Atenção para o real na próxima semana, dizem investidores

Publicado em 30/11/2016 15:06

A próxima semana pode ser crucial para os comerciantes de commodities agrícolas, particularmente para os de café e açúcar, pois o real deverá ter potencial de maior volatilidade, o que irá definir os rumos da moeda frente ao dólar americano.

Eddie Tofpik, diretor de divisas da ADM Investor Services, que faz parte da gigante comercial Ag Archer Daniels Midland, apontou, durante o Fórum AgriRisk, que uma reação do dólar contra o real brasileiro "parece ter acabado".

O dólar - que se recuperou de um período de 15 meses mais baixo em relação à moeda brasileira, passando de R$3.1011 para R$3,5071 há duas semanas - está voltando aos ganhos. "Eu não sei o porquê", disse Tofpik.

Gravata borboleta

Enquanto gráficos - que ele disse que eram cruciais para um câmbio estrangeiro bem-sucedido - sugeriam que o mercado poderia estar a beira de sinalizar um "laço", o que seria um sinal de alta para o dólar, os padrões de comércio entre 6 a 13 de dezembro deveriam determinar se, de fato, este seria o caso.

As datas foram apontadas como críticas a partir dos sinais obtidos por meio de uma outra técnica de análise, a "Andrews' Pitchfork"*, na qual as linhas, chamadas de "dentes", derivadas das tendências de preços, se reuniriam, uma ocasião que, muitas vezes, pode sinalizar oscilações do mercado.

"Quando elas cruzam, geralmente há volatilidade e uma mudança de tendência", disse Tofpik ao fórum, em Londres.

Este fator determinaria se a moeda brasileira iria renovar seu recorde de R$4,2482 para US$1 alcançado em setembro do ano passado ou se, pelo contrário, ela deveria ganhar força em relação ao dólar.

Quase uma relação perfeita

O real está sendo assistido de perto pelos comerciantes de commodities agrícolas, dada a importância do Brasil no setor, mas em particular, os comerciantes da café e açúcar, os quais o país é o maior produtor e exportador. Os olhos também se voltam para a soja e o milho, produtos nos quais o Brasil também tem uma grande parcela de mercado.

Um real mais forte aumenta o valor - em termos de dólares, incluindo os futuros denominados em dólares em Nova York - do café e do açúcar. Uma fraqueza na moeda brasileira, por outro lado, poderia prejudicar os preços futuros.

Tom Copple, economista da Organização Internacional do Café, disse, durante o fórum, que nos últimos meses houve uma relação "quase perfeita" entre a taxa de câmbio do dólar e do real e os preços do café.

Tradução: Izadora Pimenta

 

Fonte: Agrimoney

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