Plano para alta de R$ 55 bi em receitas em 2017 inclui alta de Cide e PIS-Cofins, diz Meirelles a Estadão
SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou em entrevista publicada neste domingo que para alcançar meta de crescimento das receitas de 55 bilhões de reais em 2017 trabalha com três planos, sendo o A voltado a controle de despesas, o B envolvendo privatizações e o C vinculado a aumento de impostos como Cide, PIS-Cofins e IOF.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Meirelles afirmou que nos últimos anos as receitas tributárias têm caído sistematicamente como proporção do PIB e que "não é razoável esperar que isso continue. É uma anormalidade".
Segundo ele, com uma retomada na confiança, a arrecadação tributária poderá se recuperar em 2017 ante este ano, "o que poderia gerar grande parte desse aumento de receita".
O ministro voltou a falar em privatizações e concessões além de venda de ativos na carteira do braço de participações do BNDES, o BNDESPar. Segundo ele, até fim de agosto o governo tem que se decidir sobre isso.
Meirelles comentou que além das privatizações, a segunda rede de proteção para seu plano são aumento de impostos.
"Tem uma segunda rede, que é aumento de imposto. Inclusive alguns mais rápido, como a Cide. Ou alguns que dependem do Congresso, como PIS-Cofins", disse Meirelles.
"O que sabemos é que existem custos de aumento da Cide. Temos de avaliar qual seria de fato o aumento nas expectativas de inflação do ano que vem."
Para Meirelles, o PIS-Cofins poderia ser ampliado em alguns setores específicos e citou "bens de luxo", como salmão.
O ministro citou ainda "uma série de outras coisas" sobre aumento de impostos, como "algumas operações de IOF".