Mercado eleva projeção para IPCA e reduz previsão para PIB, diz Focus

Publicado em 26/01/2015 08:15

Inflação chegando aos 7% e crescimento da economia se aproximando do zero em 2015. Este é o cenário visto pelos analistas de mercado, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central.

A mediana das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deu um salto, de 6,67% para 6,99%, na última semana, enquanto a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 0,38% para 0,13% neste ano. Os analistas veem a inflação mais pressionada pelos preços administrados, cuja mediana subiu de 8,2 0% para 8,70%.

Em 12 meses, a estimativa para o IPCA subiu de 6,66% para 6,69% e para o índice de janeiro houve ajuste de 1,10% para 1,20%. Na semana passada, o IBGE informou que o IPCA-15, prévia da inflação deste mês, subiu 0,89%. Em 12 meses, acumulou avanço de 6,69%.

Leia a notícia na íntegra no site do Valor Econômico

Projeção para inflação em 2015 dispara a 6,99% e de expansão do PIB despenca a 0,13%

SÃO PAULO (Reuters) - A projeção de economistas de instituições financeiras para a inflação neste ano disparou para praticamente 7 por cento após o anúncio de aumentos de impostos ao mesmo tempo em que a estimativa de crescimento da economia despencou, mas a projeção para a Selic ao final de 2015 permaneceu inalterada.

De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, a projeção para a alta do IPCA em 2015 foi elevada pela quarta semana seguida, a 6,99 por cento, contra 6,67 por cento anteriormente.

A última vez que a inflação oficial brasileira ficou acima de 7 por cento foi em 2004, quando o IPCA subiu 7,60 por cento. A meta oficial é de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais.

A forte revisão da projeção no Focus aconteceu depois que o governo anunciou pacote de aumento de impostos, com destaque para tributos sobre combustíveis, como parte da investida do governo para colocar as contas públicas em ordem.

A alta dos preços administrados é uma das maiores fontes de pressão neste ano, e a estimativa subiu para 8,70 por cento, alta de 0,5 ponto percentual sobre a semana anterior.

O IPCA-15, prévia da inflação oficial, acelerou a alta a 0,89 por cento em janeiro, maior nível em quase quatro anos, como resultado dos preços de alimentos e tarifas públicas, acumulando alta de 6,69 por cento em 12 meses.

Para o final 2016, entretanto, a perspectiva para o IPCA no Focus foi reduzida em 0,1 ponto percentual, a 5,6 por cento.

Em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto, para 2015 a estimativa despencou a 0,13 por cento, contra 0,38 por cento no levantamento anterior, quarta semana seguida de redução. A economia deve melhorar em 2016 na visão dos especialistas consultados, mas a projeção foi reduzida em 0,26 ponto percentual, a 1,54 por cento.

Sobre 2014, os economistas consultados ajustaram a perspectiva e projetam agora expansão de 0,10 por cento, contra 0,12 por cento anteriormente.

Com a perspectiva de inflação mais pressionada mas diante da fraqueza da economia, os agentes consultados não mudaram a projeção para a Selic ao final deste ano, e continuam vendo nova elevação de 0,25 ponto percentual em março, com a taxa básica de juros encerrando 2015 a 12,50 por cento.

O BC elevou a Selic pela terceira vez seguida na semana passada, a 12,25 por cento ao ano, e sinalizou nova alta no curto prazo, mas deixou em aberto o ritmo que poderá imprimir. Os agentes econômicos aguardam agora a divulgação da ata da reunião na quinta-feira em busca de mais pistas sobre os próximos passos.

Para o final de 2016, a perspectiva da Selic também não mudou, ficando em 11,50 por cento.

(Por Camila Moreira)

Fonte: Valor Econômico + Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dólar fecha em leve baixa após BC vender US$3 bilhões ao mercado
Leilões de títulos não buscam controlar dólar ou juro e mercado está funcionando, diz coordenador do Tesouro
Moraes mantém prisão de Braga Netto e Mario Fernandes
Brasil tem fluxo cambial negativo de US$18,427 bi em dezembro até dia 20, diz BC
Dívida pública federal sobe 1,85% em novembro, para R$7,204 tri, diz Tesouro
Gabinete Presidencial de Taiwan faz primeira simulação de mesa sobre emergência com China
undefined