Temer diz que não cogita renunciar e que se for cassado obedecerá decisão da Justiça

Publicado em 22/12/2016 11:21

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira que não tem cogitado renunciar e que obedecerá decisão da Justiça no caso de seu mandato ser cassado.

Em entrevista a jornalistas durante café da manhã no Palácio do Planalto, o presidente afirmou ainda que não pretende fazer nenhuma mudança em seu ministério por causa das delações da Odebrecht, cujos vazamentos de informações têm motivado uma série de denúncias envolvendo o próprio presidente e ministros de sua equipe, entre eles o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, a quem o presidente garantiu no cargo nesta quinta.

Todos os acusados vêm negando as denúncias.

No encontro com os repórteres, Temer também comentou a aprovação pela Câmara do projeto que renegocia as dívidas dos Estados com a União e que cria um regime de recuperação fiscal dos entes federados. Os deputados aprovaram o texto sem as contrapartidas dos Estados que haviam sido incluídas pelo Senado.

Temer, que já sinalizou que sancionará o texto aprovado, disse que caberá à União definir quais contrapartidas exigirá dos Estado para a adesão ao regime de recuperação e afirmou que as exigências podem ser até superiores às que constavam do texto que tramitou no Congresso.

O presidente disse ainda que seria uma irresponsabilidade o governo federal sair em socorro de Estados em dificuldades financeiras sem exigir contrapartidas dos governos estaduais.

No início do encontro com os jornalistas, Temer anunciou a liberação do saque integral pelos trabalhadores dos recursos existentes em contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a redução em mais da metade dos juros do cartão de crédito.

Temer afirmou que a redução dos juros foi acertada entre o governo e os bancos e negou intervenção do governo para forçar uma redução dessa modalidade de juros.

Em meio a pesquisas que indicam descontentamento da população com o governo, o presidente afirmou que sua baixa popularidade lhe permite adotar medidas que um governo altamente popular não faria. Temer também afastou os rumores de defecções na base aliada e disse que esses boatos não têm se refletido no Congresso.

Fonte: Reuters

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