Editorial da Folha: Lula Sangra; Palocci confirma acusações de corrupção
Luiz Inácio Lula da Silva sobreviveu ao escândalo do mensalão. Manteve-se cacique único do PT e conservou apoios na sociedade mesmo depois da ruína provocada pela candidata que afiançou e levou ao Palácio do Planalto.
Alvo de múltiplas investigações de corrupção, liderava com 30% as intenções de voto à Presidência na mais recente pesquisa Datafolha, de junho. Condenado em primeira instância no mês seguinte, manteve-se agarrado ao discurso de perseguido pelas elites nacionais.
Seria prematuro, assim, afirmar que Lula esteja abatido de modo irremediável pelo depoimento em que um ex-ministro da Fazenda de seu governo, Antonio Palocci, confirmou com minúcias o fluxo caudaloso de propinas da construtora Odebrecht para dirigentes petistas, seus aliados e, em particular, seu líder máximo.
Pode-se dizer, isso sim, que até então nenhuma testemunha com tanta familiaridade com as entranhas do partido havia atestado o alcance da corrupção relatada por empreiteiros, funcionários e operadores diversos à Lava Jato.
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