O Globo: Doleiro enganava Cunha e deixava de repassar propina, afirma delator
BRASÍLIA — Valia a pena enganar e deixar de repassar propina ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). É o que contou o empresário Alexandre Margotto em sua delação premiada, homologada pela Justiça Federal de Brasília na semana passada. Segundo ele, era interessante para seu ex-sócio, o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, "passar a perna" em Cunha na divisão da propina paga por empresários de olho nos recursos do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). Nas palavras de Margotto, Funaro avaliou que "o risco valia a pena", até porque ele sabia de muita coisa da vida de Cunha.
A delação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa e ex-conselheiro do FI-FGTS, homologada no ano passado, já apontava que 80% da propina ficava com Cunha, e os 20% restantes eram divididos entre os outros três. Assim, do total, 12% iam para Funaro, 4% para Margotto, e 4% para Cleto.
— Oitenta a 20 é bem desproporcional. É quatro para um. Então, qualquer coisa de 100% que fique a mais para Funaro, ele vislumbrou que o risco valia a pena — afirmou Margotto, acrescentando:
— Se você fala de 1% numa operação de R$ 1 bilhão, são R$ 10 milhões e ele teria que repasar R$ 8 milhões (para Cunha). Então ficar com R$ 10 milhões é de grande relevância.
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