Com Alckmin queimado, favorito de Temer é João Doria (PODER360)

Publicado em 25/08/2017 08:08
Governo avalia que Alckmin trabalhou pela queda de Temer; já Meirelles é visto como ‘pouco político’ para uma campanha

Se a eleição para novo presidente fosse hoje, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), seria o nome predileto de Michel Temer (PMDB) para sucedê-lo no Planalto. O apoio seria em detrimento do governador paulista, o também tucano Geraldo Alckmin.

O governador de São Paulo está queimado com Temer. O presidente e seus apoiadores avaliam que Alckmin fez carga a favor da queda do peemedebista após a delação dos executivos da JBS, Joesley e Wesley Batista. A relação entre os 2 azedou.

Desde que assumiu a prefeitura paulistana, Doria tem tido resultados melhores que Alckmin em pesquisas de intenções de voto à Presidência. No último levantamento do DataPoder360, por exemplo, Doria teria 12% dos votos enquanto Alckmin alcançaria 4%.

A situação é delicada para o prefeito paulistano. Alckmin apadrinhou toda a campanha do até então outsider João Doria ao Edifício Matarazzo em 2016. 

MEIRELLES

Embora Temer ache que tem o ministro da Fazenda ideal para seu governo, o Planalto reconhece que Henrique Meirelles não teria força para concorrer à Presidência em 2018. Meirelles é visto como “pouco político” para enfrentar uma campanha.

Henrique Meirelles leva a sua pose de presidenciável para evento evangélico (por JOSIAS DE SOUZA, no UOL)

Pela quarta vez em menos de três meses, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) exibiu sua pose de presidenciável num evento evangélico. Compareceu nesta quinta-feira à Convenção da Assembleia de Deus, na cidade mineira de Juiz de Fora. Discursou sobre economia, ouviu palavras de estímulo à sua hipotética candidatura e concedeu uma entrevista. Nela, falou sobre a importância do diálogo com a comunidade evangélica —“são 30 milhões de pesssoas no país”. E respondeu gostosamente a uma indagação sobre 2018.

Evocando uma entrevista que Meirelles deu à Folha, um repórter atiçou o ministro: “O senhor disse recentemente que o discurso reformista vai vencer as eleições de 2018. Escutou aqui a confiança de uma candidatura do senhor no ano que vem. Qual pode ser o nível de confiança de uma candidatura de Henrique Meirelles?”

Ao responder, o ministro calibrou as palavras de modo a não ficar tão próximo de uma candidatura que amanhã tenha que ficar distante, nem tão distante que amanhã não possa se aproximar.

“No momento, eu estou totalmente concentrado e focado no meu trabalho, visando fazer com que o Brasil volte a crescer”, disse Meirelles. “Não trabalho pensando em hipótese de futuro. […] O Brasil está voltando a crescer e nós precisamos continuar criando as condições para isso. […] A partir daí, o país voltando a crescer, nós estamos atingindo o nosso objetivo.”

Ex-tucano, ex-peemedebista, hoje filiado ao PSD, Meirelles incluiu os evangélicos no seu radar político em junho. Antes do evento desta quinta, participara de uma convenção de todas as assembleias de Deus do Brasil, prestigiara a festa dos 106 anos desta denominação religiosa, e dera as caras no aniversário de Manuel Ferreira, bispo primaz da igreja.

Mantido esse ritmo, Meirelles só esquentará a cadeira de ministro por mais sete meses, pois as autoridades que desejarem disputar mandatos eletivos em 2018 terão de deixar seus cargos no início de abril. Até lá, Meirelles terá de entregar crescimento econômico e empregos. De resto, não poderá descuidar de uma máxima cunhada pelo ex-presidente Janio Quadros: “Política é como fotografia. Se a pessoa mexe muito, não sai.”

Lula em 2018: estratégia é unir a esquerda e dar guinada ao centro

Ideia é reduzir rejeição ao PT e a Lula: na casa dos 50%. Ele deve procurar alguém do establishment para ser o vice. Ex-presidente não descarta plano B: Fernando Haddad

Enquanto viaja pelo Nordeste do país, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esquematiza planos para as eleições do ano que vem. O petista e sua equipe levam em conta 2 caminhos: o ex-presidente sendo ou não candidato na corrida presidencial de 2018.

Caso seja impedido de se candidatar (por conta de pendências com a Justiça ou falta de disposição e saúde), o nome de Lula para uma eventual “substituição” é o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) –que também foi ministro da Educação durante a gestão do PT.

Para compor uma chapa concorrente ao Planalto, Lula articularia 1 político do Nordeste como vice. No momento, o mais falado para seguir junto a Haddad é Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco.

Lula se reúne com Renata, viúva de Eduardo Campos, em Pernambuco

Governador do PE, Paulo Câmara, e ex-primeira-dama do Estado Renata Campos prestam solidariedade a Lula

CARAVANA

Em caravana pelo Nordeste desde 17 de agosto de 2017, o petista chegou hoje na capital de Pernambuco. Os senadores Humberto Costa (PT-PE), Gleisi Hoffmann (PT-RS) e Lindbergh Farias (PT-RJ) e o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) acompanhavam a comitiva do ex-presidente.

Lula está hospedado no hotel Atlante Plaza, na avenida Boa Viagem, onde deve ficar até sábado (26.ago.2017), quando parte para a Paraíba.

O 1º compromisso do petista em Recife foi uma visita ao Museu Cais do Sertão, onde vestiu 1 gibão de couro que teria pertencido a Luiz Gonzaga e tirou fotos com o público presente.

Depois, no hotel, participou de evento reservado com profissionais integrantes do programa Mais Médicos.

LAVA JATO

Na 4ª feira (23.ago.2017), chegou ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região o processo em que Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.

A defesa do petista recorreu da sentença do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Moro condenou o petista a 9 anos e 6 meses, no caso do apartamento tríplex, no Guarujá, em São Paulo. Lula é réu em outras 5 ações.

Encontros de Lula durante caravana geram críticas dentro do PT (na FOLHA)

Dois movimentos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua caravana estão causando críticas dentro do PT: seu encontro com o senador Renan Calheiros e um jantar, ocorrido na noite desta quinta-feira (24), com Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos.

Embora o jantar com Renata tenha um caráter particular –já que Lula era amigo do casal– recentes articulações sinalizam para uma aproximação entre PT e PSB de Pernambuco. Presença constante no Instituto Lula, o ex-prefeito Fernando Haddad almoçou com Câmara há dez dias.

Pelo acordo em gestação, o PT apoiaria a reeleição do governador Paulo Câmara. Em troca, o PSB apoiaria o PT para o Senado, acordo que é chamado de "abraço de afogados" por integrantes da chamada esquerda petista.

O partido apoiou a candidatura de Armando Monteiro em 2014, mas as chances de reedição da aliança são mínimas depois que o deputado votou em favor da reforma trabalhista.

Admitindo a hipótese de reaproximação, o ex-prefeito de Recife e deputado João Paulo afirma que qualquer decisão depende uma análise mais profunda. Em primeiro lugar, está a consolidação da aliança pela eleição de Lula.

"O rabo não pode abanar o cachorro. Vamos analisar com cuidado", disse ele.

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffman (PR), minimiza o impacto político do jantar com Renata, afirmando que esse foi um gesto de amizade.

"Lula sempre teve uma boa relação com o casal. Gosta muito deles. Não é sinalização nenhuma", disse ela.

Outro encontro com repercussão ruidosa aconteceu em Alagoas, na cidade de Penedo, onde o senador Renan Calheiros (PMDB) recepcionou Lula às margens do Rio São Francisco. No dia seguinte, Renan foi vaiado em uma homenagem a Lula. À noite, senador e ex-presidente sentaram-se `a mesa em um jantar oferecido pelo ex-vice governador José Washington Neto.

Gleisi também minimizou essa fotografia, alegando que Lula não poderia impedir que o peemedebista subisse em seu palanque.

"Temos divergências. Ele apoiou o impeachment da presidente Dilma. Mas, como diz o próprio presidnete Lula, Renan era presidente do Senado e ajudou o seu governo [de Lula]. Não podemos levar essas coisas tão a ferro e fogo."

Em Sergipe, Lula convidou o governador Jackson Barreto (PMDB) para atividades de campanha. A CUT abandonou a caranava de Lula no Estado. E Barreto foi vaiado duas vezes.

“Só o Lula salva”: petista tenta vender imagem de que é um “santo” (na GAZETA DO POVO)

O pai dos pobres. O semeador de sonhos. E a chama da esperança nacional. A passagem da caravana de Lula pelo Nordeste vem delineando a imagem de salvador que ele e seus aliados tendem a explorar na campanha presidencial de 2018. E ela vai apelar para o lado emocional – e até religioso – do brasileiro.

Essa ideia, resultado de um plano de marketing pessoal e eleitoral bem construído, aparece em discursos do próprio Lula e de correligionários, no material de divulgação do PT e em depoimentos colhidos de pessoas que comparecem aos encontros com o ex-presidente.

Do ponto de vista da estratégia de comunicação, não há muita novidade. Em 2002, Lula se elegeu presidente pela primeira vez explorando o slogan: “A esperança vai vencer o medo”. O petista também buscou, durante seus dois mandatos, consolidar a imagem emotiva de que ele realizava os sonhos, sobretudo dos pobres, e cuidava dos brasileiros como se fossem seus filhos. Ou seja, de que é um “paizão”.

LEIA TAMBÉM: Da ovada à sarrada: Doria e Lula estão em guerra pelo Nordeste

Agora, tudo está de volta. Em imagens. E em palavras. A caravana de Lula pelos estados do Nordeste está sendo devidamente filmada e fotografada. Em vários momentos as fotos mostram Lula afagando o rosto de brasileiros, abraçando-os e até mesmo se divertindo com eles. Tudo num clima bem familiar. Algumas imagens remetem também à religiosidade: Lula é tocado pelo povo como se fosse um “santo”.

(Veja imagens de Lula na caravana pelo Nordeste feitas pelo fotógrafo do ex-presidente, Ricardo Stuckert: O “painho” nos braços do povo nordestino, NA GAZETA DO POVO)

Os discursos seguem a mesma linha do “paizão”. Em Lagarto (SE), a equipe de comunicação de Lula gravou depoimentos de moradores da cidade. “Lula é o pai do pobre! Lula mora em meu coração!”, diz uma mulher. “Lula, meu pai velho!”, afirma um senhor.

No material de divulgação da viagem disponível no site do PT em que esses depoimentos foram veiculados, o texto de apresentação afirma que “para muitos nordestinos Lula é conhecido como pai”. Já o texto sobre a passagem do ex-presidente pelo acampamento Maria Lindaura, do MST, em Japoatã (SE), chama Lula de “pai da agricultura familiar que semeia a esperança no povo”.

Tudo junto misturado

Outra reportagem produzida pela assessoria do PT, divulgada no site do partido, misturou a ideia da esperança com a dos sonhos. O título já deixa isso claro: “Lula encerra caravana em Sergipe como condutor de sonhos e esperança”.

 

 

No texto, há a reprodução de trecho de um discurso de Lula em que ele, além de reforçar os dois conceitos, trata de sua família. “Eu gostaria de ser o portador de sonhos e de esperança. Porque sem esperança a gente não vai a lugar nenhum. A gente tem que levantar todo santo dia tendo esperança que o dia será sempre melhor. E mesmo quando não for melhor, a gente não tem de reclamar. É isso que eu aprendi com minha mãe. Quantas vezes a gente não tinha o que comer, quantas vezes chovia e entrava água em casa? Eu nunca vi a minha mãe reclamar, ela sempre falava amanhã vai melhorar”, disse Lula.

VEJA MAIS: E os demais candidatos? Quem encarna para o eleitor o “anti-Lula”?

E os bordões se sucedem no material de divulgação do PT. “Sonhar não tem mais limites para jovens de Itabaiana (BA)”, diz texto sobre os jovens pobres que chegaram à universidade devido a programas sociais do governo Lula. “A maior força que Lula deu às famílias do Brasil foi quando empoderou as mulheres e levou a juventude às universidades. Temos o desafio de continuar sonhando com o país da esperança”, diz o texto.

Ao mesmo tempo em que se apresenta como o depositário dos sonhos do povo, Lula também busca associar seus adversários à destruição da esperança. “Agora colocaram um tal de Temer [na Presidência], e não tem mais esperança de Fies, emprego, ProUni. Porque essa gente não sabe governar, quer vender o Banco do Brasil, a Caixa, a Petrobras, a BR [Distribuidora]”, disse Lula em outro discurso. Com exceção da BR Distribuidora, até agora ninguém no governo anunciou a intenção de privatizar as outras empresas citadas pelo ex-presidente.

Razão não ganha eleição

O cientista político Fernando Azevedo, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), afirma que Lula e o PT vêm adotando, na caravana pelo Nordeste, um discurso de contraposição à crise atual. O ex-presidente, quando deixou o Planalto em 2010, tinha índices de aprovação altíssimos porque o país passava por um bom momento. Segundo o cientista político, a ideia do pai dos pobres que vai resgatar a esperança e realizar os sonhos do brasileiros ressurge nesse contexto.

Pesquisador na área de comunicação política, Azevedo afirma ainda que qualquer campanha eleitoral é essencialmente baseada na emoção. “A atenção do eleitor é capturada muito mais pelo emocional do que pelo racional”, diz ele. Assim, os estrategistas eleitorais buscam criar ideias simples para “embalar” o candidato que possam ser facilmente compreendidas pelo eleitor por meio de elementos emocionais. O discurso racional, segundo ele, costuma ser direcionado para públicos bem específicos.

E os outros candidatos?

Isso significa que o marketing eleitoral de todos os candidatos, e não apenas de Lula, vai apelar para a emoção do eleitor. E isso já vem ocorrendo. O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), por exemplo, vem criando a imagem do “João Trabalhador”: veste-se de gari para limpar ruas.

“O [deputado Jair] Bolsonaro tenta passar a imagem de que ele é quem vai pôr ordem na casa”, diz Azevedo. Ou seja, de que é um “cara durão” – aproveitando o fato de ser um militar que pode “matar” pelo bem do país. Bolsonaro (hoje no PSC, mas que irá mudar para o Patriota, novo nome do PEN) inclusive vem explorando, assim como Lula, uma “imagem família”: o “tiozão conservador”.

E SE LULA DISPUTAR?

Caso se materialize a candidatura de Lula, a campanha se dará em 3 fases:

  • Unir a esquerda: primeiro, Lula tem de falar ao seu público cativo –historicamente de 25% a 30% do eleitorado. Precisa atacar a TV Globo, falar mal das privatizações e dizer que todos os outros partidos não governam para os pobres. Essa tática visa a coesionar a esquerda e solidificar o voto duro no petista;
  • Guinada ao centro: lá para meados de fevereiro ou março do ano que vem, quando ficar claro que talvez possa mesmo ser candidato a presidente (sem óbices de nenhuma ordem), Lula então reencarnará o “Lulinha Paz & Amor” de 2002. Ele deverá procurar alguém do establishment para ser o vice. A mídia já fala no presidente da Coteminas, Josué Gomes da Silva. Ele é filho de José Alencar, o ex-vice de Lula. Mas essa é apenas uma especulação preliminar. Essa guinada ao centro será usada para reduzir a rejeição ao PT e a Lula, hoje na casa dos 50%;
  • “A garantia sou eu”: com a chapa formada e a candidatura na praça, Lula buscará o empresariado com a seguinte pergunta: “Qual foi o problema que você teve nos meus 8 anos de governo? A garantia de que farei 1 mandato melhor ainda sou eu mesmo”. O petista, de fato, cumpriu palavras empenhadas com o establishment quando estava no Planalto.

O PODER360 ANALISA

Tudo o que está escrito acima sobre a candidatura de Lula ao Planalto é a grande esperança dos petistas de todos os quadrantes. O ex-presidente tem hoje até 32% das intenções de voto, enquanto Haddad registra no máximo 5%, segundo o DataPoder360.

Isso vai dar certo? Depende de duas coisas:

  • a capacidade de Lula reduzir sua taxa de rejeição;
  • a incapacidade da oposição para encontrar 1 nome competitivo e projetar esperança nos eleitores.

Desde a sua fundação, o PT rapidamente cresceu e conquistou cerca de 1 terço do eleitorado. Mas não passava disso. A vitória em 2002 se deu por causa de uma manobra em direção ao centro do espectro político. Só que, até aquele ano, o PT e Lula eram praticamente imaculados, sem Mensalão nem Lava Jato nas costas.

Antes da eleição presidencial, em 2001 e sob o comando de José Dirceu, o PT se modernizou e contratou o ex-marqueteiro de Paulo Maluf, o baiano Duda Mendonça. Uma intensa campanha de marketing edulcorou a imagem de Lula. Na campanha de 2002, pela 1ª vez, passou a usar ternos bem cortados, trocava de camisa a cada comício para não parecer suado e fez a famosa “carta ao povo brasileiro”, 1 agrado aos operadores financeiros. Armou uma aliança com o PL (atual PR) de Valdemar Costa Neto, uma espécie de nêmesis petista até aquela época. O último comercial da campanha de 2002 mostrou uma legião de grávidas vestidas de branco, andando num campo bem verde e ao som do Bolero de Ravel. O tom brega e kitsch conquistou a classe média e a vitória nas urnas.

A fórmula deu certo. Lula quer repeti-la agora. O êxito é incerto, sobretudo por causa dos passivos acumulados pelo petista e pelo partido em escândalos recentes.

OPOSIÇÃO AMBÍGUA E DESNORTEADA

Até agora, 2 nomes se apresentaram de maneira mais vibrante para combater o PT em 2018: o conservador Jair Bolsonaro (PSC) e o prefeito liberal de São Paulo, João Doria (PSDB).

A maior virtude de ambos é também o maior defeito. Aparecem em público tendo como principal bandeira a justificativa de serem o “anti-Lula”. Ninguém ganha campanha apenas sendo contra alguma coisa. Eleição é emoção e esperança. Até agora nem Bolsonaro nem Doria conseguiram encontrar o tom para inspirar de maneira mais robusta os eleitores que não desejam Lula, mas sobretudo esperam 1 país melhor.

Corre por fora o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o nome mais forte na estrutura interna do PSDB. Sua imagem quase clerical e capacidade para ouvir o credenciam para a disputa. Sua estampa, entretanto, contrasta 1 pouco com o que a maioria dos brasileiros diz buscar –uma renovação na política.

Bolsonaro vai aos EUA divulgar candidatura a investidores e analistas

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) prepara um roteiro de debates, audiências e palestras nos EUA em outubro para promover sua possível candidatura a presidente entre investidores, analistas e eleitores brasileiros radicados no país.

A viagem, a princípio de 8 a 14 de outubro, originou-se de uma mesa-redonda para a qual Bolsonaro foi convidado, no centro de pesquisas do filósofo brasileiro Olavo de Carvalho em Nova York, o The Inter-American Institute.

Debaterão também o pesquisador Jeffrey Nyquist e uma jornalista da rede de TV conservadora Fox News.

O brasileiro-americano Gerald Brant, que trabalha em uma consultoria em Nova York e é ligado ao instituto, está incumbido de viabilizar um encontro de Bolsonaro com investidores.

"Eles querem conhecer o presidenciável brasileiro com grandes chances de ganhar no ano que vem", disse seu filho Flavio Bolsonaro (PSC-RJ), deputado estadual no Rio. "Querem saber onde põem o seu dinheiro."

Brant mantém amizade há anos com Flavio, que o procurou para marcar a reunião, ainda não confirmada.

A família tenta também agendar encontros com políticos do Partido Republicano.

BRAZUCAS

A passagem de uma semana do potencial presidenciável terá também paradas em Miami e Boston.

Na cidade da Flórida, a produtora de eventos brasileira Karol Eller organiza uma palestra na região de Deerfield, aberta ao público.

Em Boston, segundo Flavio Bolsonaro, o deputado terá um encontro com o prefeito da cidade, Marty Walsh, do Partido Democrata, além de conversas com a comunidade brasileira local.

Segundo estimativas do Itamaraty, Boston (350 mil), Nova York (285 mil) e Miami (250 mil) têm as maiores concentrações de brasileiros nos Estados Unidos.

Comunidades brasileiras no exterior podem votar em representações diplomáticas.

"Queremos passar a mensagem de que, caso ele seja eleito, fará tudo para melhorar a questão da violência e do desemprego, que são muito fortes [para a comunidade], para terem vontade de voltar a morar perto de suas famílias no Brasil", afirmou Flavio Bolsonaro.

Seu irmão Eduardo o ajuda na logística. Bolsonaro pai esteve uma única vez nos Estados Unidos, anos atrás, para ir à Disney e não fala inglês.

Os filhos dizem que arcarão com as próprias despesas, e o pai deve viajar a convite do The Inter-American Institute, segundo Flavio.

Referência do conservadorismo no Brasil, Olavo de Carvalho já flertou publicamente com Bolsonaro. O deputado disse que o pensador é uma de suas inspirações intelectuais e ouviu que o filósofo aceitaria ser seu "conselheiro particular" em eventual gestão Bolsonaro.

A pauta do debate no Inter-American Institute é a relação entre Brasil e Estados Unidos e o Foro de São Paulo, organização de esquerda da América Latina fundada inclusive pelo PT que é frequentemente alçada a vilã nos discursos do deputado.

O terceiro debatedor, Jeffrey Nyquist, é pesquisador no instituto do que ele chama de "cultura de negação" ocidental aos riscos oferecidos por armas de destruição em massa.

Procurados, Carvalho e Nyquist não responderam. 

  Marcus Leoni - 8.jun.2017/Folhapress  
Bolsonaro quer se encontrar com investidores e políticos americanos para tratar da eleição de 2018
 
Fonte: poder360 + Folha de S. Paulo

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