Fed mantém postura paciente para alta de juros apesar de turbulências globais
Por Michael Flaherty e Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve, banco central norte-americano, repetiu nesta quarta-feira que continuará "paciente" para elevar os juros e disse que a economia dos Estados Unidos está nos trilhos, apesar das turbulências em outros mercados ao redor do mundo.
Concluindo a primeira reunião do ano, autoridades do Fed minimizaram as manobras urgentes adotadas por outros bancos centrais neste mês para estimular suas economias enfraquecidas e previu contínua expansão econômica nos EUA.
"O comitê julga que pode ser paciente ao começar a normalizar a postura da política monetária", disse o comunicado do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
O Fed reconheceu que a inflação desacelerou para ainda mais longe de seu objetivo de longo prazo e que medidas de inflação baseadas no mercado caíram substancialmente -- avaliação mais negativa sobre as pressões inflacionárias do que em dezembro.
Mas o tom do Fed foi otimista, mantendo-se em vias de elevar os juros ainda neste ano. Algumas autoridades do Fed e economistas têm indicado que a alta de juros, que seria a primeira em quase uma década, provavelmente ocorrerá entre junho e setembro.
Não houve entrevista coletiva ou novas projeções econômicas após a reunião de dois dias do Fomc.
O comunicado vem após uma mudança na política monetária em dezembro, quando o Fed informou que adotará uma postura "paciente" para elevar os juros. Então, a chair do Fed, Janet Yellen, esclareceu em entrevista coletiva que "paciente" significava pelo menos duas reuniões.
No comunicado de dezembro, o Fed defendeu que sua postura era consistente com a orientação anterior, de manter os juros quase zerados por um "tempo considerável" após completar a terceira rodada de compra de títulos, que acabou em outubro.
O comunicado divulgado nesta quarta-feira removeu a referência à orientação anterior.
O Fed disse que "a atividade econômica tem se expandido em ritmo sólido", mudando a referência a um "ritmo moderado" no comunicado anterior.
"As condições do mercado de trabalho têm melhorado ainda mais, com forte geração de emprego e taxa de desemprego mais baixa", acrescentou o banco central.
O comunicado foi adotado de forma unânime.