Lula insinua que venceria Moro e Huck em 2018 (JOSIAS DE SOUZA, UOL)

Publicado em 24/10/2017 09:09

Depois de percorrer 25 cidades nordestinas, Lula visita municípios de Minas Gerais. Chama a iniciativa de “caravana”, um eufemismo para campanha eleitoral fora de época. Coisa ilegal. De passagem pelo município de Itaobim, o ex-presidente petista desafiou dois campeões de popularidade a medir forças com ele nas urnas presidenciais de 2018: o juiz Sergio Moro e o apresentador Luciano Huck.

Disse Lula em seu comício antecipado: “Se eles quiserem que eu não seja candidato e que eu não volte a ser presidente, eles só têm um jeito. Não é tentar evitar que eu seja candidato, é ter coragem —que coloque o Ministério Público, que coloque a Rede Globo, o Luciano Huck, que coloque o Moro, coloque quem eles quiserem para disputar as eleições. Quando a gente abrir a urna a gente vai ver o que vai acontecer depois.”

Condenado a 9 anos e meio de cadeia no caso do tríplex do Guarujá, Lula aguarda o julgamento do recurso que seus advogados ajuizaram no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado em Porto Alegre. Se a sentença de Sergio Moro for confirmada, o condenado virará um ficha-suja. E não poderá pedir votos em 2018. Alheio ao risco, Lula usa dinheiro público do fundo partidário para empinar sua candidatura sub judici.

Microfone em punho, o hipotético candidato, primeiro colocado nas pesquisas, faz pose de limpinho: “Até agora eles não conseguiram provar uma agulha na minha vida.” Sem medo de parecer ridículo, Lula insinua que a força tarefa de Curitiba é, por assim dizer, assassina. “Revistaram a minha casa, são responsáveis pela morte da minha mulher. […] Certamente, a razão para apressar a morte dela foi esse sofrimento dela.”

Afora os ataques à Lava Jato e seus protagonistas, Lula capricha nas críticas ao governo. Fala de desemprego e de arrocho fiscal como se esses fenômenos não tivessem as digitais de sua criatura Dilma Rousseff. Acusa Michel Temer de comprar votos na Câmara, sem se dar conta de que o PT era sócio do PMDB no matrimônio partidário que se transformou em patrimônio nos escândalos do mensalão e do petrolão.

Filhos de Lula e Okamotto estão no ramo de distribuição de gás (em O Antagonista)

O mais discreto dos filhos de Lula, Sandro Lula da Silva adquiriu uma franquia da Consigaz em maio de 2013. A distribuidora fica na Avenida do Cursino, na Saúde.

No contrato social, obtido por O Antagonista, o valor da compra da filial é simbólico: R$ 2 mil.

Situação semelhante ocorre com os contratos de Tales, Tarciso e Luciana Okamotto, filhos de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e homem de confiança do ex-presidente.

Os filhos de Okamotto entraram para o negócio de distribuição de gás em novembro do mesmo ano.

A Consigaz pertence a uma tradicional família de libaneses que se estabeleceu em São Paulo no fim da década de 1950. O slogan da empresa é “A chama que faz sua vida melhor”.

A pilantragem de Caetano Veloso

O MBL desenterrou Caetano Veloso.

Depois de sair da cova, ele passou a apavorar os moradores de Ipanema.

Nesta quarta-feira, O Globo resolveu entrevistá-lo.

Ele defendeu Lula e insinuou que o verdadeiro chefe da ORCRIM era Antonio Palocci.

Leia aqui:

“Votei em Lula contra Collor no segundo turno. E voltei a votar nele em 2002, quando ele virou presidente. Cheguei a chorar de emoção dentro da cabine de votação (…). Mas não me surpreenderam as notícias sobre o mensalão e a corrupção maior que se desvelou depois. Aprendi aos 12 anos, quando Getúlio morreu, a não ser moralista em política. Não me entenda mal: acho que devemos ser exigentes eticamente. E vejo a novidade de poderosos empresários e políticos serem presos como um avanço da nossa sociedade, que, em princípio, só prendia pobres, quase todos pretos.

Mas o Palocci, que foi o talento centralizador das vitórias econômicas do governo Lula, sempre teve cara de pilantra para mim.”

A caravana em Minas e a ‘consciência política’ de Lula (por O Antagonista)

Lula começou sua nova caravana, em Ipatinga, abrindo com força o que Monteiro Lobato chamava de “torneirinha de asneiras” –no caso dele, mais para comporta de represa.

“Eu só fui candidato no dia que vocês criaram consciência política e decidiram votar em um igual a vocês”, discursou o petista.

Duas observações:

1) É mentira. Lula foi candidato ao governo paulista em 1982 e à Presidência em 1989, 1994 e 1998. Em todas as vezes, o povo “sem consciência política” decidiu votar em alguém diferente.

2) “Vocês criaram consciência política” é um modo nada sutil de dizer que, antes, os eleitores eram burros por não terem votado nele.

 

Dieta argentina

A caravana da ORCRIM passou por Ipatinga.

O imposto sindical roubou a cena.

O condenado Lula dividiu o palanque com seus comparsas Dilma Rousseff, Fernando Pimentel e Gleisi Hoffmann.

Aparentemente, Iolanda abandonou a dieta argentina.

É o efeito Macri.

O Brasil já está em 2018

Leia o comentário de Merval Pereira sobre o quadro eleitoral:

“O detalhamento da mais recente pesquisa de opinião do Datafolha ajuda a desmascarar a tese de que o ex-presidente Lula seria imbatível junto ao eleitorado mais pobre. Embora continue na frente nas pesquisas, o eleitor tem posições heterodoxas quando escolhe candidatos sem que Lula apareça na lista.

Desde as mais radicais, como escolher Bolsonaro para substituir Lula (6%) ou Lula para substituir Bolsonaro (13%), até as mais lógicas, como Marina Silva ou Ciro Gomes, escolhas que parecem ter mais força de proximidade ideológica, mas que também podem significar mera identificação com ex-ministros dos governos Lula.

Mas quando se vê que Luciano Huck aparece como opção de 40% a 60% dos eleitores de Lula, fica claro que a questão ideológica tem muito pouco a ver com a escolha. Aqui, a identificação é com medidas assistencialistas de Lula e Huck, sejam elas bolsas governamentais de vários tipos, ou presentes dados em programas de televisão.

Assim como o populismo de direita com Collor derrotou Lula e Brizola em 1989, e hoje o ex-presidente e o atual senador são farinha do mesmo saco, na eleição de 2018 a mesma tendência política tem candidatos fortes para disputar com Lula ou Ciro Gomes, seja Dória ou Alckmin, Huck ou Bolsonaro.

O governador de São Paulo, com características de ação política de gestos moderados e conservadores, tende a repetir erros já cometidos pelo PSDB em eleições passadas, assumindo posições mais à esquerda, como se isso fosse preciso para derrotar Lula ou seu preposto, que pode ser o ex-prefeito Fernando Haddad ou o líder do MTST Boulos.

O perfil conciliador de Alckmin pode ser atropelado por uma campanha radicalizada, que facilitaria a tarefa de Bolsonaro ou Dória. Uma radicalização de Alckmin soaria tão falsa quanto o ridículo colete contra as privatizações que usou em 2006 e levou-o, junto com outros erros, a ter menos votos no segundo turno do que no primeiro.”

Lula é um Michael Phelps da cara de pau

Lula consegue bater toda semana, no mínimo, o próprio recorde mundial e olímpico de desfaçatez. Vejam o que ele disse sobre Joesley Batista em Ipatinga, agora há pouco:

“A gente não quer que esse país se desenvolva pro senhor Joesley ficar milionário, mas para o povo viver melhor.”

Foram exatamente os governos petistas e sua política de “estímulo aos campeões nacionais” –a rigor, transferência do dinheiro da população para gente como Eike Batista, via BNDES– que permitiram a Joesley e Wesley serem o que são hoje.

Caravana carcerária

Cliquem no vídeo abaixo para ver o “carinho da torcida” na recepção a Lula em Governador Valadares:

Exclusivo: Laranja de Lula seria sócio de dirigentes da ‘Campus Party’

O Antagonista revelou no ano passado que Jonas Suassuna abriu na Espanha uma filial da Gol Mobile, empresa usada no Brasil em parcerias comerciais suspeitas com as operadoras Oi e Vivo.

No registro da empresa, disponível na internet, aparecem vinculados à Gol Mobile Europa SL os empresários Francesco Farrugia e Tommaso Prennushi, dirigentes da Campus Party.

Farrugia é presidente do chamado Instituto Campus Party, enquanto Prennushi é diretor de empreendedorismo. Seriam sócios do laranja de Lula?

Como O Antagonista já publicou, Suassuna teria usado o seu grupo para escoar dinheiro para as contas bancárias de Lulinha e dos irmãos Bittar.

Um dos “produtos” usados para justificar os repasses foi a chamada “nuvem de livros”, aplicativo que disponibilizava a clientes da Oi e da Vivo acesso a uma biblioteca virtual. Muito usuários reclamam que eram debitados pelo serviço sem autorização.

O Antagonista mostrou ontem que a Editora Gol, de Suassuna, recebeu R$ 40 milhões da Movile, empresa de tecnologia que surgiu em Campinas, no Ciatec, encubadora de startups que teve sob controle das diversas administrações do PT.

Nos primeiros anos, a Movile recebeu investimentos do bilionário Jorge Paulo Lemann e da Rio Bravo, de Luciano Lewandowski, recrutado pelo próprio Lemann na GP Investimentos.

O PT é inovação.

 

 

 

 


 

 

Fonte: O Antagonista/ESTADÃO

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