Dívida pública federal cresce 0,79% em setembro e encosta em R$ 3,5 tri

Publicado em 23/10/2017 10:01

BRASÍLIA (Reuters) - A dívida pública federal cresceu 0,79 por cento em setembro na comparação com agosto, somando 3,431 trilhões de reais, avanço que foi limitado pela devolução antecipada de 33 bilhões de reais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro.

Do total, 15,13 bilhões de reais foram pagos via resgate antecipado de títulos, ação que sensibilizou imediatamente o nível da dívida pública, informou o Tesouro nesta segunda-feira.

"A dívida é imediatamente impactada, os títulos são cancelados", afirmou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Leandro Secunho. "A dívida teria crescido 15 bilhões de reais a mais (sem a antecipação)", acrescentou.

A maior parte dos títulos cancelados foi de LTNs com vencimento em abril de 2018 (6,34 bilhões de reais) e em julho de 2018 (4,46 bilhões de reais), informou o Tesouro.

Além disso, o BNDES também usou recursos em espécie para liquidação de outros 17,87 bilhões de reais para a devolução acordada com o governo. Mas enquanto os 33 bilhões de reais diminuem a dívida bruta geral, apenas os 15,13 bilhões em títulos afetam a dívida mobiliária.

O governo espera receber outros 17 bilhões de reais do BNDES ainda neste ano, mas ainda não foi definido como se dará o pagamento.

Segundo Secunho, não existe risco de descumprimento dos intervalos estabelecidos para o estoque da dívida pública federal no Plano de Financiamento Anual (PAF), mesmo que essa nova operação seja exclusivamente em títulos.

O intervalo de referência do PAF para 2017 é de um estoque entre 3,45 trilhões a 3,65 trilhões de reais.

SETEMBRO

No mês passado, a dívida pública mobiliária interna teve alta de 0,78 por cento sobre agosto, a 3,312 trilhões de reais, devido à apropriação positiva de juros de 25,98 bilhões de reais, compensada em parte pelo resgate líquido de 0,46 bilhão de reais.

Já a dívida externa aumentou 1,12 por cento sobre agosto, a 118,88 bilhões de reais, influenciada pelo avanço do dólar frente ao real. No mês, a moeda norte-americana subiu 0,64 por cento.

Quanto à composição, os títulos prefixados continuaram com maior peso na dívida total. Sua fatia foi a 35,66 por cento em setembro, acima dos 34,84 por cento de agosto, dentro do intervalo de 32 a 36 por cento para 2017 do PAF.

Os títulos pós-fixados, as LFTs, viram sua participação cair a 31,07 por cento do total em setembro, sobre 31,92 por cento no mês anterior. Para o ano, o Tesouro fixou participação de 29 a 33 por cento para os papéis.

Os títulos corrigidos pela inflação ficaram praticamente estáveis em 29,69 por cento da dívida em setembro, contra 29,67 por cento em agosto. Para eles, o Tesouro também estabeleceu uma participação no ano de 29 a 33 por cento.

A participação dos investidores estrangeiros em títulos da dívida interna recuou a 12,57 por cento em setembro, sobre 12,66 por cento em agosto.

(Por Marcela Ayres)

Fonte: Reuters

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