PF aponta que Gleisi cometeu crimes de corrupção e lavagem de dinheiro (FOLHA/ESTADÃO)

Publicado em 07/08/2017 21:36
Em visita a Salvador, João Doria é alvo de ovadas (ver abaixo)

A Polícia Federal concluiu que a senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), cometeu crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro na campanha eleitoral para o Senado em 2014.

O inquérito tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) em segredo de Justiça.

Em fevereiro 2016, a PF apreendeu documentos na casa de Maria Lúcia Tavares, secretária da Odebrecht, que atuava no setor de operações estruturadas, conhecido como departamento da propina.

No material havia planilhas indicando dois pagamentos de R$ 500 mil a uma pessoa de codinome "coxa", além de um número de celular e um endereço de entrega.

"A investigação identificou que a linha telefônica pertencia a um dos sócios de uma empresa que prestou serviços de propaganda e marketing na última campanha da senadora Gleisi Hoffmann", informou a PF por meio de nota.

PAGAMENTO PARCELADO

A PF encontrou outros seis pagamentos no mesmo valor, além de um de R$ 150 mil em 2008 e duas parcelas de R$ 150 mil em 2010.

Os investigadores identificaram ainda os locais onde os pagamentos foram realizados e as pessoas responsáveis pelo transporte de valores.

O material foi apresentado pela Odebrecht na delação premiada dos executivos e ex-executivos da companhia.

"Há elementos suficientes para apontar a materialidade e autoria dos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro praticados pela senadora, seu então chefe de gabinete, Leones Dall Agnol, e seu marido, Paulo Bernardo da Silva, além dos intermediários no recebimento, Bruno Martins Gonçalves Ferreira e Oliveiros Domingos Marques Neto", diz a nota da PF.

De acordo com os investigadores, Gleisi, Paulo Bernardo e dois delatores da Odebrecht, Benedicto Júnior e Valter Lana, também cometeram crime de falsidade ideológica eleitoral.

O relatório da PF vai ser incorporado aos autos do inquérito. A PGR pode concordar ou não com as conclusões.

Quando a investigação terminar, caberá à Procuradoria oferecer denúncia ou pedir o arquivamento do inquérito.

Em setembro de 2016, Gleisi e Paulo Bernardo viraram réus no Supremo, em outra investigação da Lava Jato.

Eles foram denunciados em maio por corrupção e lavagem de dinheiro.

A acusação é que a campanha de Gleisi ao Senado, em 2010, teria recebido R$ 1 milhão do esquema de corrupção da Petrobras. Os repasses, de acordo com a investigação, foram solicitados por Paulo Bernardo.

OUTRO LADO

Em nota, o gabinete de Gleisi Hoffmann informou que ela não cometeu nenhuma irregularidade.

"A defesa entende que não há elementos nos autos que autorizem a conclusão alcançada pela Polícia Federal. Não foi praticada qualquer irregularidade pela senadora", diz o texto.

PF atribui corrupção e lavagem de dinheiro a Gleisi e Paulo Bernardo (ESTADÃO)

No relatório de conclusão de um inquérito instaurado no Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) atribuiu à senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT, a prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O caso em questão, que tramita em segredo de justiça no STF, apura irregularidades na campanha eleitoral de 2014 ao Senado.

A investigação remonta a fevereiro de 2016, quando a PF apreendeu documentos na residência de Maria Lúcia Tavares, secretária do setor de operações estruturadas da Odebrecht. Entre eles, planilhas relatando dois pagamentos de R$ 500 mil cada a uma pessoa de codinome “Coxa”, além de um número de celular e um endereço de entrega. Segundo a PF, a investigação identificou que a linha telefônica pertencia a um dos sócios de uma empresa que prestou serviços de propaganda e marketing na última campanha da senadora Gleisi Hoffmann.

A PF informou que pôde comprovar a existência de seis pagamentos no mesmo valor, além de um pagamento de R$ 150 mil em 2008 e duas parcelas de R$ 150 mil em 2010. “Também foram identificados os locais onde os pagamentos foram realizados e as pessoas responsáveis pelo transporte de valores. Essas tabelas também foram apresentadas pela construtora no momento em que foi firmado termo de colaboração premiada”, afirmou a PF.

“Há elementos suficientes para apontar a materialidade e autoria dos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro praticados pela senadora, seu então chefe de gabinete, Leones Dall Agnol e seu marido, Paulo Bernardo da Silva, além dos intermediários no recebimento, Bruno Martins Gonçalves Ferreira e Oliveiros Domingos Marques Neto. Os autos também comprovam que a parlamentar e seu marido, juntamente com Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Valter Luiz Arruda Lana, foram responsáveis pelo cometimento de crime eleitoral”, resume a PF em nota enviada à imprensa.

Gleisi já é ré em uma ação penal no Supremo Tribunal Federal junto com o marido, Paulo Bernardo, e o empresário Ernesto Kugler. Eles são acusados de solicitação e recebimento de R$ 1 milhão desviados em esquema de corrupção na Petrobras para a campanha de Gleisi ao Senado, em 2010. As testemunhas estão terminando de serem ouvidas, e a senadora deverá ser interrogada no fim do mês. É possível que o julgamento ocorra ainda em 2017.

COM A PALAVRA, GLEISI

Em nota, a defesa negou que a senadora tenha cometido crime. “A defesa entende que não há elementos nos autos que autorizem a conclusão alcançada pela Polícia Federal. Não foi praticada qualquer irregularidade pela Senadora”, disse o advogado de Gleisi Hoffmann, Rodrigo Mudrovitsch.

Em visita a Salvador, João Doria é alvo de ovadas

 

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), foi recebido com uma "chuva de ovos" na noite desta segunda (7), em Salvador, em um protesto organizado por movimentos de esquerda. Ele viajou à Bahia para receber título de cidadão soteropolitano.

Antes do evento, o tucano se reuniu com o prefeito ACM Neto (DEM) na Prefeitura de Salvador. Depois, atravessaram a rua até a Câmara de Vereadores, localizada no centro histórico da capital, quando foram alvos do ataque.

Os seguranças da prefeitura sabiam que haveria um protesto com ovos e prepararam guarda-chuvas para evitar a alvejada. Porém, tanto Doria como Neto foram atingidos.

Depois de se limpar, Doria repudiou o ato, que classificou de "intolerância do PT e dos partidos de esquerda".

"Não é esse o caminho que desejamos para o Brasil. Esse é o caminho do Lula, o caminho do PT, das esquerdas que querem isso. A intransigência, a agressividade e a tentativa de amedrontar. A mim não intimida", disse, em vídeo publicado nas redes sociais.

"Vão lá defender o maduro e jogar ovo lá na Venezuela", acrescentou

O prefeito de Salvador chamou a manifestação de "ato de vandalismo". "Atitude de gente bandida, criminosa, que não tem nenhum apreço pela democracia. Nós sabemos a serviço de quem eles estão", disse, culpando o governador Rui Costa (PT), possível adversário nas eleições de 2018 ao governo baiano.

O título de cidadão soteropolitano a Doria foi proposto pelo vereador Felipe Lucas, do PMDB, partido aliado a ACM Neto na gestão municipal. 

Fonte: Folha de S. Paulo

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