Fachin prorroga em cinco dias prazo para PF concluir inquérito contra Temer
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, decidiu prorrogar por mais cinco dias o prazo concedido anteriormente para que a Polícia Federal conclua o inquérito contra o presidente Michel Temer, investigado pelos crimes de obstrução de Justiça, organização criminosa e corrupção passiva.
A PF tinha até esta terça-feira para encerrar as investigações, mas a corporação pediu a ampliação do prazo e poderá, agora, concluir os trabalhos até o domingo, dia 18.
Os prazos são curtos porque neste mesmo inquérito há um réu preso, o ex-assessor presidencial e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que foi flagrado numa ação controlada carregando uma mala com 500 mil reais repassados por um delator da JBS.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não precisa esperar a conclusão das investigações da PF para eventualmente oferecer denúncia criminal contra Temer e Rocha Loures ao STF. Antes da decisão de Fachin, a expectativa era que a acusação formal fosse feita ao tribunal até a próxima segunda-feira.
Fachin, que relata o inquérito no Supremo, também deu prazo de cinco dias para que Janot se manifeste a respeito do pedido feito pela defesa de Temer para arquivar o inquérito por falta de provas.
Na semana passada, o presidente não respondeu às 82 perguntas feitas pela PF por escrito no inquérito, embora o STF tenha acolhido um pedido dele de maior prazo para se manifestar.
As defesas de Temer e Rocha Loures questionam a validade da gravação feita por Joesley Batista, um dos sócios da JBS que firmou acordo de delação premiada e gravou conversa com o presidente. A PF realiza perícia no áudio.
(Reportagem de Ricardo Brito)