economia brasileira registrou retração de 3,6%.

A OCDE destacou que - depois de oito trimestres consecutivos de queda - houve finalmente retomada do crescimento. “Inicialmente impulsionada pela agricultura, a recuperação agora parece cada vez mais ampla”, diz o relatório de perspectivas econômicas.

Para a OCDE, a expectativa é que o crescimento se intensifique, embora a confiança seja sensível à evolução política. A organização também destaca que a inflação está abaixo da meta, que tem centro em 4,5%. Isso permite taxas de juros menores, o que vai dar suporte à recuperação dos investimentos.

“O crédito para as empresas continua a cair, mas o desemprego começou a diminuir”, diz o relatório. A OCDE afirma ainda que a reforma da Previdência é crucial para assegurar o cumprimento da regra do teto dos gastos públicos e promover a sustentabilidade fiscal.

Crescimento mundial

A projeção da OCDE para o crescimento da economia mundial é de 3,6% este ano, com aumento para 3,7% em 2018 e leve redução para 3,6% em 2019.

No relatório, a organização salienta que a economia mundial se fortaleceu, com estímulos monetários e fiscais sustentando uma melhoria ampla e sincronizada das taxas de crescimento na maioria dos países.

Diz ainda há expectativa de melhora ligeira na economia em 2018, mas o crescimento permanece abaixo do período anterior à crise econômica mundial.

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Reforma trabalhista deverá tirar 45 milhões da informalidade

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse onte (28) que o Brasil tem cerca de 45 milhões de pessoas trabalhando na informalidade e que a expectativa é que eles passem a ter contratos de trabalho formais, com a entrada em vigor da nova legislação trabalhista, no último dia 11 de novembro.

A reforma trabalhista regulamentou modalidades de trabalho como teletrabalho, jornada parcial e trabalho intermitente, quando o trabalhador tem mais de um contrato de trabalho e recebe por hora ou dia trabalhado. “A legislação não subtraiu nenhum direito, ela trará para a formalidade esses trabalhadores que ofereciam essa modalidade de serviço mas não tinham nenhum direito trabalhista”, disse Nogueira. “Certamente, um número expressivo desse contingente de trabalhadores serão absorvidos por essa modalidade de contrato de trabalho”.

Entretanto, a reforma trabalhista trouxe a possibilidade de o empregado receber valor mensal inferior ao salário mínimo, tema que está sendo questionado no Supremo Tribunal Federal em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5806, que alega violação ao direito ao salário mínimo e grave flexibilização do princípio protetor, que rege do direito do trabalho.

Segundo Nogueira, o trabalhador que hoje exerce essa atividade terá mais de um contrato de trabalho e poderá receber, no conjunto, uma remuneração muito maior que o salário mínimo. “No somatório das horas trabalhadas certamente será mais vantajoso para o trabalhador. E ele terá os direitos trabalhistas que os demais trabalhadores podem contar, adicional de férias, 13º salário, fundo de garantia e contribuição para a aposentadoria”, disse hoje durante o programa Por Dentro do Governo, da TV NBR.

Estudo do Banco Mundial mostra o caminho que o Brasil deve seguir

ANTONIO DELFIM NETO, na FOLHA DE S. PAULO

Na semana passada, o Brasil acordou com uma boa surpresa. Foi divulgada a síntese do relatório "Revisão das Despesas Públicas", produzido por uma grande equipe de profissionais competentes sob o controle metodológico do Banco Mundial, cujo equilíbrio, rigor analítico e neutralidade são amplamente reconhecidos.

Para não ferir suscetibilidades, deixa (como sempre) o tempo das reformas à discrição dos governos assessorados. O relatório não mostra novidades: dá ênfase e organiza as mesmas soluções que muitos economistas brasileiros estão indicando pelo menos desde 1995.

O Brasil está tão conflagrado ideologicamente que vale a pena saber como e por que surgiu o tal relatório. Ele mesmo esclarece: "Após um período de estabilidade econômica, altas taxas de crescimento e redução substancial da pobreza, o Brasil enfrenta hoje grandes desafios para lidar com seus gastos públicos [...] que se tornaram cada vez mais engessados pela rigidez constitucional em categorias como folha de pagamento e Previdência Social, deixando quase nenhum espaço para despesas discricionárias e de investimento".

Afinal, a pedido de quem o Banco Mundial fez tal esforço? Antes que o complexo de vira-latas "viralise", estimulado por consciências generosas alimentadas pela miopia ideológica, que foi para "ajudar Temer", é preciso transcrever o que confessa o relatório: "Atento à mudança do cenário, o governo federal (então de Dilma Rousseff) solicitou ao Banco Mundial a elaboração deste relatório, com o objetivo de realizar uma análise aprofundada dos gastos do governo, identificar alternativas para reduzir o deficit fiscal a um nível sustentável e, ao mesmo tempo, consolidar os ganhos sociais alcançados nas décadas anteriores".

Um ponto a favor da presidente Dilma Rousseff. Sugere que ela tinha consciência da confusão que vinha criando a partir da crise mundial de 2008. Tomamos as medidas corretas para superá-la, mas insistimos na sua continuidade a partir de 2012, quando a situação já havia mudado. A síntese do relatório confirma o que já se havia detectado.

Ele diz: "o principal achado de nossa análise é que alguns programas governamentais beneficiam os ricos mais do que os pobres, além de não atingir de forma eficaz os seus objetivos. Consequentemente, seria possível economizar parte do orçamento sem prejudicar o acesso e a qualidade dos serviços públicos, beneficiando os estratos mais pobres da população".

Temos feito o oposto: sacrificamos a oferta de segurança, saúde, educação e mobilidade urbana, que é "renda" dos mais pobres, para pagar salários e Previdência do alto funcionalismo, aumentando a injustiça que separa a nossa sociedade. 

Com informações e imagem da Agência Brasil
 

 
Fonte: Ag. Brasil/Blog Ambiente Inteiro

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