Contribuição sindical "obrigatória" recolhe R$ 3,4 bilhões de produtores e trabalhadores

Publicado em 02/05/2017 20:49
por José Augusto Baldassari (em artigo ao Notícias Agrícolas)

O arcaico sistema sindical brasileiro – O Patronal e dos Trabalhadores

Creio que a CLT se tornou também refém dos dirigente sindicais, patronais e dos trabalhadores, e um forte pretexto para a perpetuação da paradoxal “contribuição obrigatória” - pois se é obrigatória não é contribuição e se é contribuição não deveria ser obrigatória. Em 2015 foram recolhidos R$ 3,4 bilhões. Quanto à Reforma Trabalhista, sindicalistas defendem com unhas e dentes a "sagrada" Contribuição Anual OBRIGATÓRIA.

Aliás, quando falam em reforma sindical, a maior parte do que é discutido é balela. O foco da discussão se resume na manutenção desta extorsão anual. Por isso vemos Confederações, Federações e Sindicatos com diretorias que perduram no cargo, pasmem, há 40 anos ou mais, algumas sendo repassadas como se fossem uma herança familiar. Mais um escândalo visto com naturalidade e passividade por quem as sustentam, neste oceano de escândalos que se tornou o Brasil.

Se cair esta "contribuição" será dificílimo encontrar “dirigentes” classistas desta citada estirpe, sejam eles ”representantes” dos trabalhadores ou patronais, pois sem a bilionária ”contribuição” perderão naturalmente o interesse em permanecerem nos cargos com o término da mamata.

A queda desta “contribuição” fortaleceria os sistemas representativos pois aí... Surgiriam lideranças verdadeiras e não estes simulacros que vem desfrutando destes bilhões desde a “era Vargas” há mais de 70 anos, sem prestar contas a quem os sustentam em nome de uma pseudo não-interferência a “liberdade sindical”, salvo raras as exceções.

Aforismo : “O mais delicioso dos privilégios é gastar o dinheiro dos outros” (John Randolph).

Creio que esta frase explica muito bem a razão deste afã em não largarem o osso, aliás, este macio filé.

De José Augusto Baldassari
 (O Dr.Calandra é um dos autores do artigo laudatório “O semeador” publicado na FSP em 02/05/17)

Aos  Srs.Editores da FSP

Ao “Painel do leitor” -- 

Depois do que foi publicado na FSP, o editorial ”Feudo sindical” em 04/03/17, reportagem em 02/03/17 e comentário em 04/03/17 relativos às supostas irregularidades que ocorrem na FAESP -- descritas em detalhes e até agora sem a mínima explicação ou reação das pessoas envolvidas -- me causa surpresa ler o artigo “O semeador” (publicado em 02/05/17, Opinião, pag.03), justamente na FSP, louvando ao extremo a mesma pessoa citado pela FSP que publicou os graves fatos merecedores da investigação das autoridades competentes. Abrir as páginas do jornal para que pessoas se defendam, se expliquem, apresentando suas justificativas, é um direito, agora, publicar um artigo calcado na mais pura louvação pessoal, que passa ao largo do já publicado, confunde o leitor... Em quem acreditar, nas denuncias já publicadas pela FSP, ou neste extremamente laudatório artigo? 

José Augusto Baldassari - Agroempresário

Editorial – FSP em 04/03/2017.

https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2017/03/1863739-feudo-sindical.shtml?cmpid=topicos

Entidade patronal da agricultura de SP favorece presidente e filhos – FSP – 02/03/17.

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/03/1862926-entidade-patronal-da-agricultura-de-sp-favorece-presidente-e-filhos.shtml?cmpid=compfb

PILANTROPIA – por Elio Gaspari – FSP - 04/03/2017 -- 

O deputado Arthur Maia, relator da PEC da reforma da Previdência, anuncia que vai em cima das isenções de entidades ditas filantrópicas, beneficiadas por isenções tributárias que irão a R$ 4,5 bilhões neste ano.

A sorte levou para sua mesa uma revelação do repórter Reynaldo Turollo Jr: o doutor Fábio Meirelles, presidente da Federação de Agricultura de São Paulo desde 1975, tem quatro filhos ligados ao orçamento da instituição. Isso para não se falar da copeira da filha, paga pela federação. Meirelles preside o conselho do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, o Senar, uma estrela do Sistema S, constelação de entidades do sindicalismo patronal que capta compulsoriamente R$ 15 bilhões anuais da folha de pagamento de empresas. Em 2015, a Faesp recebeu R$ 120 milhões do Senar.

Nenhum governo conseguiu mexer nessa caixa-preta. (ELIO GASPARI)

Fonte: NA

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