Pesquisa (Inst Paraná): Lula ainda lidera no Nordeste; Bolsonaro ganha no Sul

Publicado em 09/09/2017 10:33
Sondagem do instituto Paraná Pesquisa mostra o desempenho do deputado Jair Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por estado na corrida presidencial para 2018

Pesquisa do instituto Paraná Pesquisas em dez estados brasileiros mostra como anda o desempenho dos pré-candidatos à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quem está saindo na frente, pelo menos por enquanto, é o deputado, que lidera as intenções de voto em cinco unidades da federação. 

Bolsonaro está na frente nas intenções de voto no Rio de Janeiro (22,8%), Rio Grande do Sul (21,9%), Santa Catarina (21,1%), Distrito Federal (19,9%) e Paraná (13,3%). Nesses estados, o desempenho de Lula é inferior. O ex-presidente tem 17,7% das intenções no Rio de Janeiro, 18,1% no Rio Grande do Sul, 15,2% em Santa Catarina, 13,2% no Distrito Federal e 12,6% no Paraná.

Líder em quatro dos outros dez estados consultados, Lula tem o maior índice de preferência em um estado: o ex-presidente é o candidato de 45,3% dos entrevistados no Sergipe. Lá, Bolsonaro só conquistou 8,5% dos eleitores ouvidos pela sondagem. As perguntas são estimuladas, ou seja, são listados nomes de pré-candidatos e a entrevistado aponta a intenção de voto. Lula apresenta liderança semelhante na Bahia, com 42,7%. O deputado Bolsonaro tem 12,8% de intenção de voto entre os baianos.

O petista também está na frente no Pará com 28,1%, Bolsonaro tem 16,8%. Em Goiás, Lula lidera por um pouco: 22,4% contra 20,4%, mas essa diferença entra na margem de erro, caracterizando empate. Em São Paulo, petista apresenta melhor desempenho que o parlamentar com 15,2%, contra 12,2% de Bolsonaro. Mas ali a liderança é do prefeito paulistano João Dória (PSDB) com 26,3%. 

No Paraná, é o senador Alvaro Dias (PODE) que apresenta o melhor desempenho na pesquisa com 31,1% dos votos declarados. 

A pesquisa mostrou que a presidenciável Marina Silva (Rede) fica em terceiro ou quarto lugar nos estados consultados. Seu melhor desempenho é no Pará, em que 12,7% dos entrevistados declaram voto na ex-ministra do Meio Ambiente.

Intenções para 2018


O instituto Paraná Pesquisas não incluiu o nome do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), que é o principal pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto. Na lista consta o prefeito Dória, que sinaliza interesse numa pré-candidatura à Presidência e tem recebido críticas por abandonar a cidade de São Paulo para seguir em viagens que serviriam para costurar uma pré-campanha eleitoral. 

A sondagem consultou entre 1.500 e 2.500 pessoas em cada um dos estados. Foram realizadas entrevistas em 10 das 27 unidades federativas. O grau de confiança é de 95% e a margem de erro varia entre 2% e 2,5% de acordo com cada estado.

 

Justiça confirma: Lula voltará a Curitiba para depor a Moro na próxima semana

A defesa pedia o adiamento até que fossem juntados nos autos elementos sobre os sistemas My Web Day e Drousys, usados para a distribuição de propinas

 

A Justiça Federal negou recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manteve para a quarta-feira (13), em Curitiba, o depoimento do petista ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância. O interrogatório será no âmbito da ação que Lula é réu por suposto recebimento de propinas da Odebrecht.

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A defesa pedia o adiamento até que fossem juntados nos autos elementos sobre os sistemas My Web Day e Drousys, usados para a distribuição de propinas, segundo investigadores.

Os dados sobre o sistema My Web Day estavam na Suíça e foram enviados pela Odebrecht ao Ministério Público Federal em agosto. O relator do processo, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, disse que o pedido não tem previsão legal.

Na quarta, será a segunda vez que Lula ficará diante do juiz Sérgio Moro. O primeiro foi em maio, na ação referente ao triplex do Guarujá. A militância petista já organiza atos em Curitiba como os do primeiro depoimento.

Depoimento de Palocci arruinou o PT, por JOÃO DOMINGOS, no ESTADÃO

O depoimento do ex-ministro Antonio Palocci ao juiz Sérgio Moro arruinou o PT. Muito mais do que os petistas admitem. Não só porque teve Lula como alvo principal, e a presidente cassada Dilma Rousseff como alvo secundário. Mas também porque ofereceu informações que podem servir para o juízo de culpabilidade do ex-presidente quando o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) julgar o recurso de Lula contra a pena de nove anos e seis meses a que foi condenado pelo juiz Sérgio Moro no caso do triplex do Guarujá. Confirmada a pena, Lula vira ficha-suja e fica impedido de concorrer à Presidência da República no ano que vem.

Por causa do depoimento, que alguns mais íntimos de Palocci dizem se tratar também de um desabafo, o ex-ministro pode ter mudado o curso das eleições presidenciais do ano que vem. Tanto na parte jurídica, por comprometer Lula com o esquema de corrupção na Petrobrás e revelar relações promíscuas com empreiteiras, quanto na política, porque o que ele disse aparecerá na campanha caso o ex-presidente passe ileso pelo TRF. Logo Palocci, que foi um dos principais responsáveis pela vitória de Lula em 2002, ao defender a “Carta aos Brasileiros”, na qual o PT se comprometeu a não se meter em aventuras econômicas. 

Além de arrasados e perplexos, os petistas perguntam o que teria levado Palocci a contar ao juiz Moro até mais do que lhe foi perguntado sobre Lula e a enfiar Dilma em respostas que aparentemente não diziam respeito a ela. E mais: observe-se no depoimento-desabafo que Palocci se apresenta como um executor das ordens de Lula. Recebia um comunicado sobre o que Lula tinha feito e operava o feito dele. Recebia outra ordem, procurava Lula e dizia que tinha se sentado com fulano e resolvido tal assunto. Em resumo, é como se Palocci tivesse dito a Moro: “Posso ser acusado de ser o operador, não o autor”.

É claro que essa situação, péssima para o PT e para Lula, gerou um grande debate entre os pensadores petistas e entre integrantes de correntes adversárias. A ala stalinista tem aproveitado o momento para bater forte na ala trotskista, da qual se originou Palocci, lembrando-a de que o também ex-ministro José Dirceu (stalinista) passou anos na cadeia, sofreu todo tipo de pressão e jamais abriu a boca. O ex-tesoureiro João Vaccari também é lembrado como alguém que não baixa a cabeça. Outra ala, a dos amigos de Dilma Rousseff, acusa Palocci de ter se transformado num “cachorro”, o nome que se dava a militantes de esquerda que, presos pelos órgãos de repressão da ditadura militar, delatavam companheiros depois das sessões de tortura a que eram submetidos. Dilma costuma se gabar de que ficou presa durante quase três anos, foi submetida à mais horrenda tortura e nunca delatou alguém. 

Embaçada no tempo, e desconhecida de quem não é do meio, a briga entre stalinistas e trotskistas jamais vai parar. Há quase um século cada lado acusa o outro das maiores barbaridades. 

Uma questão, no entanto, é preciso ser levantada nesse debate. Palocci está preso e condenado a doze anos, dois meses e vinte dias de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Não é um preso político, não está sendo torturado para fazer revelações que envolvam companheiros de armas e de revolução nem fala em nome de Trotski. 

Quem conhece Palocci até arrisca um palpite sobre o comportamento dele: a convivência na prisão com o empresário Marcelo Odebrecht o teria convencido de que proteger Lula não vai resultar, no futuro, nem num gesto de gratidão por parte do ex-presidente. Melhor tentar sair agora, falando o que sabe.

Planos de Lula para 2018 ficam em aberto (NO ESTADÃO)

Analistas avaliam que depoimento de Palocci compromete imagem de petista (por Marianna Holanda, O Estado de S.Paulo)

O depoimento prestado nesta semana pelo ex-ministro Antonio Palocci, no qual ele atribui ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o protagonismo no esquema de corrupção na Petrobrás, deixa em aberto a tentativa do petista de se viabilizar como candidato à Presidência da República em 2018, segundo analistas consultados pelo Estado. A avaliação é de que, ainda que Palocci tenha de comprovar o que disse ao juiz Sérgio Moro, suas afirmações são fortes e podem comprometer ainda mais a imagem de Lula.

O professor emérito de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) Ruy Fausto disse que o depoimento “enfraquece ainda mais a posição de Lula”. “Creio que, agora, a direção do PT no fundo se empenhará principalmente em evitar que ele seja preso”, afirmou.

Para Fausto, se por um lado a fala de Palocci mostrou “o violento processo de corrupção que atingiu o poder petista”, por outro, “é evidente que Palocci está numa situação desesperada e, para se safar, dirá o que aconteceu e também o que não aconteceu. Assim, é preciso ter alguma cautela”, afirmou.

A avaliação do cientista político e consultor da Arko Advice, Murillo Aragão, é de que o depoimento foi “trágico para o PT e para o Lula”. “Em poucas palavras, relevou a extensão da tragédia política do País. Então, é seriíssimo o que ele (Palocci) disse e não há porque não acreditar nele”, afirmou. Palocci foi ministro da Fazenda no governo Lula e da Casa Civil durante parte do mandato de Dilma Rousseff. 

Além do depoimento de Palocci, Lula teve outro revés nesta semana. Ele foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao lado da presidente cassada Dilma Rousseff e outros petistas, sob acusação de formar uma organização criminosa. Se o Supremo Tribunal Federal aceitar a denúncia, será o sexto processo do ex-presidente na condição de réu. 

Aragão considerou que a candidatura de Lula está prejudicada, mas, ainda assim, ponderou que Palocci estava sob a pressão de estar preso há quase um ano. “É evidente que uma pessoa presa há muito tempo termina pressionada a adotar posturas que deem fim à sua agonia.” Segundo ele, o ex-ministro deverá provar, de alguma forma, as afirmações que fez a Moro, entre elas a da existência de um “pacto de sangue” entre Lula e a Odebrecht. “Ele não pode apenas acusar sem ter a mínima condição de provar.”

Cautela. Para a professora de filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Tatiana Roque, “antes de tudo, tem de ter cautela e esperar as provas”. Ela lembrou de outros delatores, como o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, que voltaram atrás no que disseram sobre Lula. “Mais importante é: qualquer decisão que inviabilize uma candidatura com a popularidade, o porcentual de votos que Lula tem, deve ser extremamente rigorosa e não deixar nenhuma margem de dúvida em termos de provas.”

Em depoimento à Justiça Federa neste ano, porém, Léo Pinheiro disse que o triplex no Guarujá foi oferecido pela OAS a Lula e apresentou registros de encontros com o petista. Em um deles, segundo o empreiteiro, o ex-presidente o teria orientado a destruir provas.

Para o professor de História Contemporânea da USP Everaldo Almeida, Palocci “está dizendo, de certa forma, tudo o que querem que ele diga”. “Ele está sob uma gigantesca pressão, é uma pessoa muita inteligente e sabe exatamente o que falar para conseguir algum tipo de benefício com a delação dele”, disse.

Almeida lembrou que Palocci era figura das mais importantes do PT, mas defendeu posições que contrariavam setores do partido – ainda que as posições de Palocci sempre estivessem alinhadas com as de Lula, a quem era subordinado, e tivessem sido avalizadas pelo então presidente.

Justiça confirma depoimento de petista na quarta

A Justiça Federal negou recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manteve para a quarta-feira, em Curitiba, o depoimento do petista ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância. O interrogatório será no âmbito da ação em que Lula é réu por suposto recebimento de propinas da Odebrecht. A defesa pedia o adiamento até que fossem juntados nos autos elementos sobre os sistemas My Web Day e Drousys, usados para a distribuição de propinas, segundo investigadores.

Os dados sobre o sistema My Web Day estavam na Suíça e foram enviados pela Odebrecht ao Ministério Público Federal em agosto. O relator do processo, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, disse que o pedido não tem previsão legal. 

Na quarta, será a segunda vez que Lula ficará diante do juiz Sérgio Moro. A primeira foi em maio, na ação referente ao triplex do Guarujá. A militância petista já organiza atos em Curitiba como os do primeiro depoimento. (com JULIA AFFONSO E LUIZ VASSALLO).

Fonte: Gazeta do Povo / Estadão

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