Financeiro: Bovespa opera em alta nesta 4ª puxada pela Petrobras e Vale, mas com preocupação com cenário externo

Publicado em 24/06/2015 12:09
Informações de 12h (horário de Brasília) da InfoMoney, Investing

IBOVESPA - opera em alta nesta quarta-feira (24), puxada pela Petrobras e pela Vale.

O cenário internacional traz informações de que a Grécia e seus credores ainda não avançaram nas negociações para um acordo e divergem sobre alguns temas propostos sobre a reforma do sistema previdenciário, imposto sobre valor agregado e tributação sobre empresas, segundo autoridades da União Européia.

O primeiro ministro grego, Alexis Tsipras, criticou a postura de “certos” credores como “estranha” porque rejeitaram as propostas gregas para reduzir o déficit orçamentário, afirmou nesta quarta feira uma autoridade do governo. "A não aceitação de medidas de compensação nunca aconteceu antes. Nem na Irlanda nem em Portugal. Em nenhum lugar!", disse Tsipras segundo a autoridade. "Essa atitude estranha só pode significar uma de duas coisas: ou eles não querem um acordo ou estão servindo a interesses específicos na Grécia". O comunicado não cita a quais propostas o primeiro ministros estava se referindo e nem a quais instituições credoras.

Os credores gregos fizeram novas contrapropostas pra tentar reduzir as diferenças nas negociações, às contrapropostas incluíam uma serie de aumentos de impostos e contribuições mais altas para elevar a receita buscando alcançar as metas orçamentárias.

Para o presidente do grupo de ministros das finanças da zona do euro, Jeroen Dijsselbloem, os credores e a Grécia ainda tem muito trabalho antes de fecharem o acordo. "Ainda não chegamos lá, ainda há muito trabalho a ser feito", disse Dijsselbloem a repórteres.    

Nos EUA, Departamento do Comércio informou que o PIB do 1º trimestre deste ano encolheu a uma taxa anualizada ajustada sazonalmente de 0,2%, queda menor que a prevista na estimativa anterior de 0,7%. Foi o pior resultado desde o primeiro trimestre de 2014, quando o PIB encolheu 2,1%. A desaceleração reflete uma freada nos gastos das famílias e queda nas exportações, nos investimentos fixos não residenciais e nos gastos dos governos estaduais e locais. A queda veio de acordo com a expectativa  dos analistas.

Na Ásia, os participantes do mercado tentavam manter o otimismo sobre a possibilidade de um acordo na crise grega. Além disso, na China o governo anunciou que aprovou um projeto de emenda à lei dos bancos comerciais no país, retirando a antiga exigência da proporção de empréstimos sobre depósitos. Os bancos não podem emprestar mais de 75% de seus depósitos sob a lei atual, o que limita a capacidade dos bancos. Com a mudança haverá a possibilidade de impulsionar os empréstimos bancários em meio ao crescimento econômico em desaceleração. A mudança vai "fortalecer a capacidade das instituições financeiras de emprestar mais ao setor de agricultura e a pequenas empresas", disse o Conselho de Estado em comunicado. O projeto será enviado para aprovação ao Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo, o Parlamento chinês. 

Os principais índices asiáticos fecharam em alta nesta quarta feira, sendo a sexta sessão de ganhos.

No cenário brasileiro o mercado repercute o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado pelo Banco Central, que elevou as projeções de inflação de 7,9% para 9,1% no fim de 2015 e que apesar de um cenário de convergência para meta em 2016 ter se fortalecido, os avanços ainda são insuficientes. Com a nova projeção, o Banco Central já prevê uma inflação maior do que a mediana dos analistas de mercado que é de 8,97%, divulgada no boletim Focus de segunda feira. A probabilidade do IPCA romper o teto da meta de inflação, que é de 6,5% ao ano, em 2015 é de 99% e para 2016 é de 11%, segundo o Banco. Para o PIB a previsão é de queda de 1,1% no ano, na projeção anterior era queda de 0,5%.

O dólar opera em alta, mesmo com indicação no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado pelo Banco Central, do aperto monetário e aumento de juros, mas sinalizações de que o Federal Reserve possa elevar os juros em setembro têm ofuscado parcialmente essa perspectiva. O dólar reduziu os ganhos em relação a cesta das principais moedas mundiais.

IBOVESPA 54.142 pts (+0,69%)
DÓLAR R$ 3,0915 (+0,44%)

PETROBRAS - os papéis operam em alta hoje. Ontem as ações fecharam em queda após operar em alta durante quase todo o pregão, com a notícia, da agência Estado, de que o conselho de administração da empresa analisará na próxima sexta feira a proposta de corte de investimentos em torno de 25%, abaixo do esperado pelo mercado, e isso desanimou os investidores. Com isso os investimentos no prazo de cinco anos ficariam na casa dos R$ 165 bilhões e não nos R$ 220,4 bilhões previstos inicialmente no plano de negócios para o período de 2014 a 2018. Hoje segundo a própria Agência Estado, o corte no plano de investimentos da estatal para o período de 2015 a 2019 ficará próximo a 40%, com o novo orçamento em torno dos US$ 130 bilhões. Diante das dificuldades financeiras da petroleira, a nova gestão preferiu adotar uma redução drástica do orçamento, em linha com o que espera o mercado. Assim, as incertezas sobre a companhia continuam.

Em comunicado a Petrobras afirmou que o Plano de Negócios e Gestão 2015-2019 ainda está em elaboração. "Fatos julgados relevantes serão oportunamente comunicados ao mercado", limitou-se a dizer. 

PETROBRAS PREFERENCIAL R$ 13,25 (+2,16%)           
PETROBRAS ORDINÁRIA R$ 14,70 (+2,44%)
PETRÓLEO WTI (NY) US$ 60,20 (+0,31%)        
PETRÓLEO BRENT (LONDRES) US$ 64,44 (-0,02%)

VALE - as ações registram alta hoje. Em entrevista o diretor de Relações com Investidores, Rogério Nogueira, disse que a mineradora trabalha para cortar o Capex (plano de investimentos) para entre US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões em 2015, ante estimativa anterior de US$ 10,2 bilhões. Disse também que a Vale vai pagar dividendos crescentes seguindo o aumento dos projetos e ainda que é muito cedo para decidir sobre IPO da unidade de metais básicos da companhia.

O minério de ferro registrou alta de 2% no mercado à vista chinês, a US$ 61,7 a tonelada.

VALE PREFERENCIAL R$ 17,12 (+0,35%)           
VALE ORDINÁRIA R$ 20,00 (+0,96%)

PREÇOS DE SOJA E MILHO NOS PORTOS

SOJA PARANAGUÁ R$ 71,50 (julho/15)       

SOJA PARANAGUÁ R$ 72,00 (março/16) 
MILHO PARANAGUÁ R$ 27,50 (outubro/15)

SOJA PORTO RIO GRANDE R$ 70,60 (disponível)       

SOJA PORTO RIO GRANDE R$ 74,20 (maio/16) 
Fonte: Notícias Agrícolas

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