Imbassahy diz ver contaminação de provas das delações da J&F

Publicado em 05/09/2017 16:39

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, disse nesta terça-feira ver contaminação das provas apresentadas nas delações da J&F pelos novos fatos divulgados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na noite de segunda-feira.

Para Imbassahy, teria havido uma ação urdida por criminosos, e o impacto da revelação foi grande entre os parlamentares. Segundo o ministro, já havia uma posição de muita segurança da base governista, mas os novos fatos fragilizam ainda mais uma esperada nova denúncia contra Temer.

“O impacto é muito grande. Agora o que se espera é que, o quanto antes, o conteúdo desses áudios sejam revelados para a sociedade brasileira”, defendeu o ministro. “Porque o próprio procurador-geral considerou assim uma coisa gravíssima.”

Questionado se o governo sai forte da reviravolta às vésperas da provável apresentação da segunda denúncia contra Temer, Imbassahy afirmou que “o governo é sempre forte”.

Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), preferiu não comentar o impacto da revelação feita por Janot, limitando-se a dizer que as coisas mudam muito rapidamente no país.

Afirmou, no entanto, que cumprirá o seu “papel constitucional” caso seja encaminhada a esperada segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.

“Se o ministro (Edson) Fachin encaminhar (a denúncia) para a Câmara, eu tenho que cumprir o meu papel constitucional aqui ... não tem jeito”, disse Maia, que ocupa interinamente a Presidência da República devido à viagem de Temer à China.

“Se a decisão do procurador for essa... e o doutor Fachin encaminhar para a Câmara, o nosso papel é dar prosseguimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)”, afirmou.

Janot anunciou na segunda-feira que pediu a abertura de uma investigação para apurar indícios da prática de crimes omitidos por delatores da J&F em um áudio entregue pelo grupo ao Ministério Público, mas ressaltou que as provas apresentadas por eles até o momento continuam válidas.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Maria Carolina Marcello)

Fonte: Reuters

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