OCDE agrava previsão de recessão no Brasil por incerteza política
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) agravou a previsão de recessão no Brasil por suas "profundas divisões políticas", afastando a perspectiva de reversão da crise com o governo interino de Michel Temer, que substituiu a presidente Dilma Rousseff, afastada do cargo.
De acordo com o relatório trimestral da OCDE, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve registrar contração de 4,3% este ano e de 1,7% em 2017. Em fevereiro, a projeção era de que da de 4% do PIB em 2016 e de crescimento nulo (0%) no próximo ano.
"Profundas divisões políticas reduziram as possibilidades de qualquer estímulo notório na política de reformas a curto prazo", destaca o documento da OCDE, uma organização de 34 democracias com economias abertas e em sua grande maioria ricas.
"Em nosso cenário de base, a situação política continuará sendo de grande incerteza durante o período de nossas projeções e os níveis de confiança continuarão sendo baixos", explica a nota da organização que tem sede em Paris.
As previsões representam um forte contraste com a pesquisa Focus sobre as expectativas dos operadores do mercado, publicada pelo Banco Central do Brasil. Na pesquisa desta semana, a estimativa média era de uma recessão de 3,81% do PIB para este ano, um resultado melhor que a projeção de 3,89% do mês passado, e de um crescimento de 0,55% em 2017.
Em 2015, o PIB brasileiro registrou queda de 3,8%. Com a contração deste ano, o país enfrenta a pior recessão em quase um século.
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