Diante de crise, não se pode ter medo de antecipar eleições, diz Caiado

(Reuters) - O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse nesta terça-feira que diante da atual crise política não se pode ter medo de antecipar as eleições e pediu que o presidente Michel Temer tenha a sensibilidade que, segundo ele, a ex-presidente Dilma Rousseff não teve.

"Diante de uma crise política de enormes proporções, não podemos ter medo de antecipar o processo eleitoral", disse o parlamentar em sua conta no Twitter. Caiado também fez a sugestão de antecipação das eleições em discurso na tribuna do Senado.

"É hora de analisar se o Congresso tem condições de legislar e o governo de governar. Sem meio termo... A decisão de antecipar as eleições tem a função de preservar a democracia", acrescentou o parlamentar, que faz parte da base de apoio do governo Temer.

As declarações de Caiado acontecem em um momento em que informações vazadas do acordo de delação premiada de Claudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, implicam vários parlamentares, ministros e políticos, inclusive o próprio Temer.

"O presidente Temer precisa ter a sensibilidade que a presidente Dilma não teve. Não é provocar as ruas como o PT fez. Um governante precisa ter a noção de como está seu governo e se está sendo aceito pela população. Esse é o ponto principal", disse Caiado, em uma aparente sugestão para que Temer renuncie ao cargo.

Dilma perdeu o mandato no final de agosto deste ano depois de ser condenada em um processo de impeachment.

Caso Temer deixe o cargo ainda neste ano, a Constituição prevê a realização de eleições diretas para presidente da República. Se a Presidência ficar vaga a partir de janeiro, ou seja, nos últimos dois anos do mandato que vai até 2018, a eleição será indireta e realizada pelo Congresso.

Já tramita no Legislativo uma proposta que prevê a eleição direta para presidente mesmo que o cargo fique vago nos últimos dois anos de mandato.

(Por Eduardo Simões, em São Paulo)