Próximo trimestre deve reforçar trajetória altista para o câmbio, aponta FCStone
A perspectiva para o par dólar/real nos próximos três meses é altista, com chances menores de a cotação da moeda americana encerrar o período muito abaixo da referência em que se encontrava ao final de junho. Quem afirma é a consultoria INTL FCStone, em relatório especial divulgado na última sexta-feira (7).
Depois de recuarem de maneira consistente nos três primeiros meses do ano, chegando a se aproximar do nível dos R$3,05 na esteira da aprovação da proposta de emenda constitucional que instituiu o teto de gastos, as cotações do dólar passaram a se apreciar em função de uma sequência de escândalos pontuais que derivaram dos depoimentos da Odebrecht e enfraqueceram nomes importantes do governo peemedebista. Esse período de turbulência política impôs atrasos à agenda de reformas e deu suporte ao dólar, que voltou para perto dos R$3,15. A partir da ruptura desse patamar de negociação, ocorrida em 18 de maio com as acusações ao presidente, a taxa de câmbio registrou o pico de R$3,40 e se manteve por volta dos R$3,30 desde então.
“Com ao menos mais três denúncias esperadas da Procuradoria-Geral da República contra Temer, a interrupção das atividades parlamentares durante a segunda metade de julho e a continuidade do mandato de Rodrigo Janot até meados de setembro, o trimestre deve ser tenso e pode guardar alguns reveses ao governo”, explica o analista de mercado da INTLFCStone, Vitor Andrioli.