Senado suspende sessão para votar reforma trabalhista por protesto da oposição

Publicado em 11/07/2017 12:41

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), suspendeu a sessão destinada à votação da reforma trabalhista, nesta terça-feira, por causa de um protesto de representantes da oposição, que ocuparam a Mesa do plenário.

Cerca de uma hora depois de a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) ter aberto a sessão para pronunciamentos na tribuna, Eunício suspendeu os trabalhos alegando que a sessão só seria reaberta quando ele pudesse sentar na cadeira da presidência da Casa.

Além de Fátima Bezerra, Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ocupavam a Mesa do plenário no momento da suspensão da sessão.

A liderança do PT no Senado disse, em publicação no Twitter, que Eunício ordenou inclusive o desligamento das luzes do plenário, enquanto as senadoras não deixassem a Mesa. Imagens de TV e fotografias mostravam o plenário às escuras.

"Mesa Diretora do Senado ocupada pela oposição. O governo vai ter de trabalhar muito se quiser votar sua reforma trabalhista", disse o senador Humberto Costa (PT-PE), em um tuíte.

Segundo a Agência Senado, Eunício convocou uma reunião no gabinete da Presidência para discutir com líderes e outros senadores a retomada da sessão. O vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse que estava sendo avaliada a possibilidade de a sessão ser transferida para o auditório Petrônio Portela.

A votação da reforma trabalhista é uma aposta do governo em busca de apresentar um resultado de peso que mostre que ainda tem condições de conduzir sua agenda legislativa apesar da crise envolvendo o presidente Michel Temer, que é alvo de uma denúncia de crime de corrupção passiva apresentada pela Procuradoria-Geral da República.

Existe uma expectativa, no entanto, de que a votação desta terça-feira no plenário pode ser apertada. Para ser aprovado, o projeto que altera a legislação trabalhista precisa do apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores. A oposição prometeu apresentar uma série de questionamentos antes que a votação em si possa ser encaminhada.

(Por Pedro Fonseca, com reportagem de Ricardo Brito)

Fonte: Reuters

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