Dólar fecha perto da estabilidade e fica abaixo de R$2,60 pela 3ª sessão
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou perto da estabilidade nesta segunda-feira e abaixo de 2,60 reais, ainda refletindo as expectativas de maior liquidez global com os novos estímulos na zona do euro, mas com compradores novamente aproveitaram a cotação baixa para fazer ajustes em seus portfólios.
A moeda norte-americana teve leve alta de 0,06 por cento, a 2,5905 reais na venda, encerrando abaixo de 2,60 reais pelo terceiro pregão seguido. Na mínima do dia, chegou a 2,5821 reais e, na máxima, a 2,6095 reais.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1 bilhão de dólares.
"Por mais que o sentimento seja positivo, esse nível de cotação ainda favorece compras (de dólares)", disse o gerente de câmbio do Banco Confidence, Felipe Pellegrini.
A perspectiva de maior rigor fiscal no Brasil, aliada ao programa de compra de títulos soberanos anunciado pelo Banco Central Europeu (BCE) na semana passada, têm contribuído para reduzir as cotações. Neste ano até a véspera, o dólar havia recuado 2,63 por cento, firmando-se abaixo de 2,60 reais.
Por outro lado, os patamares mais baixos têm aberto espaço para a ação de compradores, o que levou a divisa norte-americana a avançar na sessão passada e compensou o impacto das expectativas sobre o BCE neste pregão. Mas o dólar continuou girando perto das mínimas em um mês.
"O mercado está começando a perguntar se esse dólar a 2,60 reais chegou para ficar", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
No mercado externo, as atenções também se voltaram para a eleição na Grécia. A vitória do partido esquerdista Syriza, que pode ameaçar a posição do país na zona do euro, chegou a levar o euro à mínima em 11 anos, mas a moeda europeia voltou a subir. [nL1N0V5091] [nL1N0V50KR]
"De maneira geral, não estamos vendo grandes estresses nem aqui nem lá fora", disse o operador de uma corretora internacional.
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 1,5 mil contratos para 1º de setembro e 500 para 1º de dezembro de 2015, com volume correspondente a 98,8 milhões de dólares.
O BC fez ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de fevereiro, que equivalem a 10,405 bilhões de dólares, vendendo a oferta total de até 10 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 80 por cento do lote total. [nE6N0US010]