Objetivo será cumprir meta central de inflação e "respeito" a câmbio flutuante, diz indicado à presidência do BC

Publicado em 07/06/2016 11:41

BRASÍLIA (Reuters) - O indicado à presidência do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta terça-feira que o objetivo da autoridade monetária será o de cumprir plenamente a meta de inflação "mirando o seu ponto central", destacando que a manutenção de nível baixo e estável de inflação é condição essencial para o crescimento sustentável.

Em discurso na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, onde está sendo sabatinado pelos parlamentares, Ilan destacou ainda que haverá "respeito ao regime de câmbio flutuante" caso assuma o BC e também defendeu a reconstituição do tripé macroeconômico.

"Considero haver praticamente consenso de que é preciso reconstruir o quanto antes o tripé macroeconômico formado por responsabilidade fiscal, controle da inflação e regime de câmbio flutuante, que permitiu ao Brasil ascender econômica e socialmente em passado não muito distante", disse.

Segundo o ex-economista chefe do Itaú, o cenário atual é desafiador, com nível de instabilidade política e econômica acima de níveis históricos. Mas considerou que as políticas recém-anunciadas pelo governo interino de Michel Temer estão na direção correta, completando que a eficiência da política monetária será tanto maior quanto mais bem sucedidos forem os esforços na implementação de reformas estruturais e na recuperação fiscal.

Ilan afastou a ideia de que o país vive período de estagflação, e ressaltou que o país atravessa umas das piores recessões de sua história.

Pouco antes de deixar o banco Itaú após ser indicado para assumir o BC, Ilan via espaço para corte na Selic no segundo semestre, a partir de julho, diante da contínua melhora no balanço de riscos para a inflação.

Ele já ocupou a diretoria de Assuntos Econômicos do BC entre 2000 e 2003. Agora, a expectativa é que ganhe o aval do Senado para o comando da autoridade monetária em meio a cenário de inflação ainda alta e com os juros básicos estacionados em 14,25 por cento ao ano desde julho passado.

Sobre o cenário externo, Ilan disse que ele é "desafiador", e ressaltou que "o período de ventos favoráveis na economia global ficou no passado e a era de juros nulos ou negativos está perto de seu fim, pelo menos nos Estados Unidos".

Após o sinal verde da CAE para sua nomeação, ele ainda precisa ser aprovado pelo plenário do Senado, o que deve ocorrer ainda nesta tarde, seguindo acordo de lideranças.

(Por Marcela Ayres)

Fonte: Reuters

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