PF prende ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil em nova fase da Lava Jato

Publicado em 27/07/2017 07:33

O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine foi preso na 42ª fase da Operação Lava Jato deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (27) no Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Bendine foi preso em Sorocaba.

Um representante de Bendine – o publicitário André Gustavo Vieira da Silva – também é um dos alvos de prisão.

A atual fase foi batizada de Cobra e cumpre três mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão. A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo ou convertida para preventiva, que é quando o investigado não tem prazo para deixar a prisão.

Segundo depoimento de delação feito por Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, Bendine solicitou e recebeu R$ 3 milhões para auxiliar a empreiteira em negócios com a Petrobras. Conforme os delatores, o dinheiro foi pago em espécie através de um intermediário.

A nova fase também mira operadores financeiros suspeitos de operacionalizarem o recebimento dos R$ 3 milhões. Aparentemente, de acordo com a PF, estes pagamentos somente foram interrompidos com a prisão de Marcelo Odebrecht.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há evidências indicando que, numa primeira oportunidade, um pedido de propina no valor de R$ 17 milhões foi realizado por Aldemir Bedine à época em que era presidente do Banco do Brasil, para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da Odebrecht AgroIndustrial.

Leia a notícia na íntegra no site do G1

PF prende ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine em nova fase da Lava Jato

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, em nova fase da operação Lava Jato, por suspeita de ter recebido junto com parceiros pagamento irregular de 3 milhões de reais da empreiteira Odebrecht já durante o curso da maior investigação de combate à corrupção da história do país.

Bendine foi presidente-executivo da Petrobras de fevereiro de 2015 a maio de 2016, tendo sido indicado para o cargo pela então presidente Dilma Rousseff após a deflagração da Lava Jato. Antes de assumir a petroleira, Bendine fora presidente do Banco do Brasil.

De acordo com as investigações, Bendine já havia solicitado pagamento de propina no valor de 17 milhões de reais à Odebrecht na época em que estava à frente do banco para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da empreiteira, mas o pagamento não foi efetuado, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

No entanto, às vésperas de assumir a Petrobras, Bendine e seus operadores voltaram a pedir pagamento de propina da empreiteira, que acabou pagando 3 milhões de reais de forma irregular em troca de benefícios dentro da estatal de petróleo, inclusive em relação às consequências da Lava Jato, de acordo com os investigadores.

"A colaboração premiada dos executivos da Odebrecht foi o ponto de partida das investigações. A partir daí, a investigação se aprofundou e revelou estreitos vínculos entre os investigados e permitiu colher provas de corroboração dos ilícitos narrados", disse o MPF em comunicado.

A operação desta quinta-feira, 42ª fase da Lava Jato, recebeu o nome de "Cobra", em referência ao codinome dado a Bendine nas planilhas de pagamentos ilegais da Odebrecht, de acordo com a Polícia Federal.

Um e-mail enviado ao escritório de advogados que defende Bendine não foi respondido de imediato na manhã desta quinta.

Em junho, quando o juiz federal Sérgio Moro autorizou abertura de inquérito para investigar Bendine, o escritório Bottini & Tamasauskas Advogados negou que o ex-presidente da Petrobras tenha cometido as supostas irregularidades.

Procurada nesta quinta-feira, a Petrobras não respondeu imediatamente a pedido de comentário sobre a prisão de Bendine. No início de maio, quando surgiram as primeiras informações sobre suspeita de propina paga pela Odebrecht a Bendine, o diretor-executivo de Governança e Conformidade da Petrobras, João Elek, afirmou a jornalistas que as irregularidades apontadas foram investigadas internamente e nada havia sido comprovado.

Desde que fechou acordos de delação premiada e leniência com as autoridades brasileiras, a Odebrecht tem afirmado que reconheceu seus erros, pediu desculpas públicas e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas. Também afirma entender que é responsabilidade da Justiça a avaliação de relatos específicos feitos por seus executivos e ex-executivos.

(Por Pedro Fonseca; Reportagem adicional de Marta Nogueira)

Fonte: G1 + Reuters

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