Da InfoMoney: Contra a vontade de Levy, governo deve reduzir a metade superávit fiscal

Publicado em 13/07/2015 07:31

SÃO PAULO - A crise política pode aumentar esta semana alguns decibéis, com os depoimentos do empreiteiro Ricardo Pessoa no Tribunal Superior Eleitoral amanhã e do ministro José Eduardo Cardozo quarta-feira na CPI da Petrobras na Câmara. Os dois podem levar a questão Petrobras para mais perto da presidente. É esse o risco.

Pessoa pode vai ser inquirido sobre possíveis financiamentos da campanha da presidente Dilma Rousseff com dinheiro das falcatruas na estatal. E Cardozo, embora vá oficialmente falar sobre grampos na cela do doleiro Alberto Yousseff, dificilmente poderá fugir de perguntas da oposição sobre as pressões que vem recebendo para frear as ações da Polícia Federal na Operação Lava-Jato (que, diga-se de passagem, ele tem se recusado a fazer, para desagrado PT).

Mas os grandes momentos da presidente esta semana serão econômicos. Mas com viés inteiramente político. Ela desembarca hoje no Palácio do Planalto sob forte pressão para rever o ajuste fiscal proposto pelo ministro Joaquim Levy. E as pressões maiores não estão vindo apenas dos aliados insatisfeitos, especialmente o PT. 

Agora estão saindo também de setores empresariais, preocupados com a queda brutal da atividade econômica. Esse ambiente está refletido muito bem nos jornais do fim de semana. E embora Dilma tenha dito, na Itália, que fará tudo para garantir o alcance do superávit primário de 1,13% do PIB (cerca de R$ 66 bilhões) estabelecido no início do ano, a revisão da meta está em estudo. 

E hoje no Palácio do Planalto, em reunião do Conselho Político, conforme noticia o jornal “O Estado de S. Paulo”, o tema será debatido com os aliados. Quando, na semana passada, o senador Romero Jucá (PMDB) apresentou uma proposta de diminuição do superávit de 2015 para 0,4%, já se sabia que ele não estava agindo sozinho.

Antes, o peemedebista havia conversado com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Jucá dispõe de um estudo da assessoria de Orçamento da Câmara apontado que há um rombo nas previsões de receita e despesa das contas oficiais entre R$ 54,2 bilhões e R$ 68,1 bilhões, conforme reportagem no “Valor Econômico” de hoje.

O ministro Joaquim Levy, que é o avalista interno e externo do ajuste fiscal, reagiu contrariamente à ideia. Levy quer evitar que uma mudança dessas crie uma fissura na confiança na nova política econômica que ele construiu. Mas pode ser voto vencido diante do agravamento da recessão. Estará no Brasil esta semana uma missão da Moody’s exatamente para analisar a situação das contas públicas e da economia brasileira e ver se altera ou não a nota de crédito do Brasil. Para compensar a mudança, o governo pode propor uma banda para o superávit. 

Leia a notícia na íntegra no site InfoMoney.

Fonte: InfoMoney

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