Presidente da CPI da JBS pede ao STF e Dodge rescisão de delação de Wesley Batista

Publicado em 09/11/2017 14:38

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da CPI mista da JBS, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), enviou no início da tarde desta quinta-feira ofícios ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em que sugere a rescisão do acordo de delação premiada do executivo do grupo Wesley Batista.

O argumento do senador tucano, nas manifestações, é que Wesley descumpriu uma das cláusulas do acordo de colaboração em que determina que ele deve falar a verdade em todas as investigações oficiais que for chamado. Alegou que o dever de Wesley de colaborar é incondicional.

Na véspera, Wesley foi chamado a participar de uma audiência da CPI, mas preferiu permanecer em silêncio durante o depoimento.

"Portanto, não se justifica o argumento de que, em vista de eventuais diligências complementares nos acordos de colaboração, os depoentes estariam desobrigados de prestar informações à Comissão Parlamentar de Inquérito ou que este ato se submetesse à prévia autorização do douto órgão do Ministério Público Federal", afirma o ofício endereçado ao ministro do Supremo.

Ataídes também pediu a Edson Fachin e a Dodge a rescisão do acordo de outro executivo do grupo, Ricardo Saud, por se recusar a responder aos questionamentos dos integrantes da comissão.

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot já pediu a Fachin a rescisão do acordo de delação de Saud por ele, juntamente com Joesley Batista, ter omitido informações da delação premiada. O ministro do STF já suspendeu liminarmente os efeitos da colaboração de Saud e Joesley.

Saud está preso preventivamente por ordem do Supremo, enquanto Wesley, por ordem da Justiça Federal paulista, por uso de informação privilegiada de delações para obter lucros financeiros.

"Desse modo, pela recusa dos Senhores Wesley Batista e Ricardo Saud em responder aos questionamentos feitos pelos membros desta CPMI, restou flagrante o descumprimento de seus respectivos acordos de colaboração premiada celebrados com o Ministério Público Federal e homologados pelo Supremo Tribunal Federal", contesta o senador, nas comunicações às duas autoridades.

(Reportagem de Ricardo Brito)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações fecham em baixa e Nasdaq confirma correção com mais temores de recessão nos EUA
Após se aproximar de R$5,80, dólar perde força com exterior e fecha em baixa
Ibovespa flerta com 128 mil pontos, mas fecha em queda com receios sobre economia dos EUA
Conselho Eleitoral da Venezuela ratifica vitória de Maduro; oposição mantém solicitação de atas
Taxas futuras de juros desabam em sintonia com Treasuries e refletindo chance menor de alta da Selic
Kamala alcança número necessário de delegados para se tornar candidata presidencial democrata